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NOVAS CANELADAS NA CARA DOS CARETAS

julho 30, 2012

Bem, amigos do VQST! Ainda inebriado pelo turbilhão de emoções (e demais substâncias de efeitos análogos) que experimentei no último sábado, eis-me aqui, para mais uma sequencia de caneladas e outras bragas não menos monumentais. Tirem as crianças da sala…

A estreia de Deola ficou um pouco comprometida por conta do fraco desempenho do ataque do CRB. Na maior parte do tempo, o goleiro apenas assistiu à partida. De efetivo mesmo, somente uma (má) interceptação de um cruzamento, na qual lançou a bola perigosamente para o meio da área e, na segunda etapa, mostrou boa colocação e reflexo ao espalmar um chute à queima-roupa do atacante alagoano. E só. Com a sequência de jogos, deverá ser testado com maior agudeza, porém, em princípio, passa a ser o dono absoluto da camisa 1.

Boa partida de Nino. Como sempre, ele é a válvula de escape do time. Marcou bem e foi ao ataque em jogadas de ultrapassagem com Marquinhos, que os xibungos chamam de overlapping.  Cruzou bolas e chutou (fraco) em gol. No entanto, a ausência de revezamento nas jogadas pelas laterais acabou sobrecarregando o Paraíba. É que, pelo lado esquerdo, temos um jogador com nome de craque, Dener, e futebol de zé ruela. Alguém precisa apresentar ao sujeito a linha de fundo. No sábado, ele passou o tempo todo afunilando e afundando o jogo, o que só facilitou a barreira de contenção do CRB. Em sua segunda atuação, outra vez, não agradou a ninguém, tanto que foi substituído ainda no intervalo. Infelizmente, a entrada (a meu ver, equivocada) de Arthur Maia em seu lugar não surtiu o efeito esperado por Carpegiani, já que a “eterna promessa” também resolveu jogar mais pelo meio.

Em relação à dupla de zagueiros, a coisa foi bem diferente: Victor Ramos, mais uma vez, fez uma partida muito segura. Sempre jogando sério e, certamente inspirado pela Nicole, sem deixar vazio por ser preenchido. De quebra, ainda fez o lançamento pro gol de Neto. Dankler também apresentou um bom futebol. Só precisa aprender a não “ir de vez” na marcação, pois acaba tomando dribles fáceis. Preocupante mesmo foi a falha coletiva do setor, numa bola alçada já no finalzinho do jogo. Não dá pra tomar um susto daqueles, principalmente por ser um lance de bola parada! É preciso ter mais cuidados com nossas pontes de safenas. Mas, tivemos sorte, até porque, ela gosta de acompanhar os que são competentes.

Também me agradou o futebol apresentado por Uéliton e Michel. Muito mais pela vontade de ambos do que pelo futebol apresentado. Com o jogo muito truncado no meio de campo durante a maior parte do tempo, não houve muito espaço pra tabelas ou jogadas de efeito. Na segunda etapa, Michel acabou sendo sacrificado, pois teve que dar lugar a Léo, na 2ª tentativa de Carpegiani em corrigir o problema da lateral esquerda. Como o garoto já conhece a posição, pelo menos conseguiu dar maior consistência ao setor.

Leilson foi o jogador mais fraco do meio-de-campo. Particularmente, prefiro-o jogando lançado, lá na frente, como atacante “de ofício”, do que jogando pela meia. Pouco produziu e, na segunda etapa, acabou dando lugar a Marcelo Nicácio. O problema é que este rapaz, tido como uma solução para os problemas do ataque rubro-negro, até agora, não disse a que veio. Então, o melhor mesmo é falar do excelente futebol apresentado por Pedro Ken, que, ultimamente, vem tirando leite de pedra, naquele setor. Cabeça pensante do time, o japinha ainda carece de um companheiro com quem dialogar. Ainda assim, foi o melhor em campo e, no final, quase faz um golaço de fora da área.

Marquinhos, se não fez uma partida brilhante, também não se escondeu do jogo. Muito pelo contrário. Apresentou-se bastante no ataque e produziu boas jogadas, tanto pela direita, com Nino, quanto pelo meio. Teve boa chance de marcar no primeiro tempo e, no segundo, quase faz outro por cobertura, que seria uma verdadeira pintura. Ao seu lado, NETO BAIANO, foi, mais uma vez, NETO BAIANO: correu pra porra, chutou em gol, marcou a zaga adversária, reclamou da arbitragem, dominou de canela (homenagem que dispensei, mas que ele insiste em me dedicar) mas, acima de tudo, NETO BAIANO brocou. Simples assim. Oportunista que é, aproveitou o vacilo da zaga no lançamento de Victor Ramos e… brocou. Despediu-se da sua casa levando o time ao 6º triunfo consecutivo e os mais de 150 mil torcedores à loucura, psicopatia e caos. Por estas e (tantas) outras, NETO BAIANO deixa gravado o seu nome na história do Clube. Que também obtenha sucesso lá do outro lado do mundo.

Desta feita, Carpegiani se atrapalhou e foi infeliz nas substituições. Dos males, o menor. Me arrisco a dizer que foi o jogo de um time só; a maior parte do tempo, ataque contra defesa. Malgrado uma ou outra chegada esporádica do CRB, o fato é que eles (assim como qualquer outro time que cair no Barradão) vieram pra arrancar o empate. E, com o passar do tempo, a tensão foi aumentando, pelo gol que teimava em não sair. Desta forma, não foi um jogo bonito, mas diante dos 3 pontos conquistados (e das emoções guardadas para o final), quem aqui vai ficr se preocupando com boniteza? Digna de registro, isto sim,  foi a festa, após o apito final. Sem dúvida, uma das mais emocionantes dos últimos tempos.

Ainda estou rouco, é verdade, mas não por muito tempo. Terça-feira temos mais uma batalha, então, preciso me recuperar. Conhecem alguém aí que possa me emprestar um Cepacol?

Do jeito que seu NEGO gosta

julho 29, 2012

No tempo em que eu era menino, e lá se vão muitas décadas, gostava de desfilar falsa erudição (vício do qual nunca me libertei) através das frases feitas retiradas do glorioso livrinho Minutos de Sabedoria. Não importava o tema em debate – poderia ser amizade, crescimento pessoal, família, otimismo, saúde, o caralho aquático –  que eu sacava logo do coldre um clichê matador e resolvia a questão.

Porém, diante do atual momento do Rubro-negro, onde o certo é o errado e vice-versa, nem o referido livrinho tem me salvado. Afinal, onde porra é que vou encontrar resposta para um time que até hoje, com mais de 30% do campeonato já disputado, ainda num tem lateral esquerdo, nem um camisa 10, nem padrão de jogo,  mas mesmo assim continua brocando todo mundo?

PUTAQUEPARIU A CHIBANÇA!!!

E ontem, uma vez mais, foi uma aleivosia dos seiscentos demônhos.

Não bastassem as dificuldades impostas pelo covarde e retrancado CRB, um dos nossos cinco técnicos, não sei qual deles responsabilizar, tirou o lateral esquerdo, colocou um meia-esquerda, deslocou o segundo volante para a lateral e me mandou sair das escadas e ir orientar o time na torcida Viloucura.

PUTAQUEPARIU A  MOBILIDADE URBANA!!!

E, como xibiatagem pouca é bobagem, o nosso comandante (não me perguntem qual deles, pois realmente não sei quem foi) retirou o volante que joga com a 10, como se fosse armador, improvisou um lateral direito na esquerda, mandou o segundo volante ficar zanzando e ainda deixou correr frouxo a despreparada puliça, que usou toda a sua tradicional falta de educação para com os torcedores que apenas queriam ver o jogo da ribanceira.

PUTAQUEPARIU O AUTORITARISMO!!!

Diante deste tenebroso quadro, num tem livro da sabedoria certo. Assim, recorri às  runas, búzios, tarôs, almanaques, bulas, evangelhos, baralhos de ciganos, pais e mães de santo – e nada e nécaras. Nem mesmo o infalível Lunário Perpétuo (que sempre me socorre nos momentos de dúvida e angústia) conseguiu equacionar tal problema.

Não há nada que resolva.

Aliás, minto. Há. Ele, o homem, o mito, o pentelho,  o artilheiro, o…(caixa alta, maestro)  FRIEDENREICH LAMBUZADO DE DENDÊ.

PUTAQUEPARIU A MAGIA!!!

É como já disse outro dia. Apesar do referido continuar fraco tecnicamente, e, às vezes, irresponsável disciplinarmente, é impossível não reconhecer que “há, sim, uma mágica, uma química, algo indizível que acontece quando Neto veste a nossa 9”.

E neste sábado histórico, não foi diferente. Quando o ponteiro do relógio já estava nos seus estertores e parte da torcida já ameaçava vaiá-lo novamente por suas caneladas, o sacana aparece na área, tropeça daqui, empurra dali e manda a criança dormir no barbante. E assim que a menina adormeceu na rede, acordou novamente a loucura, psicopatia e caos de mais de 35 mil insanos.

PUTAQUEPARIU A CATARSE!!!

E foi por estas e outras que, desde às 18h26 deste sábado, a pacata população do Norte, Nordeste de Amaralina, Areal, Vale das pedrinhas, Boqueirão, Santa Cruz e outras adjacências, decidiu bater o tambor e cantar sem parar a inolvidável canção composta pelos filósofos Paulo e Jorge Santana, que sintetiza o atual momento do Leão. Ouçam.

“JÁ QUE TÁ GOSTOSO, DEIXA; DEIXA, MAMÃE, MAMÃE, DEIXA, MAMÃE…”

Oh, mamãe, deixa. Afinal,  apesar de todas as dificuldades, ou talvez por causa delas, as coisas estão “do jeito que seu NEGO gosta”, conforme canta o  Rubro-negro Lazzo Matumbi, com sua voz vibrante e vibrática.

P.S Esta homilia vai dedicada ao casal Antônio Fernando & Lúcia, aos meninos Uilian Sales, Pedro José, Rodrigo, Paulo e às nicoles bahils rubronegras Tais, Helena e Patrícia, com quem dialoguei ao final da epopéia.

Ah, sim, vai também para Sêo Ademir e Teresa Ribeiro, os maiores fãs de Neto Baiano de toda esta província.

TRÊS PALAVRAS MÁGICAS

julho 25, 2012

Uma das ladainhas mais repetidas por todo torcedor que se preza, e pelos que não se prezam também (esta raça parece papagaio), é aquela de que “têm coisas que só acontecem com meu time”.

Basta um resultado estapafúrdio, desses que estão sempre à espreita, e já começa a chibança reclamatória. “Ai, ai, ai, meu pé tá doendo, é que eu pensei Sêo doutor, é porque meu pai mora no interior, a caixa de mudança tá pesada, e etc e coisa e tals e que time de sacana é este?”

Pois bem. Se todos assim procedem, não seriam os Rubro-negros que desta lei da natureza do Ludopédio iriam ter isenção. Aliás, com os adeptos do Leão é ainda pior. Tudo aqui é levado ao paroxismo. Por isso, inicio esta abalizada resenha emulando a surrada propaganda. Recebam: “Existem coisas admiravelmente insólitas que só o futebol pode fazer por você. Para todas as outras, há o Esporte Clube Vitória”.

PUTAQUEPARIU A IMPREVISIBILIDADE!!!

Na receita do Rubro-negro, a sopa de tamanco num é apenas de pau puro, mas contém o acréscimo luxuoso de outros ingredientes, a exemplo de caco de vidro, ácido muriático e soda cáustica. Como diria a vedete de Santo Amaro, é o avesso, do avesso, do avesso. Até a infalível Lei de Murphy é contrariada.

Aos que duvidam, eis os fatos.

Depois de séculos de amadorismo, a diretoria do Vitória finalmente contrata um profissional vencedor para cuidar do futebol. No entanto, menos de seis meses depois, demite-o e chama de volta um sujeito que num ganhou nada de relevante, nem mesmo a simpatia de meras conjugações verbais.

Tudo para dar errado, certo? Errado. Nenhuma das louvadas contratações do experiente Newton Drummond, o tal profissa, conseguiu grande destaque. Já o único que cara ele não queria no elenco, Pedro Ken, é hoje o melhor jogador da equipe.

É, pau que nasce torto, vira berimbau.

E já que entramos na seara dos clichês, vale lembrar outro, que também foi desmoralizado no Vitória: “mingau que muita gente mexe e manda, desanda”. Não no Vitória versão 2012. Neste ano da graça, a equipe é comandada por nada menos do que cinco técnicos. São eles. Carpegianni, que fica orientando o time das cabines; seu filho Rodrigo, que o representa na casamata; Ricardo Silva, que comanda os jogadores na beira do gramado; Flávio Tanajura, técnico de zagueiros, e Eduardo Andrade, treinador de goleiros. Aliás, este último é responsável por uma das inovações da atual equipe: o rodízio de goleiros.

E por falar em goleiros, há um verdadeiro cabide de empregos nesta função. São exatos cinco para o fundamental setor. No entanto, nenhum que passe a mínima confiança – talvez por isso esteja dando certo.

Não bastasse estas chibanças, o time começou o campeonato com um zagueiro improvisado de lateral-esquerdo (ala é a puta que o pariu!) e um outro jogando improvisado de namorado de uma moça, digamos assim?, um tanto quanto liberal. E o cara que deveria ser o xerife da equipe, o comandante da zaga, passou a frequentar as capas de revistas de fofoca em atos não muito recomendáveis para um cidadão que deveria primar pela sobriedade. No entanto, tais acontecimentos, que poderriam mexer com sua cabeça, surtiram o efeito contrário. E ele já guardou quatro gols com o maltratado cocuruto.

Some-se a isso que o craque da equipe, o gênio franzino, passa a maior parte do tempo fazendo beicinho e dando (lá ele) calundu. E, pra acabar de fuder a porra toda, o artilheiro do time é um centroavante caneludo, que fica fazendo chantagem o tempo todo, ameaçando ir embora, dia sim e outro não.

Pra fechar com chave de ouro, este exército de bracaleone tem como capitão exatamente um sujeito que foi chamado pelo comandante de “mau caráter” por simular contusão e fugir de uma batalha em Barueri em priscas eras.

É óbvio que, um time assim daria errado, certo? Nécaras. Como já disse, no Vitória nem a Lei de Murphy tem razão. E esta equipe toda desconjuntada faz a melhor campanha de todos os times do Norte e Nordeste na história do campeonato brasileiro de pontos corridos.

É graça uma porra desta? É. Eu mesmo ando rindo à toa.

Ah, sim, não que eu queira me gabar, até porque num é de meu feito, mas tudo começou quando, há algum tempo, gritei as três palavras mágicas que devem orientar o Esporte Clube Vitória: Psicopatia, Loucura e Caos.

Confiram e gritem comigo no replay.

Base para a glória

julho 23, 2012

Antes da mais esperada, abalizada, aliterada e vilipendiada resenha do Vale das Pedrinhas e de uma banda do Boqueirão, vale recorrer à história que, igualmente ao caldo de galinha, não faz mal a ninguém.

Seguinte foi este.

No dia 20 de maio do ano da graça de 2011, o brioso Vitória estreou na Série B goleando por 1 x 0 o poderoso Vila Nova. Na ocasião, o Rubro-negro começou o jogo com seis garotos formados na base do Clube vestindo o manto de titular.

Na partida seguinte, quando recebeu um sapeca do Icasa (3x 1 ), no Romeirão, o número de jogadores da base em campo era exatamente a metade – o que na matemática moderna corresponde a três. No ferro subsequente, dentro do Santuário (Vitória 0 x 1 Guarani), existiam apenas dois puro-sangue começando a peleja. E foi assim nesta batida. Resultado. Na 12ª rodada estávamos com 17 pontos e só tínhamos frequentado o G-4 apenas uma vez, quando brocamos o Bragantino por 4 x 1.

Pois muito bem.

Na primeira partida este ano, brocança contra o Barueri, começamos com 5 jogadores da base. Na partida seguinte, derrota diante do Criciúma, havia apenas três começando o jogo. No triunfo sobre o Ipatinga, o número voltou a subir: quatro. E foi nesta batida, oscilando um pouco pra baixo ou pra cima – até que, diante do Atlético Paranaense, começamos o jogo com nada menos do que 7 titulares formados na base.

Em comparação com o ano passado, praticamente dobramos a utilização de atletas formados no Clube vestindo a camisa de titular. Resultado: estamos com 28 pontos na tabela e morada perene no G-4.

É óbvio que a simples utilização de jogadores da base não é garantia de sucesso, mas o abandono da base é a certeza do fracasso. Amigos, a verdade é uma só. Para os times que estão fora do eixo central do futebol, em economias periféricas, não há outra saída. Ou ficamos reféns dos (mal) ditos empresários da bola ou investimos nos prata da casa. E, neste segundo caso, o custo/benefício é incomparavelmente maior, já que os caras têm identificação com o Clube, a folha salarial é mais compatível com a nossa realidade, dentro outros motivos.

A única coisa que poderia azedar a relação seria uma parte da torcida, emprenhada por radialistas escrotos, ficar exigindo a contratação de medalhões, mas parece que nos livramos disso. Pelo menos este foi o indicativo dado (lá ele) pelos torcedores que reconheceram e aplaudiram a estréia, no Barradão, do amuleto Leílson. Era a faísa que faltava para incendiar nossa campanha, como profetizei no último dia 13 de julho.

Agora, é continuar com a mesma pegada, correndo para a bola do mesmo jeito que um pedreiro pula em cima do prato de comida depois de um dia de labuta. Afinal, apesar da excelência dos números, ainda não apresentamos um futebol de encher os olhos. E nem vou cobrar isto dos garotos. Eu quero é subir minha disgrama, com raça, na tora.

P.S.1 Outro dado relevante no time que venceu o Atlético é que, além dos 7 da base, outros 3  (Nino Paraíba, Michel e Marcelo Nicácio) são oriundos da Região Nordeste. Nada contra os atletas de outras regiões, mas se a porra tá indo certo assim, assim será. Como já disse o filósofo: já que tá gostoso, deixa, deixa mamãe.

P.S.2 Ah, sim. Antes que os apressados venham colocar a xenofobia na minha já extensa lista de defeitos, reconhecer logo de público que o melhor jogador do elenco atualmente é Pedro Ken, que num é nordestino. Beleza?

 

A VOLTA DO CANELEIRO

julho 22, 2012

Bem, amigos do VQST! Após breve intervalo ocasionado por compromissos profissionais, retorno a este espaço para mais um show de pixotadas e caneladas. Ei-las.

A escalação de Gustavo para a partida, com Caio Secco na reserva, comprovou que Renan foi mais uma aposta errada e onerosa da diretoria, pois este, seguramente, não vestirá mais a camisa do Vitória. Dentro de campo, Gustavo quase prejudica o time: contundiu-se sozinho ainda no início do jogo. Indeciso, demonstrou imaturidade ao insistir em continuar em campo sem a mínima condição. Por sorte, não foi exigido durante todo o primeiro tempo. Na segunda etapa, o estreante Caio fez duas boas defesas, mas já demonstrou que não está habilitado a ser o titular. Em 45 minutos, embora tenha tido sorte em dois lances perdidos pelo centroavante atleticano, deu alguns sustos na torcida, saindo mal do gol. Até pela pouca idade, é um goleiro que não passa a necessária confiança ao time. Em resumo, precisamos ainda de um titular para a posição.

Nino apareceu muito bem na defesa, até porque seu oponente mais próximo era o péssimo Saci. Bem na marcação e na cobertura, o Paraíba, pra variar, correu bastante, porém não foi tão produtivo em termos de ataque, haja vista não ter chegado à linha de fundo com qualidade. Do outro lado, Gabriel foi o mais fraco do setor defensivo, até porque jogou meio torto do que madeira de berimbau, numa posição com a qual possui muito pouca afinidade. Mesmo vacilando, ajudou a defesa, mas lá na frente, uma tristeza. De quebra, ainda levou um cartão amarelo bobo.

Victor Ramos, a meu ver, fez sua melhor apresentação este ano. Merece continuar brocando Nicole. Atuou de forma bastante segura durante todo o jogo, tanto por baixo quanto nas bolas aéreas. Sem dúvida, foi o melhor da defesa. Dankler, num nível mais abaixo, ainda assim errou pouco e conseguiu neutralizar o ataque do Atlético/PR e fazer uma cobertura eficiente pelos lados do campo.

Uéliton, infelizmente, mais uma vez não mostrou o seu melhor futebol. Alternou momentos de tranquilidade, dominando a bola e saindo pro jogo, mas também momentos de precipitação, atravessando bolas desnecessárias e complicando a defesa. Mas dos seus pés saiu um primoroso lançamento pro gol do Vitória. Michel, vestindo a camisa 10, sempre será cobrado por aquilo que não pode dar. Tentou articular jogadas no meio de campo mas só foi eficiente no desarme. Pedro Ken, este sim, o mais lúcido do setor. No primeiro tempo esteve sozinho, criando pouco, mas na etapa final, assim como o restante do time, cresceu bastante de produção e mostrou a qualidade que estamos acostumados a ver.

O ataque rubro-negro fez duas partidas diametralmente opostas: no primeiro tempo, Leílson esteve isolado e pouco produziu de efetivo, chutando a primeira bola em gol aos 50 minutos. Ainda assim conseguir ser melhor que Marquinhos, que não conseguiu completar uma jogada e Marcelo Nicácio, que só não foi confundido com um poste porque está visivelmente rechonchudo. No segundo tempo, o setor cresceu de produção, com Leílson mostrando que tem faro de artilheiro ao concluir com perfeição o lançamento de Uéliton. Deu lugar a Tartá, que só entrou no finalzinho, para prender a bola. O garoto Willie, que entrou no lugar de Nicácio, deu muito mais movimentação ao ataque, chutou em gol e desperdiçou uma chance claríssima, entrando sem marcação e mandando a bola no travessão. Marquinhos também se redimiu: apareceu bem em várias oportunidades, fez belas jogadas individuais e teve chances de marcar.

Após um primeiro tempo de muita marcação e poucas oportunidades de gol de parte a parte, o Vitória foi melhor na segunda etapa e garantiu mais um triunfo fora de casa, de maneira convincente. Impôs seu melhor futebol, jogou pra cima, marcando a saída de bola do adversário e buscando o gol. Carpegiani, ao que parece, continua testando a formação ideal para a equipe e, sabiamente, tem privilegiado os jogadores da base. Conseguiu melhorar o posicionamento do time no segundo tempo e fez as alterações que o time precisava. Definitivamente, não é coincidência que a última lembrança do Vitória jogando um futebol digno de suas cores tenha sido justamente na primeira passagem do treinador gaúcho pela Toca do Leão.

Nossa “mini-excursão” não poderia ter sido melhor; 100% de aproveitamento e mais 6 pontos na bagagem. Sem falar no aspecto psicológico, pois, a cada jogo o time vai ganhando mais corpo e mais confiança. Agora é fazer o dever de casa para, finalmente, alcançarmos a liderança do Campeonato. E a torcida também tem importante papel a cumprir: encher o Barradão no próximo sábado à tarde e apoiar a equipe do primeiro ao último minuto.

Estamos chegando!

A profecia de Zé Carlos

julho 20, 2012

Já se passaram as tradicionais e regulamentares 48 horas e ainda não encontrei uma explicação minimamente razoável para tanta e tamanha dramaticidade no jogo entre Vitória 3 x 2 Asa. Nem eu nem todos os que andam pelos bares, becos, vielas, ladeiras e outros ambientes maizomenos insalubres desta besta e ainda bela província da Bahia, que questionam em uníssono: Que porra é que acontece com o time do Vitória depois que mete 3 x 0?

Talvez a melhor explicação tenha sido dada no início da tarde do dia 23 de junho, pouco antes do início da peleja tragicamente histórica entre Vitória x Goiás. Na dita hora e ocasião, um senhor na faixa dos 70 anos sentou-se (lá ele) na mesa ao lado da minha, numa destas budegas insalubres do centro da cidade, e largou o doce. “Meu filho, torço pelo Leão antes de você nascer, há mais de 50 anos. E vou lhe dizer uma coisa: Mesmo com esta boa campanha inicial, num me recordo de um time tão instável quanto este, que não nos dá a mínima segurança. Parece que fez um pacto com o imponderável”.

E a tal partida jogo começou exatamente como se os jogadores do Rubro-negro tivessem feito “um pacto com o imponderável”. O ponteiro do relógio não marcava nem 20 minutos de jogo – e o Rubro-negro já brocava por 3 x 0. Porém, nem mesmo o placar dilatado fazia com que o referido senhor se acalmasse. Bastava o Goiás pegar na bola e eu já antevia dois ataques: o do equipe esmeraldina e o do coração do referido senhor.

E a porra inflamou de vez quando um atacante da equipe goiana deu um chute da intermediária e … “Puta que pariu, que porra de zaga é esta? Vou-me embora. Já sei o que vai ocorrer. E não quero presenciar mais nada. Meu coração não aguenta ver isso, principalmente porque já estive nas quatro linhas”.

Ainda tentei argumentar, dizendo que o time estava com uma boa vantagem, mas o senhor manteve inflexível na sua decisão de abandonar a peleja. Então, apenas para matar a curiosidade, perguntei onde ele jogou. “Joguei mais de um ano na Ponte Preta e também passei pelo nosso Vitória no início da década de 60. E, no meu tempo, este rapaz aí nem chutaria a bola, porque eu metia logo uma voadora. Não era à toa que fiquei conhecido como o ‘Assassino da Noite’. Este time de hoje fica nesta moleza e vai ser esta agonia o campeonato todo”.

E não é que a porra da maldita profecia da sacana se confirmou. O Goiás virou o jogo e eu fiquei virado na porra com aquela boca de seca pimenteira.

Porém, como sempre busco ver as coisas pelos óculos do Dr. Pangloss, aproveitei a maldita profecia de Zé Carlos, eis o nome do carniceiro, para me preparar para as labutas vindouras. E elas, como todos sabemos, foram sopa de tamanco. Na partida seguinte, contra o Avaí, a zorra só foi definida nos 15 minutos finais. Diante do ABC, então, a chibança foi ainda mais complicada, pois foi na última volta do ponteiro, aos 50 minutos.

Na peleja contra o Paraná a agonia foi ainda pior, pois sofremos uma virada no nosso Santuário. No entanto, arranjamos força e borcamos novamente. E nesta última partida contra o Asa, quando parecia que ia se repetir a tragédia do Serra Dourada, o time conseguiu segurar a Vitória.

Bom. Se continuamos com o retrospecto das quatro últimas partidas, sem problemas. Minhas 18 pontes de safenas aguentarão o rojão.

E que viva o imponderável!!!

MEA CULPA

julho 16, 2012

Conforme é de conhecimento do Norte e Nordeste de Amaralina, este impoluto espaço é dedicado exclusivamente para o debate das coisas ligadas à história do Ludopédio Brasileiro e do Vitória, o que dá no mesmo. Hoje, porém, abro (lá ele) uma exceção para tratar de polítíca.

Calma, minha comadre, pode largar esta cicuta, que não me alongarei neste áspero tema. Venho a esta tribuna apenas para fazer uma autocrítica.

Seguinte é este. Ou melhor, foi este.

No início do ano da graça de 1997, este rouco e cansado locutor trabalhava na cobertura política do extinto Bahia Hoje. Na ocasião, o hoje deputado federal Antonio Imbassahy assumia (lá elíssimo) a prefeitura de Salvador com gosto de querosene, botano pra vê taúba lascá ni banda. De uma tacada só, demitiu quase cinco mil pessoas, sob o pretexto de austeridade e outras balelas.

Ato contínuo, abondonei a (mal) dita isenção jornalística e fiquei extremamente injuriado. Não podia silenciar diante da insesibilidade do prefeito, que jogou tantos pais e mães de família na rua da amargura, além de jogar também a polícia em cima daquela gente humilde.  Sim, como sói ocorrer nestas plagas, a austeridade governamental só atingia os de baixo poder aquisitivo.

Pois muito bem, digo pois muito mal. Numa das passeatas dos demitidos, a puliça, covardemente, cortou o cabelo rasta de um dos líderes do movimento, numa clara demonstração de prepotência.

Milton Mendes, o experiente fotográfo que trabalhava comigo na matéria, captou todas as cenas de selvageria. Porém, perseguido pelos meganhas, deu um ninja e me entregou o material.  Quando a puliça foi revistá-lo, não havia mais nada com ele.

E quando eu, inocente, puro e besta, já achaava que estava tudo bem, um dedo-duro, destes sacanas que vivem na sombra do poder, apontou na minha direção. Ato contínuo, fui obrigado a sair num pique de deixar com inveja um Ben Johnson dopado. Apesar de toda a minha correria, os infelizes me cercaram ali na Praça Municipal. E só não tomei no ás de loscopita porque uma boa alma, que trabalhava no Elevador Lacerda,  arranjou-me um esconderijo numa cabine desativada e federenta do local. Sem problemas. Afinal, como já ensinou o filósofo Falcão, é melhor escapar fedendo do que morrer cheiroso. E assim foi.

A partir de então, depois de tantas e tamanhas infâmias, prometi que iria amaldiçoar o referido alcaide até o resto dos meus dias. E assim vinha fazendo até hoje. Ou melhor, até ontem.

Seguinte.

Não sei se foi com o dinheiro que economizou com as demissões ou não, mas uma coisa é certa e deve ser reconhecida.  Antônio Imbassahy fez uma das mais espetaculares obra de drenagem do Brasil, especialmente no Largo Dois de Julho, conhecido popularmente como Campo Grande.

Para que os senhores tenham idéia da magnamidade do trabalho, basta destacar que, desde a noite de ontem, o local tem sido vitimado por um chororô dos seiscentos demônhos sem que se tenha notícia de qualquer alagamento. O pé do caboclo tem resistido admirável e bravamente. Um espanto.

Portanto, venho de público fazer um mea culpa e dizer: Parabéns, Imbassahy.

P.S Cabe também reconhecer o trabalho de drenagem feito no Hospital Roberto Santos pelo Governo do Estado. Apesar de não ter tido licitação, parece que o dinheiro foi bem aplicado. Ontem mesmo foi uma cachoeira, um dilúvio  – mas o gramado e as arquibancadas resistiram bravamente.

Leílson, a faísca que faltava

julho 13, 2012

A vida e o futebol (o que dá no mesmo) são cheios de promessas que, muitas vezes, não se cumprem. Neste vale de lágrimas, sempre prevalece o império da incerteza. É como já decretou, há mais de dois mil e quinhentos anos, o menino Eurípedes: “O esperado não se cumpre e ao inesperado um deus abre o caminho”.

É exatamente por isso que, quando se cria uma expectativa, a toda porra desanda. Nas quatro linhas, talvez o exemplo mais ilustrativo seja o de Washington Luiz de Paula, que, depois de brilhar pela Seleção Brasileira Juvenil no Torneio de Cannes, ficou conhecido como o “novo Pelé”.  Contudo, após perambular por diversos clubes, inclusive no próprio Vitória, em meados da década de 70, o projeto de craque morreu praticamente anônimo há pouco mais de dois anos.

Nesta linhagem de sucessores, tem-se o caso de Julinho. Lembro-me que muitos amigos garantiam que ele jogaria mais bola do que Bebeto Gama. Ledo e ivo engano. Enquanto este tornou-se campeão mundial, o outro foi parar no futebol peruano.

Outro exemplo quase trágico foi Raimundo Eduardo Souza Oliveira. O referido causou um rebuliço dos seiscentos demônhos no futebol baiano. E chegou a enganar até mesmo este cético locutor. Não raras vezes, saí de meus cuidados para ver o garoto em campo. E Dico Maradona, eis o apelido do sacrista, não desapontava. Ele lembrava o polêmico craque argentino não só pelo sobrenome, mas também pelas diabruras que realizava com a canhota. Porém, o rapaz não segurou a onda do peso da projeção e do sobrenome. Na breve passagem pelo Vitória, já na década de 90, nem de longe lembrava o craque que encantara a todos em meados da década de 1980.

Além destes três casos emblemáticos de jogadores que passaram pelo Vitória, conheço muitos outros. Já acompanhei glórias, declínios e diversas outras mumunhas no Ludopédio. Portanto, num é uma apresentação cheia de firulas que vai seduzir esta puta velha que vos sopra prosopopeias.
Assim, com a autoridade de quem conhece o pratica o pebolismo (eu falei pebolismo, maledicentes) em 27 idiomas que lhes garanto: Desde que eu me entendo por gente, e lá se vão muitas décadas, não me recordo de um jogador da base ter estreado do modo tão alvissareiro quanto Leilson.

É óbvio que não me refiro apenas ao (bom) futebol apresentado pelo rapaz – até porque, conforme os exemplos acima demonstram, já vi gente jogando muito mais bola na estreia do que ele. O que vale realmente destacar na partida do rapaz no Barradão é o aspecto simbólico. Antes de falar sobre isso, e para não sairmos do campo das reminiscências, destaco um episódio relativamente recente.

Seguinte.

No dia 31 de Maio de 2009, na inolvidável peleja contra o Grêmio, o menino Elkesson participava pela primeira vez no Barradão de um jogo do Campeonato Brasileiro. É óbvio que a grande maioria da torcida, como sói ocorrer, não conhecia o garoto. Porém quase todos já demonstravam a ancestral impaciência. Numa jogada sem maiores consequências, o lateral do tricolor gaúcho, Ruy Cabeção, colocou a bola na frente e Elkesson não acompanhou. Pronto. Foi a faísca que bastou para que boa parte dos torcedores não o perdoasse jamais. De nada adiantou ele fazer o gol do título de 2010 (nossa última conquista) ou jogar com raça e nunca se esconder da partida. Seu destino estava marcado ali. È fato que não só o dele. Todas as vezes que alguma promessa da base veste a camisa, a torcida exige que, quando nada, ele jogue mais do que Pelé. Arthur Maia, que ainda nem fez 20 anos, que o diga.

Mas, derivo. Derivo, mas retorno logo para falar sobre a simbologia da estreia de Leílson. Sem mais longas e delongas, eu lhes garanto: Foi a primeira vez, em milhares de anos, que vi a torcida jogando literalmente com um atleta vindo da base em sua primeira partida no Santuário. Em todos os lances havia uma mágica cumplicidade. Bastava ele tocar uma bola de lado que pipocavam nas arquibancadas os tradicionais comentários: “Conhece muito de bola”.

É lógico que o fato de, logo na primeira jogada, ele ter balançado as redes ajudou muito. Porém, já vi jogadores fazer gols e ser crucificado só porque errou um passe na sequência. Com Leílson, não. Foi amor à primeira vista, digo ao primeiro gol. Talvez isto tenha acontecido exatametne porque não havia a expectativa e, como disse Eurípedes, “ao inesperado um deus abre o caminho”. E este novo caminho, talvez, tenha sido o fato mais importante da sofrida (mais uma) vitória contra o Paraná.

E que esta simbologia inaugurada por Leílson seja a faísca que faltava para unir definitivamente a torcida ao time e aos futuros craques da base.

P.S A propósito, estão de parabéns os meninos do sub-17, que, na noite de ontem, se sagraram campeões invictos da Copa 2 de Julho. Depois de brocar a Seleção Brasileira duas vezes e humilhar as sardinhas nas semis, a garotada enfiou 5 x 2 no Cruzeiro.

A abalizada (e adiantada) análise do Caneleiro

julho 11, 2012

Depois de receber (lá ele) uma reprimenda pública por conta do atraso nas suas obrigações, o novo colunista nem esperou a chuva passar e já entrou de sola. Receba. 

“Oxen, eu que não levo desaforo pra casa (ele que pegue um taxi, ora), já entro de sola no ligamento cruzado pra dizer que quem sempre anda “atrasado” é o salário desta budega, o que, por vezes, me compelirá à sempre eficiente “operação-padrão”.

Dito isto, real no alforje, às caneladas:

Apesar de duas boas defesas no primeiro tempo, Douglas voltou a ser Douglas. Falhou bastante, desestabilizando o sistema defensivo do time (e o sistema nervoso do torcedor). É que lhe falta os fundamentos do futebol. Pecou em saída de gol, deu susto fazendo golpe de vista e ainda conseguiu a proeza de errar 3 vezes no mesmo lance: não segurou uma cobrança de falta rasteira e fraca, mais uma vez espalmou a bola pra dentro da área e, de quebra, novamente se jogou de costas na bola. Não tem condição de ser o goleiro titular de uma equipe que almeja o primeiro título nacional.

Com Nino poupado de última hora, não vi laterais em campo. Vi duas avenidas abertas, por onde passou a maioria das jogadas de ataque do adversário. Léo e Mansur não marcaram ninguém. Aliás, mal cercaram. É certo que cada um deixou o seu golzinho (o que é incomum e acabou sendo fundamental para o triunfo), porém, em termos defensivos, não existiram. Como a diretoria não dá sinais de contratação para o setor, Carpegiani vai “se virando nos trinta” e, no segundo tempo, optou pela formação com 3 zagueiros, liberando os garotos para o ataque.

A zaga (Victor Ramos e Gabriel) também cometeu graves erros de posicionamento. Muito por conta da sobecarga provocada pela deficiência nas laterais, é verdade, porém, a falha no primeiro gol sofrido foi gritante: o centroavante tricolor nem precisou sair do chão pra cabecear sozinho dentro da pequena área. Por outro lado, há que se ressaltar a garra demonstrada por ambos, que culminou com o gol da virada, assinalado pelo namorado (?) da Nicole.

Não há como negar a subida de qualidade no meio-de-campo quando jogam Uéliton e Michel. Mesmo com o mau futebol apresentado pelo primeiro, que me pareceu um tanto displicente em alguns momentos (também mal posicionado no lance do 1º gol paranista). Michel, além da forte marcação, mostrou qualidade no passe, chegando à frente em condições de marcar, numa bela jogada de Pedro Ken. No segundo tempo, recuado como 3º zagueiro, também não comprometeu.

Enquanto esteve em campo, Tartá alternou períodos de sumiço e de boas jogadas, a exemplo do contra-ataque que originou o 1º gol Rubro-Negro. Ele que se cuide, pois acabou sendo substituído por Eduardo Ramos (que quase marca assim que entrou em campo). Já Pedro Ken, a meu ver, foi o melhor em campo. Esteve presente no ataque com qualidade, indo à linha de fundo e fazendo triangulações com o camisa 10. Isto sem falar no lançamento primoroso no gol de Leilson.

Neto Baiano, mais uma vez, não brocou, no entanto, foi decisivo no triunfo da equipe, já que participou diretamente dos gols de Victor Ramos e Mansur, com assistências precisas. Também teve suas próprias oportunidades de marcar, em cobrança de falta e numa bobeira do goleiro adversário. Como o jejum começa a incomodar, ao final da partida reclamou da falta de solidariedade dos companheiros. Precisa ter calma, que os gols sairão naturalmente.

A grata surpresa da noite ficou por conta de Leilson, que entrou no lugar de Marco Aurélio (lesionado) ainda no primeiro tempo. O garoto mostrou que tem qualidade, mas, principalmente, que tem personalidade pra vestir a camisa Rubro-Negra (o que às vezes falta a muitas “eternas promessas” da base). Pois além de concluir com perfeição a jogada do 1º gol, deixou Léo de cara, pra marcar nosso gol de empate. Estreou com o pé direito (que, no caso dele, é o esquerdo). Impressonante como, na hora do apavoramento, a divisão de base sempre acaba fazendo a diferença, desta feita, com os 4 gols rubro-negros.

Infelizmente, com o time em ascenção, a diretoria vai empurrando com a barriga as necessárias contratações. E Carpegiani, aos poucos, vai tentando encontrar a melhor formação. É como diz o ditado: “se te derem um limão… peça sal e tequila!”.

Muita chuva, muito suor e, ao final, lágrimas de alegria. Fizemos o dever de casa e estamos resgatando a mística do Barradão. Em 2012, ele voltou a ser o nosso 12º jogador. Mesmo com deficiências dentro de campo (e com muito sofrimento fora dele), assim é o Vitória. Estamos chegando. Quem viver, verá”.

A (ATRASADA) ANÁLISE DO CANELEIRO

julho 10, 2012

Como o tempo urge e ruge, vamos logo à análise kamasutriana, posição por posição.

Douglas, seguramente, fez uma de suas melhores partidas pelo Vitória. Se não precisou trabalhar na primeira meia hora de jogo, ao ser chamado a intervir, realizou belas e importantíssimas defesas, mostrando uma segurança incomum, principalmente nas saídas o gol.

Infelizmente, Nino e Mansur foram pouco acionadas durante toda a partida. A opção pelo afunilamento do jogo não parecia ser a melhor opção, mas o expediente foi exaustivamente utilizado (sem sucesso, diga-se de passagem). Pelo menos, na defesa, o primeiro ainda deu conta do recado. O segundo continua guardando o lugar pra um titular de verdade.

Desta vez Carpegiani escalou a melhor dupla de zaga que temos, e foi feliz na escolha. Apesar disso, ambos não fizeram uma partida muito segura, ainda mais levando-se em consideração a fragilidade do adversário. Porém, um o gol salvador aos 50 minutos redime Victor Ramos de qualquer crítica. E Gabriel, mais uma vez, mostrou que não pode ficar no banco vendo ninguém jogar.

Se elogiei no jogo anterior, agora critico com veemência: partida muito fraca dos volantes. Principalmente Ueliton, de quem se espera sempre um bom futebol. Continuo afirmando que Michel (que entrou no segundo tempo e deu maior consistência ao setor) é a melhor opção ao lado dele, vez que Rodrigo Mancha vem numa sequência de más apresentações.

Tartá foi melhor do que no jogo passado, o que não significou muita coisa. Apenas se apresentou mais, procurou mais o jogo e, no primeiro tempo, fez uma bela jogada pela esquerda e passou pra Neto, que chutou fraco. Já Pedro Ken, que havia sido melhor que seu companheiro na partida anterior, passou em branco os 90 minutos. Bem marcado, não conseguiu nem arriscar de fora da área. Ficou devendo.

É difícil criticar o bom futebol apresentado por Marco Aurélio, vez que ele mostrou qualidade como atacante, chegou à frente, concluiu jogadas e quase marca numa cabeçada certeira. Porém, considero que esta ainda não é a melhor opção para jogar ao lado de Neto Baiano. O brocador do Brasil, mais uma vez, passou bastante tempo isolado. Sem alguém para municiar-lhe, preparar-lhe as jogadas, praticamente fica assistindo ao jogo e correndo atrás dos zagueiros. Sua participação se resumiu a um chute fraco no primeiro tempo e uma cabeçada no segundo.

Confesso que quando vi Alison, Jérson e Washington no time adversário achei que a fatura estava liquidada. Mas é a velha máxima: “o jogo é jogado e o lambari é pescado”. Mesmo fora de casa, lamentaria muito se não conseguíssemos o triunfo. Foi no sufoco, mas quem é Vitória já tira isso “de letra” há muito tempo. Que venha o Paraná, logo mais. Rumo à liderança!

P.S Por falar em Jerson, vejam este vídeo. É como diz o titular da tribuna: PUTAQUEPARIU A  PREMONIÇÃO