Bem, amigos do VQST! Ainda inebriado pelo turbilhão de emoções (e demais substâncias de efeitos análogos) que experimentei no último sábado, eis-me aqui, para mais uma sequencia de caneladas e outras bragas não menos monumentais. Tirem as crianças da sala…
A estreia de Deola ficou um pouco comprometida por conta do fraco desempenho do ataque do CRB. Na maior parte do tempo, o goleiro apenas assistiu à partida. De efetivo mesmo, somente uma (má) interceptação de um cruzamento, na qual lançou a bola perigosamente para o meio da área e, na segunda etapa, mostrou boa colocação e reflexo ao espalmar um chute à queima-roupa do atacante alagoano. E só. Com a sequência de jogos, deverá ser testado com maior agudeza, porém, em princípio, passa a ser o dono absoluto da camisa 1.
Boa partida de Nino. Como sempre, ele é a válvula de escape do time. Marcou bem e foi ao ataque em jogadas de ultrapassagem com Marquinhos, que os xibungos chamam de overlapping. Cruzou bolas e chutou (fraco) em gol. No entanto, a ausência de revezamento nas jogadas pelas laterais acabou sobrecarregando o Paraíba. É que, pelo lado esquerdo, temos um jogador com nome de craque, Dener, e futebol de zé ruela. Alguém precisa apresentar ao sujeito a linha de fundo. No sábado, ele passou o tempo todo afunilando e afundando o jogo, o que só facilitou a barreira de contenção do CRB. Em sua segunda atuação, outra vez, não agradou a ninguém, tanto que foi substituído ainda no intervalo. Infelizmente, a entrada (a meu ver, equivocada) de Arthur Maia em seu lugar não surtiu o efeito esperado por Carpegiani, já que a “eterna promessa” também resolveu jogar mais pelo meio.
Em relação à dupla de zagueiros, a coisa foi bem diferente: Victor Ramos, mais uma vez, fez uma partida muito segura. Sempre jogando sério e, certamente inspirado pela Nicole, sem deixar vazio por ser preenchido. De quebra, ainda fez o lançamento pro gol de Neto. Dankler também apresentou um bom futebol. Só precisa aprender a não “ir de vez” na marcação, pois acaba tomando dribles fáceis. Preocupante mesmo foi a falha coletiva do setor, numa bola alçada já no finalzinho do jogo. Não dá pra tomar um susto daqueles, principalmente por ser um lance de bola parada! É preciso ter mais cuidados com nossas pontes de safenas. Mas, tivemos sorte, até porque, ela gosta de acompanhar os que são competentes.
Também me agradou o futebol apresentado por Uéliton e Michel. Muito mais pela vontade de ambos do que pelo futebol apresentado. Com o jogo muito truncado no meio de campo durante a maior parte do tempo, não houve muito espaço pra tabelas ou jogadas de efeito. Na segunda etapa, Michel acabou sendo sacrificado, pois teve que dar lugar a Léo, na 2ª tentativa de Carpegiani em corrigir o problema da lateral esquerda. Como o garoto já conhece a posição, pelo menos conseguiu dar maior consistência ao setor.
Leilson foi o jogador mais fraco do meio-de-campo. Particularmente, prefiro-o jogando lançado, lá na frente, como atacante “de ofício”, do que jogando pela meia. Pouco produziu e, na segunda etapa, acabou dando lugar a Marcelo Nicácio. O problema é que este rapaz, tido como uma solução para os problemas do ataque rubro-negro, até agora, não disse a que veio. Então, o melhor mesmo é falar do excelente futebol apresentado por Pedro Ken, que, ultimamente, vem tirando leite de pedra, naquele setor. Cabeça pensante do time, o japinha ainda carece de um companheiro com quem dialogar. Ainda assim, foi o melhor em campo e, no final, quase faz um golaço de fora da área.
Já Marquinhos, se não fez uma partida brilhante, também não se escondeu do jogo. Muito pelo contrário. Apresentou-se bastante no ataque e produziu boas jogadas, tanto pela direita, com Nino, quanto pelo meio. Teve boa chance de marcar no primeiro tempo e, no segundo, quase faz outro por cobertura, que seria uma verdadeira pintura. Ao seu lado, NETO BAIANO, foi, mais uma vez, NETO BAIANO: correu pra porra, chutou em gol, marcou a zaga adversária, reclamou da arbitragem, dominou de canela (homenagem que dispensei, mas que ele insiste em me dedicar) mas, acima de tudo, NETO BAIANO brocou. Simples assim. Oportunista que é, aproveitou o vacilo da zaga no lançamento de Victor Ramos e… brocou. Despediu-se da sua casa levando o time ao 6º triunfo consecutivo e os mais de 150 mil torcedores à loucura, psicopatia e caos. Por estas e (tantas) outras, NETO BAIANO deixa gravado o seu nome na história do Clube. Que também obtenha sucesso lá do outro lado do mundo.
Desta feita, Carpegiani se atrapalhou e foi infeliz nas substituições. Dos males, o menor. Me arrisco a dizer que foi o jogo de um time só; a maior parte do tempo, ataque contra defesa. Malgrado uma ou outra chegada esporádica do CRB, o fato é que eles (assim como qualquer outro time que cair no Barradão) vieram pra arrancar o empate. E, com o passar do tempo, a tensão foi aumentando, pelo gol que teimava em não sair. Desta forma, não foi um jogo bonito, mas diante dos 3 pontos conquistados (e das emoções guardadas para o final), quem aqui vai ficr se preocupando com boniteza? Digna de registro, isto sim, foi a festa, após o apito final. Sem dúvida, uma das mais emocionantes dos últimos tempos.
Ainda estou rouco, é verdade, mas não por muito tempo. Terça-feira temos mais uma batalha, então, preciso me recuperar. Conhecem alguém aí que possa me emprestar um Cepacol?