Archive for maio \31\+00:00 2014

OJERIZA À PRIMEIRA VISTA

maio 31, 2014

Agora, passadas as regulamentares 48 horas do fervor da peleja e com o auxílio luxuoso do distanciamento brechtiano, podemos, sem temor de equívocos ou exageros, fazer a seguinte afirmação em negrito: o time do Vitória fez uma partida heroica diante do brioso Goiás.

Mesmo para o mais rabugento torcedor, foi impossível não comemorar o empate conquistado em pleno Serra Dourada , na última quarta-feira à noite. Afinal, poucos são os times que conseguem tal resultado contra o brioso esmeraldino atuando com dois jogadores a menos em posições cruciais como a meia esquerda e zona do agrião. Ô, grória

Sei que alguns, para tentar dar contornos de epopéia à peleja, poderão dizer que o Rubro-Negro jogou sem ninguém na lateral direita, coisa, aliás, que já vem se repetindo há alguns jogos. Sim, é fato que as pessoas que fazem tal afirmativa não estarão totalmente equivocadas, mas prefiro tratar apenas de questões indiscutíveis, que não causem polêmicas. E, indiscutivelmente, souza e hugo foram (e são) as duas nulidades inquestionáveis  – menos, é óbvio, para o novo-antiquado técnico do Vitória.

PUTAQUEPARIU A TEIMOSIA!!!

jorginho (deixa em caixa baixa, revisor) nem bem desembarcou e já mostrou para o que não veio. Não veio para pensar em algo diferente do que aconteceu no trágico primeiro semestre. Ao contrário, ao apostar suas fichas em tais injúrias, o comandante (?) do Vitória dá mostras claras que vai investir na infâmia. E, talvez, no fim de ano, comemorar “heroicamente” a fuga do rebaixamento, como fez em nosso rival. E este é  o tipo de “glória” que não deve interessar a quem pensa, quer e luta por um Vitória forte.

Sei que muito podem dizer (não sem razão) que ele comandou (?) apenas dois jogos e que ainda é muito cedo. Porém, emulo o velho Sotero Monteiro – e afirmo sem medo de errar. “Quando um técnico mostra que vai apostar na infâmia, a gente percebe logo no arriar das malas”.

É isso.  jorginho, no Vitória, é um caso de ojeriza à primeira vista.

Solução? Simples. Ou ele muda, ou mudaremos ele.

 

P.S Por falar em mudanças, eis uma boa nova. O Vitória Livre já conseguiu mais de 200 assinaturas de sócios-torcedores com mais de 18 meses de associação para convocar a almejada Assembleia Geral e, assim, estabelecer eleições diretas em nosso Clube.

 

Participe desta luta. Eis o endereço http://groups.google.com/group/vitoria_livre .

APRÈS MOI LE DÉLUGE

maio 26, 2014

O menino Charles Baudelaire garantia que para não “sentirdes o fardo horrível do Tempo, que vos abate e vos faz pender para a terra, é preciso que vos embriagueis sem tréguas”.

Sábio ensinamento.

Porém, no futebol de Pindorama, não tem cachaça que dê jeito. Há um fardo inexorável que se impõe sobre aqueles que tentam construir uma biografia excepcional nas quatro linhas. E este peso insustentável também tem um nome parecido com canjebrina: Pelé.

PUTAQUEPARIU AS SIMBOLOGIAS!!!

Mesmo sendo um poeta em silêncio, o eterno camisa 10 da seleção parece ter lançado sobre as gerações futuras de craques uma praga igual àquela de Luis XV: Après moi le déluge.

E a tempestade que se abateu sobre seus pretensos sucessores nunca tem fim. Após a conquista do tri, no México, muitos tentaram, mas apenas dois jogadores conseguiram o feito de conduzir a equipe canarinho rumo à glória maior: Romário e Ronaldo.

E ambos sofreram a maldição do Rei.

Primeiro, foi o baixinho. Gênio incontestável na pequena área, não conseguiu ter a sabedoria real de parar na hora certa. E, no fim de carreira (sem trocadilhos, por favor), foi peregrinar por estádios e nações em busca de uma glória que não lhe deveria pertencer, o tal gol mil. Este vexame foi o requiém de uma longa e gloriosa jornada, que terminou de modo meio que decadente.

Foi assim que, naquela busca insana e inconformada, Romário protagonizou lances patéticos. Tentando dar um xeque-mate na idade, buscou a eterna juventude, se encheu de finasterida para cessar a inevitável queda de cabelos e, já nas prorrogações, foi humilhado e traído num  exame antidoping.

Por falar em traição, este infortúnio parece perseguir o outro escorpião desta fábula: Ronaldo Nazário de Lima. O menino Ronaldo é um fenômeno quando o tema central é a infidelidade.

Em 1998, ao saber da fofoca de que Pedro Bial batia um bolão com Suzane Werner, dizem que o centroavante não aguentou o tranco e deu caruara, que os médicos, eufemisticamente, chamaram de convulsão.

Depois, quando espalharam o boato de que houve a invasão holandesa de Clarence Seedorf (que jogava com ele na Inter de Milão) na zona do agrião de Milene Domingues, reza a lenda que nosso anti-herói tirou o sofá da sala. Fugiu do problema e foi para o Real Madrid, na Espanha.

Dizem os sábios que chifre é algo essencial na vida das pessoas, pois acaba humanizando o cristão. Ronaldo, porém, de vítima tornou-se algoz, transformando-se em protagonista de deslealdades. E foi traindo nas mais diversas áreas. Começou pulando de um time para o arquirrival, sem a menor cerimônia. E tome-lhe Barça, Real, Milan, Inter e, por fim, apesar de se declarar flamenguista, foi encerrar a carreira no Corinthians. Mas a iniquidade maior acontece agora, fora das quatro linhas. O que era sua glória no futebol, o apurado senso de oportunismo, acabou por se transformar em sua própria ruína.

Seguinte foi este.

Depois de bater bola com Dilma Rousseff e se lambuzar no impoluto Comitê Organizador Local (COL), ele agora diz que tem vergonha da Copa e afirma que vai jogar um baba do outro lado da rua com Aécio Neves.

E aí, uma vez mais e finalmente, entra a maldição de Pelé, no caso de Edson Arantes do Nascimento. As infâmias perpetradas por este no binômio futebol & política tornam-se somente folclore. Já nos outros, que tentam superá-lo, viram apenas e simplesmente canalhice.

É isso. Está escrito desde sempre que é impossível superar o Rei, seja na fama, na glória ou até mesmo na desonra. A maldição de Pelé é implacável. E ninguém a desafia impunemente, pois, no fim, é só dilúvio, choro e ranger de dentes.

Ronaldo parece que ainda não entendeu este axioma tão CLARO!

GRANDE MUTIRÃO PELA DEMOCRACIA NO VITÓRIA

maio 23, 2014

Os torcedores do Esporte Clube Vitória, que não se rendem nem se vendem, têm um histórico e inadiável compromisso neste sábado. A partir das 9h, todos os que acreditam e lutam por um clube transparente e democrático estão convidados a comparecer ao Capemi para assinar a lista dos sócios pela modificação do estatuto e a consequente implantação das eleições diretas no Clube.

Integrantes do Vitória Livre, que estão no comando da campanha, estarão a postos no local, não só para recolher as fundamentais assinaturas, mas também para manter diálogo com a torcida com o objetivo de fortalecer esta luta extremamente vital para o fortalecimento do Clube.

Mesmo que você já tenha assinado a lista, compareça lá para o importante debate e também para ajudar na coleta.

A participação de todos neste verdadeiro mutirão pela democracia é fundamental.

Eis as informações.

O que: recolhimento de assinaturas para convocação da Assembleia Geral para estabelecer eleições diretas no Vitória, alem de debate sobre o fortalecimento da luta em prol da democracia no Leão.

Quando: Sábado, dia 24 de maio, a partir das 9h.

Local: em Frente à Loja do Sou Mais Vitória, no Capemi, próximo ao shopping Iguatemi.

O DENDÊ CONTRA O PADRÃO FIFA

maio 22, 2014

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Se teve um momento em que a Copa do Mundo no Brasil esteve ameaçada às ganhas, certamente foi quando a Fifa cismou de proibir a venda de acarajé em Salvador. Porque a Fifa conseguiu quase tudo que queria do Brasil – menos proibir o acarajé.

Iguaria ancestral da Bahia produzida como um ritual religioso, o acarajé quase ficou de fora da Copa do Mundo, o que seria um crime de lesa-diversidade que a Fifa tentou emplacar. Mas não em Salvador, que lá é sopa de tamanco. A turma gritou e algumas baianas vão poder vender suas bolas de fogo enquanto a bola da Fifa rolar na Fonte Nova. Menos mal.

Não comi acarajé no último domingo em Pituaçu. Estive em Salvador para uma visita diplomática a Franciel Cruz, o Menestrel de Amaralina, e já havia feito a ronda nas barracas do Rio Vermelho no dia anterior. Mas não tive alternativa se não abordar um sujeito que carregava um cilindro de isopor de onde brotava um improvável SORVETE de sabor incerto, misto de tira de Havaianas com cadarço de coturno de sargento aposentado. Ainda não decidi se era kiwi ou bergamota.

Em Pituaçu, um belo estádio em formato de ferradura encravado num barranco de onde se divisaria o parque de mesmo nome, se fosse dia, assisti a um dos piores jogos de futebol da minha vida. Debaixo de chuva forte, Vitória e Palmeiras surraram a bola durante 90 minutos e mais os acréscimos que o árbitro teimou em conceder à partida. Pouco me importei.

Porque eu – e muita gente também – gosto de ir ao estádio para CONTEMPLAR mais o que acontece fora de campo do que qualquer outra coisa, vivendo o jogo de futebol para muito, mas muito além do que se convencionou chamar de “espetáculo”. Quem acha que futebol é um espetáculo a ser consumido por espectadores está bastante enganado. O brabo é que são eles que andam apitando o jogo.

Não fui a tantos estádios quanto gostaria. Mas em Montevidéu gostei de acompanhar uma partida do Rampla Juniors mirando a Baía de Montevidéu. Em Assunção, um bom programa de domingo era ir a La Arboleda ver o Rubio Ñu enquanto se comia chipa e se tomava tereré, ou então me somar à torcida do Nacional Querido contra um adversário qualquer. Pra quantos times emprestei minha torcida, em solidariedade à causa? No Cillindro de Avellaneda, diante da comovente devoção racinguista a um time tão ruim, me vi obrigado a cantar LA ACADÊ quando saiu o gol. Certo que o Coloradinho de Santa Maria precisava do meu apoio nos jogos do Gauchão. Em Santa Fe, ouvi dos torcedores explicações sobre a rivalidade entre tatengues e sabaleros, enquanto um bêbado tentava trocar camisas com a gente e gritava algo como AGREGÁMETUCRAZYLU, que mais tarde entenderíamos como “agrega-me no teu Facebook”. Em Porto Alegre, ouvia dos velhos histórias sobre os tempos gloriosos do Cruzeirinho enquanto sorvia latão de Skol vendido ilegalmente. No Beira-Rio, minha casa, a diversão era ficar em algum bar pegando o brilho enquanto se saudava os amigos e se tecia teorias sobre as mazelas da defesa do Internacional.

A graça de ir a um jogo de futebol está na história e na localização da cancha, nos cheiros, sabores e na gritaria das arquibancadas, nas pessoas, nos causos inventados, nas mentiras contadas como verdades absolutas, nas ruas do entorno, nos buracos onde se acha a cerveja mais barata. Está, enfim, em tentar entender o que aquele estádio e aquele time representam para as pessoas que costumam estar ali a cada semana. O espetáculo pode ser muito ruim, que continuará valendo a pena ir ao jogo.

Um estádio de futebol concentra num mesmo espaço quase tudo que existe numa cidade. Em Pituaçu não teve apenas a bela vista para o parque, o sorvete indecifrável e o acarajé, que não pode faltar num estádio de Salvador. Teve também cerveja sendo vendida livre e legalmente. Teve distribuição de rosas às mulheres, para dar sorte, teve coleta de assinaturas para um abaixo-assinado e o Franciel adentrando o estádio como um pau de enchente – parando a cada dois metros para ser abraçado por seus correligionários. Nosso amigo, aliás, é uma atração permanente nos jogos do Vitória. Começa gritando que o pior jogador do time vai fazer três gols, orienta a equipe nos primeiros 45 minutos e depois desata a soltar impropérios contra as carniças que não conseguem acertar o gol. Em determinado momento, aliás, pareceu que os torcedores do Vitória iniciaram um concurso tácito de criatividade nos xingamentos. A arquibancada costuma ser sempre melhor que o jogo.

O ingresso saiu a 30 reais e poderia ser mais barato, até para atrair mais público num domingo à noite, com chuva forte e um time do Vitória eivado de jogadores da base. A saída do estádio também não foi das melhores: para pegar o ônibus, a multidão se embretou numa passarela com água pela canela em alguns trechos.

São coisas que precisam melhorar. É saudável que os estádios brasileiros e seus entornos se tornem mais confortáveis, seguros e inteligentes. É uma pena que eles estejam perdendo a diversidade. Os estádios ficam todos iguais: na arquitetura, na comida, nas pessoas que os frequentam. A cultura de estádio vai perdendo para o padrão Fifa. É o futuro, dizem. Mas não tem a menor graça.

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Pelo menos, em Salvador, o acarajé venceu o McDonald’s, cujo sabor é tão indecifrável quanto o do sorvete em Pituaçu.

Texto escrito pelo brioso Daniel Cassol para o IMPEDIMENTO

A LUTA É JUSTA, LEGÍTIMA E LEGAL

maio 21, 2014

POR MATHEUS PEIXOTO*

 

Amigos rubro-negros,

 

Acompanhar o nosso Vitória na condição de expatriado é tarefa tão difícil e inglória quanto enfrentar o interminável engarrafamento da rua Artêmio Castro Valente em direção ao Parque Sócio-Ambiental, Santuário Ecológico, Manoel Barradas, o Monumental Barraquistão. Se outrora resmunguei contra os péssimos horários dos jogos de meio de semana, hoje peço perdão. O fuso-horário me faz ficar acordado por vezes até as 3h da madrugada para ver soltarem o Leão.

 

Isso porque ser torcedor de qualquer equipe, em qualquer esporte, exige um pouco de loucura, com algumas pitadas de autoflagelo. E ser um torcedor apaixonado pelo Esporte Clube Vitoria é viver de perto a potencialização de tudo isso, é saber que em toda a nossa centenária historia muito pouco do que conquistamos veio de mão beijada. O que nos leva a manter a devoção pelo Vitoria são todas as alegrias com as quais ele fortuitamente nos presenteia. A onda de felicidade que nos inunda no momento de um gol, mesmo que ele nada valha, é a emoção que renova a nossa paixão pelo rubro-negro. E assim o bandeirão continua a subir, as baterias continuam a tocar e o povo, do Corredor da Vitoria à Canabrava, continua sendo Vitoria, com muito orgulho e com muito amor.

 

Por falar em amor, recentemente, um grupo de rubro-negros apaixonados (Vitoria Livre) resolveu lutar para transformar o Esporte Clube Vitoria de maneira definitiva. A proposta do grupo é convocar uma Assembleia Geral de sócios para promover mudanças de caráter democrático no clube. O editor desta emissora, Franciel Cruz, já falou muito sobre o tema aqui, mas não custa recomendar uma vez mais àqueles que ainda não conhecem as idéias desse grupo que procurem seus canais de comunicação (twitter, facebook e principalmente a lista de email, que é onde as coisas acontecem).

É contagiante ver a quantidade de pessoas dispostas a mudar para melhor o Esporte Clube Vitoria, transformando uma estrutura política ultrapassada por meio de um sopro de democracia mais do que urgente. A luta do Vitoria Livre é JUSTA, LEGÏTIMA e LEGAL. Alerto, no entanto, que essa luta não é e não pode ser fruto pura e simplesmente do descontentamento com o desempenho do time que vai a campo e da insatisfação com o trabalho e os resultados da diretoria atual seja em que área for.

É o sistema político, que é sustentado pelo atual Estatuto do Esporte Clube Vitoria, que deve ser mudado, independentemente de quem esteja à frente do clube e da qualidade do trabalho que realizam. Mesmo que esta gestão estivesse apresentando um trabalho satisfatório no futebol, nos esportes amadores, nas finanças do clube, no marketing e em todo o resto, ainda assim a luta pela democratização do clube continuaria sendo JUSTA, LEGÏTIMA e LEGAL.

 

É JUSTA pois o Vitoria Livre age às claras e com ética, não se esconde e não teme o debate de idéias. É LEGÏTIMA porque tem como objetivo adequar o nosso clube aos princípios democráticos e valorizar a figura daqueles que realmente são a razão da existência do clube: seus apaixonados torcedores. É LEGAL, pois encontra respaldo no Estatuto do clube e se baseia nele em todas as suas ações.

Por fim, deixo os meus parabéns à coragem e à disposição dos membros do Vitoria Livre em mudar o clube de maneira definitiva a partir dessa iniciativa, principalmente àqueles que estão dedicando seus tempos e esforços para fazer as coisas acontecerem, saindo da inércia das redes sociais e partindo para a ação efetiva. Aproveito para novamente convocar aqueles que ainda não conhecem o grupo para se juntar a essa luta e fazer um Vitoria cada vez mais democrático, transparente e vencedor.

 

Saudações rubro-negras.

 

*Matheus, engenheiro e torcedor do Leão em Paris, França

P.S. 1 ATENÇÃO. No próxima sábado, dia 24 de maio, a partir das 9h, haverá um grande mutirão dos integrantes do Vitória Livre, no Capemi, para recolhimento das assinaturas dos sócios. 

P.S 2 Quem desejar entrar nesta luta pode começar acessando a lista de debates neste linque http://groups.google.com/group/vitoria_livre.

 

UNA GIORNATA PARTICOLARE*

maio 12, 2014

Created with Nokia Smart Cam

Quando decidimos contrariar Machado de Assis, deixando o legado de nossa miséria para outra criatura, não resta alternativa senão tentar impingir-lhe marcas indeléveis. E a principal de todas, nesta pátria de chuteiras coloridas, é forçar o futuro herdeiro das dívidas a vestir e honrar a camisa do clube que escolhemos amar.

Fracassar neste objetivo primordial é motivo de infindos desalentos e desesperos na vida de qualquer cristão. Pior do que isso só se o sacana trair a nação e tornar-se um verdadeiro quinta-coluna, aderindo às hostes adversárias.

DEUZULIVRE!!!

Mas, neste caso, por legítima defesa, além da tradicional surra de cansanção, as leis de Pindorama permitem também que o referido sacripanta seja excluído do testamento, excomungado, humilhado em praça pública, o caralho aquático.

É óbvio que quando um sujeito gasta três parágrafos costeando o alambrado (alô, Brizola) com tais prosopopeias é porque ele fracassou em sua missão. Sim, amigos de infortúnios, confesso a verdade que não salva nem liberta: fracassei. Mas não por omissão. Desde sempre fiz a parte que me cabia neste latifúndio cercado por quatro linhas, levando meu filho, inclusive na marra, para muitos jogos do Vitória. O máximo que consegui nestas mais de duas décadas de árdua labuta foi um tímido reconhecimento, na final da Copa do Brasil, em 2010, de que o Leão havia jogado uma boa partida contra o Santos. (O relato da epopeia está aqui. Leiam depois. Modéstia às favas, tá bem mais ou menos).

Diante deste fiasco familiar, não me restou outra saída senão recorrer à poesia. Calma, minha senhora, nécaras de me caluniar. Não me adroginei, não.  Somente passei a me guiar pela sábia assertiva do Deschamps: les amis — ces parents que l’on se fait soi-même, que, numa tradução malamanhada, seria algo como “Amigos são familiares que cada um escolhe sozinho”.

E foi assim que escolhi. E minha família no futebol baiano ficou praticamente restrita a meu amigo João Carlos Sampaio. Além de ser o primeiro e único melhor goleiro de meu baba, ele foi meu parceiro de arquibancadas por séculos.

Ah, sim, a grafia do verbo no passado não é por causa de meu habitual desprezo para com a língua portuguesa. É mais grave. E triste. O menino João inventou de morrer no início deste inconsequente maio.

Silêncio nas arquibancadas e na crítica cinematográfica da Bahia. E eu também silenciei sobre o trágico tema porque a perda pessoal foi tanta e tamanha que nem sabia o que fazer ou dizer, principalmente diante de incontáveis homenagens feitas por ilustres. Mas, meu filho sabia. E, pela primeira vez nos seus 23 anos, aporrinhou-me para ir a um jogo do Vitória. E logo num Ba x Vi, o primeiro clássico sem João desde tempos imemoriais. Foi o modo que meu filho achou não só de homenagear meu amigo falecido, mas também de (re) construir e (re) costurar nossa esgarçada história afetivo-futebolística.

E, neste domingo, na nova/velha Fonte, de parcas alegrias e marcantes tragédias, deu-se efetivamente nosso primeiro encontro de afetos no campo esportivo. Tudo parecia (e era) absurdamente real e cinematográfico, grandioso e simples, assim como no belo filme de Ettore Scola que emoldura estes rabiscos. Realmente, una giornata particolare.

Aliás, antes mesmo de o árbitro autorizar o início da partida, sabia que nada de mal iria me acontecer neste inolvidável domingo diante da glória já previamente conquistada. Nem mesmo a chuva, nem ingressos caros, time ordinário, trânsito malamanhado, diretoria incompetente, nada, nada me abalaria.

Até mesmo o fatídico gol de empate de Pará no final do jogo não me abalou. Ao contrário. Até me deu uma ponta de contentamento, pois eu sei que o verdadeiro torcedor precisa ser forjado nas adversidades.

E foi exatamente isso que aconteceu. Do semblante de meu filho emanavam raiva e alegria. E, principalmente, deslumbramento – tanto pela imensidão do novo estádio, que ele ainda não conhecia, quanto por causa de uma nova e adormecida paixão que ele enfim reconhecia: o nosso Vitória.

Created with Nokia Smart Cam

E, mais do que tudo, por causa desta confissão que ouvi ele fazendo para minha namorada ao final da peleja. “Maya, sempre tentei ser diferente de meu pai, mas vi que, com o tempo, estamos cada vez mais iguais”.

*Texto escrito para o brioso http://www.impedimento.org

CLÁSSICO DE UM NOVO TEMPO

maio 10, 2014

Neste domingo, dia 11, a Fonte Nova (arena é *&¨%$#@#@&) será palco de mais um decisivo Ba x VI. Sim, amigos de infortúnios, decisivo. Afinal, além de todo clássico já ser decisivo por natureza, o de amanhã tem um significado especial para boa parte da torcida do Vitória. Será o primeiro jogo depois que um grupo, cada vez maior, diga-se, de torcedores decidiu lutar pela convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária para democratizar o Leão.

Mais do que nunca, torcerei para o Vitória brocar, pois, ao contrário das sardinhas, temos que demonstrar que nossa fé democrática não pode nem deve estar vinculada a efêmeros resultados nas quatros linhas. Ao contrário. A luta tem que ser totalmente independente, senão ficaremos sempre ao sabor dos ventos, sem jamais podermos efetivamente interferir na história do Clube que escolhemos amar.

A propósito, cabe destacar que a luta em prol da democracia no Vitória não começou ontem nem vai se acabar amanhã. É uma batalha contínua. Lembro, inclusive, que logo que este blog entrou no ar, lá nos idos de 2008, fiz logo um chamamento à torcida, mostrando como exemplo o fundamental avanço conquistado pelos torcedores do Internacional, torcedores que foram os primeiros a eleger gente da arquibancada para o conselho do Clube.

(Quem quiser conferir e/ou relembrar com mais detalhes esta história, basta clicar neste linque a seguir https://victoriaquaeseratamen.wordpress.com/2008/12/16/a-hora-e-agora/ . Vale destacar que antes mesmo desta revolução no Internacional, já existiam grupos lutando por mudanças no Leão, a exemplo da Associação Vitória Forte. Depois, surgiram organizações ainda maiores, a exemplo do Somos Mais Vitória, entre outros).

Porém, aquele fundamental exemplo dos guris do Internacional continua mais atual do que nunca, até mesmo para nos fazer lembrar que as mudanças efetivas têm que ser construídas pela torcida – e não através de “revoluções” pirotécnicas comandadas do alto por marqueteiros de governos (sejam eles quais forem) e quejandos.

Então, é isso. Amanhã será um clássico de um novo tempo, pois brocaremos as sardinhas nas quatro linhas, mas seguiremos firmes na luta incessante pela democratização do nosso Esporte Clube Vitória.

P.S Quem ainda não se incorporou à luta, não se acanhe. Basta acessar este linque e participar. Recebam, amorteçam e distribuam.

https://groups.google.com/forum/#!members/vitoria_livre

Repetindo para não ter erro.

https://groups.google.com/forum/#!members/vitoria_livre

 

 

VERGONHA E REDENÇÃO

maio 8, 2014

Qualquer manual fuleiro da boa escrita ensina que se deve evitar, a todo custo, as repetições. Os bacanas dizem que elas empobrecem os textos, deixando-os mais combalidos do que minha maltratada conta bancária.

Porém, com o couro curtido no contraditório barroco, mando às favas tais etiquetas e sempre apelo às recorrências & reincidências, lambuzando as prospopopéias que aqui rabisco com as indefectíveis anáforas, epanalepses, epístrofes, simplaces, anadiploses e outras mumunhas menos cotadas.

Das minhas obsessivas repetições, as maiores são contra aqueles torcedores que, emprenhados pelos ouvidos por radialistas escrotos, trituram o nosso futuro, desancando ferozmente os meninos da base do Vitória. Nas vozes gritadas destes infames, o craque de bola Leandro Domingues virou apenas um Leandro Dormindo e o bom e raçudo Gabriel transformou-se em Bagriel, entre outros inúmeros exemplos. Contudo, tem um caso que faz com que os hereges ultrapassem os limites, atingindo um patamar quase que doentio: Marcos Antônio da Silva Gonçalves.

PUTAQUEPARIU A PERSEGUIÇÃO!!!

Desde que o menino Marquinhos do Prado, como ele era conhecido em priscas eras, vestiu o manto de titular em 2008 não há sossego. É fato que, na ocasião, por conta de atuações soberbas, os caluniadores tiveram que engolir os impropérios. Mas não por muito tempo. Bastou o guri assinar o contrato com o Palmeiras para os maledicentes garantirem que ele ia entregar a rapadura e etc e coisa e tals.

Como os canalhocratas não podiam reclamar da qualidade do seu futebol naquela irrepreensível temporada, inventaram de implicar com a cor verde da chuteira que ele passou a usar em algumas pelejas. Porém, mesmo no jogo de despedida contra seu futuro clube que disputava vaga na Libertadores, Marquinhos fez o que sabe. Foi rápido, fominha, habilidoso, mascarado e, em alguns momentos, brilhante, genial, infernizando a zaga alviverde.

(E olhe que Marquinhos estava tão baleado na ocasião que, antes mesmo de estrear no Palmeiras, teve que passar por uma cirurgia. Porém, de nada valeu este exemplo de dignidade, conforme veremos mais adiante).

Depois no exílio no Sudeste, retornou em 2011 virado ainda mais no raio da silibrina e marcou 13 decisivos gols em 19 partidas. E só não nos levou ao desejado acesso naquele ano porque o técnico Vagner Benazzi deixou ele, combalido, em campo mesmo o jogo contra o Salgueiro já estando decidido. Resultado. Marquinhos, que com erros e acertos nunca foi de se esconder, deu um pique desnecessário e se contundiu, ficando de fora das partidas decisivas. Nova contusão em 2012 impediu que brilhasse, mas não que ajudasse o time a subir para a Série A.

E foi novamente na Série A que o Gênio Franzino voltou a brilhar. Ao reconquistar a titularidade no segundo semestre tornou-se, juntamente com Escudero, o responsável pela brilhante campanha do Rubro-Negro na fase final do Brasileirão. Apesar de ter sido decisivo em diversos jogos, é óbvio que falhou em outros, como todos os jogadores. E foi então que a fúria dos sacripantas começou a tomar contornos infames, atingindo o ápice neste início de 2014.

E por que esta sanha persecutória contra um jogador com tal histórico?

Seguinte.

Quando ainda havia a mão dupla da crítica mas também dos elogios, inferi que a torcida do Vitória iria prosseguir amando-o e perseguindo-o porque é o destino dela ser assim – exacerbadamente contraditória.

Porém, o que parecia uma simples perseguição contra mais um jogador da base foi se transformando num ódio ancestral. A partir de então, intui que o problema era outro, o velho complexo de vira-latas daqueles que sempre acreditaram que a redenção Rubro-Negra virá com algum estrangeiro bem nutrido – e não através de um menino pobre e raquítico, saído do longínquo lugarejo do Prado.

Era como se o ranço elitista e deslumbrado de alguns estivesse a gritar que um time nascido na região aristocrática da velhaca Soterópolis não pode ter como herói um sujeito assim, humilde e abusado ao mesmo tempo.

E esta tese ganhou reforço agora na renovação de contrato de Marquinhos. Os aristocratas ou mesmo alguns frequentadores de cimento da arquibancada não admitem que ele possa ganhar bem pelo seu ofício.

Porém, para além do ranço elitista, é agora a voz dos senhores escravocratas. Senhores que estão a dizer a seguinte mensagem que não têm coragem de verbalizar. “Quem este negro pensa que é?”

Muitos deles gostam de dizer que Marquinhos é soberbo, como se tal comportamento não fosse apenas uma autodefesa, uma proteção diante de tantas hostilidades. Aliás, caso assim não agisse, de modo um tanto quanto instintivo, ele já teria sido engolido por esta engrenagem estupidamente escrota e racista.

Sim, racista, pois é difícil achar outra explicação para tanto ódio senão este racismo velado e ancestral. Afinal, para pegarmos um exemplo recente, na novela da renovação de Maxi Biancucchi poucos questionaram quando a diretoria ofereceu 150 mil dinheiros. Ao contrário. Achavam que o clube deveria dar o que ele quisesse. E olhe que o argentino nunca soube o que é voltar para ajudar o lateral, além de ter passado um século no departamento médico, contundido, como aliás tem acontecido em sua inconstante carreira.

Pois em relação a Marquinhos, principalmente nos últimos tempos, o comportamento de parcela dos torcedores tem sido doentio. Até mesmo quando o pivete marca gols decisivos gols, como na última partida contra o Fluminense diante de um Maracanã lotado, seus detratores não o perdoam. O inverso é o verdadeiro. Partem para o ataque, como se fosse uma vergonha ganhar o jogo pelos pés de um negro frazino.

É, é isto. E esta gente se guia por este sentimento tão mesquinho por medo. Medo de compreender que Marquinhos não é motivo de vergonha, mas sim um símbolo de nossa capacidade de redenção.

P.S Por falar em vergonhas e redenções, seguinte. O modo como nosso time secularmente é gerido, escanteando os torcedores, é vergonhoso. Porém, temos a chance de nos redimir, tomando o destino em nossas mãos.

Um bom caminho para conseguir tal objetivo é participar da convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária para democratizar o nosso Clube. Quem tiver interesse, basta acessar este linque https://groups.google.com/d/forum/vitoria_livre

TEXTO SOBRE O VITÓRIA ESCRITO PELO MELHOR AMIGO QUE ALGUÉM PODERIA TER NO MUNDO*

maio 2, 2014

Algumas linhas sobre o maior do mundo

Por: João Carlos Sampaio

Fui incentivado pelo editor deste espaço, Maurilio Martins, a alinhavar umas ideias sobre o Esporte Clube Vitória, da Bahia, agremiação que, de mim, tem todo o crédito, devoção, apreço e uma lista infindável de adjetivos.

Fosse outro, abdicaria da missão, tamanho é o desafio dentre todos os temas possíveis a se discorrer neste vasto campo pebolístico, mas o problema é que sou este mesmo, que se avexa, mas não se conforma, nem se arreda. Pior ainda, Maurilio é meu amigo; e amigo é como time de futebol, não se escolhe, é coisa que se abraça e atende.

Então, depois de me raciocinar todo (royalties para Antonio Biá), optei pelo caminho mais simples: explicar aos distintos interlocutores o óbvio ululante (alô, Nelsão!), o porquê de o Esporte Clube Vitória ser o maior do mundo.

Corria a passos mornos o ano de 1980 e eu, a esta altura com dez verões bem vividos, me dividia entre os ofícios de ler gibis de heróis, catar fruta da estação e tentar passar pelos babas (como chamamos pelada, na Bahia) sem levar gols. Como é mundialmente sabido, ficar entre os três paus de trave é o destino dos desprovidos de ligação afetiva com a esfera arredondada, vulgarmente chamada de bola.

Mas voltando ao que interessa: àquela altura, espantava-me a predileção que tios, primos e até minha avó nutriam – com perdão da má palavra – pelo Esporte Clube Bahia, doravante denominado de “Aquele Outro”.

Aquele Outro vencia tudo nos remotos anos 70, do torce para a escolha dos lados do campo até as decisivas pelejas valendo dois pontos (sim, minha preta, dois pontos; três pontos só depois, consulte os búzios!).

De maneira irritante, teimava em contradizer o nome do seu rival, que vivia à base de vitórias macrobióticas e títulos homeopáticos, somente para não ser diagnosticado como morto.

Pois foi aí que me identifiquei. Sempre tive uma simpatia, quase amor, pelos malditos, desafortunados e incompreendidos, estes irmãos de “copo e de cruz” (cruz nem tanto, copo, sempre, viu Chico?). Comecei a dizer, não impunemente, que torcia pelo Vitória, sem medir as consequências da assertiva.

Mais tarde, o que era pirraça de menino, virou uma iluminação divina. (Quase) direto ao assunto: Não é que justamente na alvorada do segundo semestre daquele ano da graça de 1980 aconteceu um milagre? Sua Santidade, o papa João Paulo II, desembarcou na Bahia e, pasmem, não comeu acarajé!

Nem a antiga enciclopédia Delta Larousse, tão cheia de sabedoria, registrou isto; mas é fato: Nenhum turista tinha conseguido esnobar o bolinho queimado ao ponto certo, no azeite, para sempre chamado pelo sambista Riachão de “coisinha gostosa de dendê”.

Tal sacrilégio cometido pelo “santo homem” mudou tudo no horizonte rubro-negro baiano, ainda que a lógica e a ciência não o reconheçam.

O Esporte Clube Vitória, que havia sete anos seguidos não conquistava nem torneio de cusparada à distância, agigantou-se e interrompeu uma implacável sequência de títulos do Aquele Outro.

Bem mais que isso, pacientes amigos, o Vitória de Bagatini, Paulo Maurício, Amadeu (Xaxa), Zé Preta (Otávio Souto) e Válder (Marquinhos); Édson Silva, Carlinhos Procópio e Alberto Leguelé; Wílton, Tadeu Macrini e Paulinho deu à luz ao ano um da paixão maior de meus dias, minha alegria, meu tormento, meu zen, meu bem, meu mal (oi, Gal!).

Acometido por uma dor de garganta e uma febre oscilando nos 40 graus Celsius (sensação térmica de 50 graus!), ouvi pelo radinho de pilha, lá na minha cidade natal, a megalópole de Aratuípe (quase dez mil citadinos, de acordo com o último censo demográfico, que esqueceu de passar lá em casa), o hino do rubro-negro.

Tal cântico sagrado não soou em vão! O Vitória sagrava-se campeão, vencendo, pela contagem mínima (quase sempre necessária), naquele 23 de novembro de 1980, a equipe do Galícia Esporte Clube, até então denominada, não sem razão, de “Demolidor de Campeões”.

Até hoje não consigo avaliar se o delírio febril contribuiu para a intensidade da alegria, só sei que naqueles dez primeiros anos de vida não costumava ter nada para me vangloriar (não mudou muito, mas não vem ao caso). O fato é que, a partir da data, deixei de ser inocente e puro… Fiquei apenas besta (valeu, Raul!).

Tão besta e senhor de mim que, anos depois, encontrei o argumento imbatível para os que insistem em não reconhecê-lo como o maior do mundo…

Vou ser sucinto e cirúrgico nesta conclusão, fiquem atentos.

Naquele mesmo ano, o glorioso rubro-negro baiano também conquistou o campeonato local de remo, modalidade esportiva praticada desde a origem do Vitória, em 1899.

Tornou-se assim, com pés e mãos; no chão, na água e quiçá no céu, por intervenção do papa; o detentor de um título inquestionável, inviolável, insuperável e inoxidável (etc etc), lá vai: CAMPEÃO DE TERRA E MAR NO ANO DA PRIMEIRA VISITA DE UM PAPA À BAHIA.

O leitor sabido e atento já disparou o seu google interior e certamente não encontrou tamanho feito reproduzido por nenhuma outra agremiação. Nem Barcelona, nem Manchester United, nem Mazembe, nem Galatassaray (é assim que escreve?), ninguém repetiu, nem poderá repetir façanha igual.

Pobre dos palmeiras, santos, flamengos, cruzeiros, atléticos, grêmios e outros afamados do Brasil, que terão de se contentar com troféus de Libertadores, Mundial Interclubes e bobagens idênticas.

É do maior do mundo, o Esporte Clube Vitória, da Bahia, o título de único (vou repetir, aprendam!) Campeão de Terra e Mar no Ano da Primeira Visita de um Papa à Bahia.

Com ou sem acarajé, a verdade é assim, crua, ainda que cozida.

E foi assim, desde os dez anos de idade que encontrei o caminho, a verdade e a vida (boa, JC!), a saber: Enquanto os times de alguns dos distintos leitores sobrevivem de derrotas, empates e, somente às vezes, vitórias; o meu, mesmo na derrota, continua Vitória!

Sobe música triunfal, por favor. Pausa dramática. Close no meu riso de superioridade maior do mundo. Silêncio. E, finalmente, para vocês, aquele abraço! (Valeu, Gil!). Fade out não, corte seco!

(…)

Imagens depois dos créditos: Três dias depois de parido este texto, o glorioso Vitória conhece mais uma derrota, desta vez para o todo-poderoso Bahia de Feira de Santana e perde um pentacampeonato que já estava debitado no crédito.

Estorna aí, garçom, que o maior do mundo continua o mesmo traquinas de sempre, esse moleque! Avante, Vitória!

João Carlos Sampaio, além de torcer pelo maior do mundo, tentou ser goleiro, continua lendo gibis, e pensa e escreve sobre cinema nas horas vagas.

*Texto escrito para a Revista Lateral em 17 de julho de 2011 pelo menino John, que partiu deste vale de lágrimas nesta inconsenquente sexta-feira