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COM QUANTOS QUILOS DE MEDO SE FAZ UMA TRADIÇÃO?

junho 28, 2016

Intervalo da peleja entre Vitória x Ponte Preta. Nem bem tenho tempo de gritar “cervejaaa” e um cidadão, postado com a porra de um radinho de pilha no degrau abaixo, indaga:  “quanto tempo a gente ainda vai aguentar Euller?”

Ato contínuo, devoto ao indigitado aquele mesmo olhar de lagoa seca com o qual ACM ameaçava os adversários ou mesmo correligionários que o contrariasse. Amedrontado, tal e qual o povo vivia na época do Cabeça Branca, o desinfeliz responde, gaguejando “Fo, fo, foi o cara aqui da rádia que, que, quem falou isso”.

Agora, prestem atenção e me digam se é graça uma porra dessa. Nos primeiros 45 minutos iniciais, exatamente no período em que o desgraçado disse que não aguentava mais o lateral-esquerdo, Euller fazia uma apresentação próxima de soberba. Marcou bem, que é seu ponto fraco, driblou, cruzou, driblou novamente, deu dinâmica ao jogo naquele setor, enfim, fez o diabo. Errou apenas um lance fortuito no ataque sem maiores consequências. O sacaninha ainda conseguiu melhorar na segunda etapa.

Porém, mesmo diante disso, o sujeito da arquibancada e da rádia repetiam como papagaios fuleiros a indagação pejorativa. É graça? Não, não é, contudo ainda havia gente pior. A cada jogada do garoto, eu passei a gritar a plenos pulmões, de sacanagem, de pirraça, mas também para dar um contraponto às almas penadas. “Euller, MOSTROOOOOO”. E toda vez que repetia a homilia, outro cidadão resmungava. “É bom não elogiar, pois daqui a pouco ele erra”.

PUTAQUEPARIU O AGOURO!!!

Enquanto isso, tiago surreal desfilava solenemente com sua habitual inoperância sem ser incomodado por nenhum torcedor. Aliás, minto. Toda hora que ele errava –e ele errava toda hora- este rouco e cabeludo locutor lhe endereçava o seguinte elogio. “tiago surreal, sinha DESGRAÇA”. Sim, minha comadre, vossência ouviu certo. Eu falei elogiava. Afinal, chamar aquela injúria de desgraça é um elogio. Aquilo é algo inominável. É um típico bom sujeito que agrada técnico por causa de uma falaciosa postura tática. Porém, na verdade, nunca chama a responsabilidade, não ataca, não dá um passe em profundidade, não chuta, não defende nem ofende ninguém. E nunca é ofendido. Afinal, não veio da base. E uma parte significativa da torcida só gasta a garganta para vaiar os meninos da base. Euller, por exemplo, tem apenas 21 aos, mas já foi mais amaldiçoado do que todas as bruxas na idade média.

Por falar em perseguição, outro clássico exemplo é o zagueiro Ramon, também com seus 21 anos recém-completados. Enquanto Amaral já entregou a rapadura, na verdade o acarajé, pois o sujeito parece uma baiana, com aquela sua bunda de nego sambador, umas 189 vezes e nunca foi vaiado compulsivamente, o menino Ramon tá praticamente proibido de tocar na bola sem receber as homenagens de parte da arquibancada. Sim, amigos de infortúnios, sei que o camisa 4 tá sentindo o peso do manto de jogar a sua primeira Série A, tá nervoso, tá vacilando etc e coisa e tals, mas tem levado a culpa até quando o erro é dos outros.

Nesta mesma peleja contra o time campineiro, por exemplo, Kanivisky, que fez uma partida razoavelmente digna, era quem estava completamente avoado na hora do gol e deu condições para o atacante (não soube fazer a linha do impedimento), porém adivinhem quem passou a ser vaiado logo após o gol?

Depois, quando ele for vendido para o futebol europeu ou para outro centro que lhe pague uns caraminguás, aparecerão as viúvas para dizer que num era bem isso, que era preciso ter paciência e o caralho aquático. A propósito, não custa lembrar que nossa campanha mais brilhante em um brasileirão, em 1993, ocorreu através da base. E foi a base também que nos deu a alegrias de títulos nacionais.

Amigos, amigos, vou repetir pela última vez. Para times da periferia, como é o nosso Leão, só existe uma saída. Apostar na base e tentar acertar com algum estrangeiro, como foi o caso de Escudero. Fora disso, é só madeira e despejar dinheiro no bolso de empresários de perebas do interior paulista.  É preciso romper com esta secular farsa.

Por falar em repetições e farsas, quando é que esta diretoria vai finalmente se pronunciar sobre o calendário para a democratização do Clube? Enquanto eles continuarem neste indecoroso silêncio, gritarei aqui ad infinitum: DIRETAS, JÁ!

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Toda vez que este guri vestiu o manto este ano, o Vitória marcou pontos. Pensem nisso também antes de vaiá-lo, rebain de sacristas. 

A CULPA NÃO É (SÓ) DO JUIZ

junho 27, 2016

Na clássica crônica intitulada “O Juiz Ladrão”, o insano Nelson Rodrigues presta reverência aos gatunos assopradores de apito de antanho. Com seu humor cáustico, o escritor afirma que o desaparecimento dos referidos “é um desfalque lírico, um desfalque dramático para os jogos modernos…” que ficaram sem “nem um único e escasso canalha, nem um único e escasso vigarista”.

Pois muito bem, digo, pois muito mal.

Caso o inolvidável cronista estivesse neste domingo no Barraquistão, ele mudaria de opinião. Ainda habemus juízes ladrões. Amigos de infortúnios,  em verdade vos digo: a atuação do mineiro Ricardo Marques Ribeiro na peleja entre Vitória 1 x 1 Ponte Preta foi de fazer corar o mais cínico dos canalhas. Talvez até Nelson sentisse um pouco de vergonha diante de tantos e tamanhos desmantelos.

Por falar em gatunos, nas priscas eras em que Acêmê mandava e desmandava no Judiciário baiano  (e não só nele, frise-se), corria nos meios forenses a seguinte prosopopeia: “Existem três tipos de Justiça. A boa, a ruim e a baiana”.

Pois muito bem. Mutatis Mutandi (recebam, larápios, um latinismo na torácica), a sarcástica sentença acima serve muito bem para a arbitragem de Pindorama. Repetindo: “Existem três tipos de árbitros e bandeirinhas. Os bons, os ruins e os brasileiros”.

PUTAQUEPARIU O FURTO QUALIFICADO!!!

Sim, porque uma coisa é o erro no jogo e na vida, do qual ninguém está imune. Outra coisa bem diferente foi aquele desembestado amor ao alheio que acometeu o cidadão (?) de preto na peleja de ontem.  E o pior de tudo é que o indigitado, não bastasse ser rato, era um rato pusilânime. Exemplo? Teve um momento, de um simples lateral, que ele marcou e voltou atrás. Mesmo estando colado no lance, preferiu levar em conta o aceno do bandeirinha que estava a 18 km da jogada. Porém, no gol de Dagoberto, ele marcou, disse que foi o bandeirinha, desdisse, ficou confuso e roubou novamente, depois de já ter anulado um gol legal de Kieza. Estes dois lances capitais ocorreram exatamente na frente do mesmo bandeirinha ladrão (desculpe a redundância), que fez de conta que nem era com ele. Os jogadores, corretamente, pressionaram – e eles quase voltaram atrás, mas devem ter se lembrado de que honestidade provoca úlcera (salve, Nelson Rodrigues).

É fato que existiram diversas outras patacoadas. Não as repetirei aqui pra não cansar o impoluto ouvinte e também porque não adianta chorar sobre o leite roubado.

O que ainda pode ser revertido e mudado não está exatamente nas quatros linhas. Não apenas nela. Afinal, como digo no título, a culpa não foi (só) do juiz. A (ir) responsabilidade maior é da diretoria.

Toda vez que o Vitória é vítima de erros grosseiros ou até de má-fé (como foi o caso de ontem) a diretoria, quando fala algo, prende-se apenas ao trivial. Não toma nenhuma atitude concreta. Inclusive, quem souber de alguma representação OFICIAL da diretoria contra equívocos e furtos de arbitragem ganha uma revista dos irmãos metralhas.

Por fim, para não ficar apenas nos lamentos e ranger de dentes, repito o que já disse no último texto. As coisas só vão mudar em campo quando existir uma transformação de postura da diretoria. E, para que isso ocorra, a atuação dos torcedores será fundamental. Aliás, justiça seja feita. A torcida Rubro-Negra já começou a mudar, tanto no cotidiano das arquibancadas, quanto na conscientização de que esta chibança não pode continuar ad infinitum. Não poderemos ficar (apenas) botando a culpa no juiz.

Afinal, mais do que condenar aqueles furtos, devemos entender que os principais culpados são os que estão na diretoria, nos sacaneando e tentando nos enrolar, seja na postergação das necessárias contratações, como também da fundamental democratização do VItória.

Então, vamos ao já tradicional grito de guerra: DIRETAS, JÁ!!!

Aviso aos incautos. Toda vez que encontrarem com este sacripanta, escondam a carteira

Aviso aos incautos. Caso vejam este sacripanta, escondam a carteira

INEXPLICÁVEL

junho 20, 2016

Logo após a peleja contra o São Paulo, no último dia 15, também conhecido como quarta-feira, os meninos do brioso Arena Rubro-Negra me convidaram para escrever naquela impoluta tribuna. Lisonjeado, mas ainda atônito pelo convite, pensei de modo adversativo, conforme sói ocorrer nos graves momentos da nação: mas, que porra é que vou dizer?

Então, para enganar os incautos, que adoram ser enganados, comecei a me raciocinar todo com o objetivo de apresentar um estudo importante sobre as desigualdades no futebol brasileiro. Já estava com todos os números na ponta da língua, digo do teclado, conforme convém aos cabeças de planilha que gostam de enrolar os torcedores que vivem na fé de serem sempre engabelados, quando esbarramos no valor do cachê.

Os donos do estabelecimento, seguindo a horrenda tradição mesquinha do empresariado de Pindorama, queriam pagar muito menos do que eu merecia (e olhe que eu mereço pouco). Assim, depois de tensas e intensas negociações chegamos ao consenso. Eu não deveria ganhar nada. Afinal, ninguém que trate deste elenco do Vitória merece receber porra nenhuma.

Tudo é muito lenhado. Uma falta de esculhambação dos 600 DEMÔNHOS. Algo totalmente inexplicável. Sim, não tem como elaborar qualquer teoria diante do desmantelo. No jogo contra o tricolor paulista, por exemplo, eu estava desenvolvendo a tese de que o elenco e as verbas deles são imensamente maiores do que as nossas. Portanto, o tropeço poderia ser explicado. Mas, aí, vem hoje, no sol do capeta e um modestíssimo time do sul, acostumado apenas a mastigar bola de neve, com um orçamento dez vezes inferior ao do Vitória, vem aqui, corre mais e broca.

É graça uma porra desta?

E pior. Uma vez mais, vi a torcida apenas reclamando do primeiro gol, que era defensável; da zaga que vacilou na segunda brocada da Chapecoense; de Alípio, que parece eternamente com aqueles meninos cheios de verme da pelada, que não consegue nem ficar em pé; de Leandro Domingues, que morreu para o futebol e esqueceram de lhe avisar; de Amaral, com sua bunda de nego sambador ou de baiana de acarajé, que parece estar sempre fazendo uma tigela de vatapá; de Mancini, que escala o time errado, enfim, vi os torcedores com a mente somente  nas quatro linhas. Não havia um único resmungo contra o principal (ir) responsável por isso tudo: raimundo viana.

PUTAQUEPARIU A FALTA DE FOCO!!!

O cara ganhou apenas um malamanhado campeonato baiano, mesmo assim perdendo a final para o fraco time das sardinhas, e a torcida não compreende que ele é o culpado principal pelo atual estágio de coisas? Não é possível. Além de não entender nada de futebol, o sujeito é um retrógrado da pior espécie, que está tentando escantear a democratização do nosso clube. Será que vamos continuar ignorando isso até quando?

Amigos de infortúnios, só existe uma saída para o nosso Rubro-Negro. Qual seja. A torcida do Vitória precisa, urgentemente, deixar de ser apenas coadjuvante para assumir o seu próprio destino, até porque os protagonistas, os atores principais, são canastrões da pior espécie.

DIRETAS JÁ!!!

Este tem que ser o grito de guerra cotidiano até o final do campeonato ou do mundo, o que dá no mesmo.

Amém? Vamos, todos nós, sair desta letargia, galera?

Crédito da foto: Reprodução/Facebook do Vitória

Mesmo após ter feito o gol, Marinho sabe que não há motivos para comemorar

A ESTÚPIDA LABUTA

junho 14, 2016

Embebido nas vastas emoções e pensamentos imperfeitos advindos de mais uma inolvidável Impedcopa, só agora, passadas as regulamentares 48 horas, consigo pegar o papel e a caneta para rabiscar algo sobre a peleja entre Vitória x Botafogo na infame cidade de Volta Redonda, lugarejo que perde em feiura até para a horripilante Candeias.

PUTAQUEPARIU O DESMANTELO!!!

E já que adentramos pelos descaminhos das assombrações, faz-se mister registrar que a maldição se repetiu uma vez mais no jogo entre estas duas equipes condenadas eternamente ao épico opróbrio, se é que o opróbrio pode ser épico. Pouco importa. O fato é que, em se tratando de desgraças, nada se compara a um Vitória x Botafogo, clássico que envolve dois times que sempre pisam, distraídos, nos gramados da vida e da morte com uma inquebrantável vocação para a infâmia – seja lá que porra isto signifique.

E, no último domingo, não foi diferente. Menos de cinco minutos de bola rolando (bola rolando no caso é um eufemismo) e Kieza, principal matador do Leão, já havia perdido um gol de cara. Na sequência, sem dar tempo nem para xingar o centroavante, o menino Flávio é atingido na cabeça e entra em convulsão. Minutos seculares de terrível suspense.

Exatamente por coisas assim que, já disse aqui e alhures, mas repito. Quando estas duas centenárias agremiações diplomadas em matéria de sofrer se enfrentam, as mais terríveis tragédias gregas transformam-se em meras e apenasmente adocicadas sessões da tarde. Afinal, a peleja entre o Rubro-negro baiano e o Alvinegro carioca está para muito além do bem e do bem, com diria Zé bigode. Os times já entram em campo com aquele tradicional gosto amargo de coturno de sargento no canto da boca.

Pois muito bem. Depois do infausto acontecimento envolvendo Flávio, era óbvio que a equipe poderia continuar com somente 10 em campo, cada um correria um pouco mais em honra do machucado e tava tudo certo. Porém, Mancini inventa de colocar Tiago Surreal, um sujeito que é mais improdutivo do que galinha ciscando em terreiro de festa junina.

Óbvio que, depois deste crime, o castigo viria a galope. A segunda etapa nem começa direito e o Botafogo faz 1 x 0, após um coice do atacante Sassá. Como desgraça pouca é bobagem, o técnico do Vitória comete seu segundo e inexplicável erro: tira o displicente Dagoberto, que já entra em campo cansado, e coloca o inominável Vander. E o pior. Como o Estádio da Cidadania é menor do que o campo aqui no Boqueirão, no Nordeste de Amaralina, o sujeito vem jogar (jogar é modo de falar, num reparem, não) exatamente ao lado deste rouco e exausto locutor.

Respiro, junto minhas últimas e parcas forças e grito. “Mancini, sinhá mizera, inverte aí. Bote Marinho para jogar aqui na esquerda, próximo ao alambrado, e a desgraça do número 17 para atuar do lado de lá”. Ao ouvir minhas orientações, um amigo de infortúnio retrucou. “Mas, Sêo Françuel, isso num vai resolver nada. Afinal, Vander num pratica o futebol nem deste lado nem do outro”. Então, larguei o doce. “Claro que vai. Ao menos, aquela injúria, também conhecida como pica tonta, ficará zanzando longe de mim”.

Foi a única coisa boa que Mancini fez no jogo. E, ainda, em um lance todo malamanhado, conseguimos o gol de empate já nos estertores da peleja.

Sim, minha comadre, é fato que perdemos dois pontos, pois empatar com este atual elenco do Alvinegro carioca é uma derrota, mas, com Vander jogando longe de mim, pelo menos as minhas 18 pontes de safenas pararam de incomodar tanto.

P.S Esta homilia vai dedicada à insana galera do Vitória 40º, que vive exilada no Rio de Janeiro.

 

Se Mancini num colocasse Vander para correr do outro lado do campo, bem longe de mim, este safenado e cabeludo locutor sofreria uma convulsão muito mais grave do que esta de Flávio.

PUTAQUEPARIU A IMPRUDÊNCIA

junho 6, 2016

Vocês conhecem aquela música extraordinária de Oscar da Penha intitulada Hora da Razão? Sim, minha comadre, aquela mesmo que diz assim: “sofrer também é merecimento, cada um tem seu momento….”

Pois então.  Neste inolvidável e inoxidável primeiro domingo de junho, cheguei à definitiva conclusão de que o torcedor do Vitória tem uma ligação ancestral com esta música de Batatinha. É isso. Só pode ser isso. O torcedor rubro-negro não consegue entender a vida sem sofrimento.

Como assim? Assim.

O Leão estava jogando algo minimamente parecido com futebol nos últimos três séculos,  brocando lindamente o Internacional, o líder invicto do campeonato, tudo pra todo mundo ser feliz, lindo, maravilhoso, como diria aquele antigo compositor baiano, e o cidadão, no intervalo da peleja, me inventa de pedir uma criatura em casamento.

Casamento, meu craque, a esta altura do campeonato, com a crise batendo na porta e na janela? Francamente.

PUTAQUEPARIU A IMPRUDÊNCIA

Menos mal que num foi aquela coisa bregamente americanizada de propor matrimônio em telão. Deuzulivre. Graças aos 600 bons DEMÔNHOS que continuam a nos guiar, o Barraquistão ainda é um estádio de verdade, sem estas aleivosias mudernosas. Assim, o pedido teve até seu charme, pois foi feito com locução fuleira e microfonia, parecendo aquelas cenas de circo mambembe do brioso sertão. Mesmo assim, casamento é aquela coisa, né? Inda mais nesta boca de tempo.

Mas derivo.

Porém, já que falei no referido, é impressionante a união indissolúvel de Marinho com a inconsequente ousadia. Tal e qual o rapaz que flertou com o abismo, pedindo a moça em casamento nestes tempos temerários, Marinho também não tem vergonha do absurdo. O moleque joga como um moleque, desconhece todas as formalidades e bons modos. Dribla o convencional e nos relembra que futebol pode ainda ter generosos toques de insana e descompromissada rebeldia. Uma festa para os olhos e todos os outros sentidos. Isto, claro, sem esquecer os 3 pontos, afinal, os combalidos rubro-negros têm o compromisso moral de continuar sendo idiotas da objetividade aritmética. Não podemos nos dar a tantos e tamanhos desfrutes.

Então, calculadora na mão. Eis a soma (e rima) perfeita: Marinho & Barraquistão, ninguém segura esta combustão. São 90 minutos de delírio coletivo & individual, porque o sacaninha é um delegado da disgrama. Não bastasse tudo, e tudo é tudo, não posso nem descrever (quem viu, viu? Quem num viu que se foda), ele deixou, literalmente, amarelada toda a zaga do melhor time de campeonato. E mais. Nos mostrou que, depois de tantas e tamanhas emoções que me faltam até adjetivos para descrevê-las, resta apenas escrevermos nas paredes da memória a frase piegas: sim, podemos sonhar.

Obrigado & amém.

P.S Depois, quando passar o efeito das emoções e das substâncias não recomendadas pela Carta Magna, falarei sobre o jogo em si, se é que existe isso depois de tanta inescrupulosa magia.

Marinho exibe seu talento em treino na Toca do Leão - Foto: Lúcio Távora l Ag. A TARDE

Nesta foto do jornal A Tarde Marinho nos ensina sobre as formas de amar. Pode Casar, disgrama!!!

VÁ MATAR A MÃE DO DEMÔNHO (VOLUME 27)

junho 3, 2016

Na canção Tieta, a Vedete de Santo Amaro largou a seguinte prosopopeia. “Todo mundo quer saber com quem você se deita, nada pode prosperar”.

Pois muito bem. Não obstante concordar que esta é uma admoestação muito pertinente, até porque entendo que ninguém deve ficar entrando na semana alheia, é impossível silenciar diante do mistério que cerca as reiteradas escalações de Amaral, ex-meio campista e atualmente baiana de acarajé. Então, peço escusas, mas solicito: por favor, alguém responda a esta dúvida sincera.  “Quem porra é que Amaral tá comendo no Vitória?”.

Aliás, mudei de ideia. Não precisa responder, não. E outra. Nem vou mais enveredar por este caminho porque senão vai ser divulgada aqui uma comilança de fazer inveja a Marco Ferreri.

As (faltas de) explicações para tantas e tamanhas infâmias devem ter outras razões.

Vejam o caso de Dagoberto, por exemplo. O indigitado é aquele tipo de jogador que entra em campo já querendo receber homenagem porque venceu cinco vezes o campeonato nacional. Então, por conta destas glórias pretéritas, ele acha que o mundo lhe deve favores. E acha também que seria se rebaixar muito dar um pique e voltar pra marcar. E pior. Até quando perde a bola, o que acontece em 96,78% das vezes, o sujeito bota a mão na cintura e fica parado, provavelmente esperando aplausos.

VÁ MATAR A MÃE DO DEMÔNHO!!!

E os problemas não param aí. Na lateral-esquerda (ala é a puta que o pariu), habita Diego Renan que, apesar de não comprometer muito, tem jogado improvisado já faz um século. E na lateral-esquerda (ala, vocês, já sabem quem é, né?) fica o coitado do Maicon Silva atuando improvisado de jogador. Sim, a pessoa não nasceu para o ramo ludopédico. O indigitado corre igual a um, sei lá, servente de pedreiro ou coisa que o valha. Porém, deve estar ali naquela função por causa da crise. Construção civil parada etc e cousa e tals.

E por falar em coisas estáticas, inclusive a concepção futebolística, que ficou perdida em algum ponto do Século XIX, temos na presidência do Vitória um sujeito que entende de bola o mesmo que Cascão, aquele de Maurício de Souza, conhece de Polo Aquático. Uma glória.

Óbvio que, mais cedo ou mais tarde, apenas o oportunismo de KIeza e a garra de Willian Farias não iriam resolver. E foi o que (não) aconteceu ontem. E o Vitória perdeu somente de 1 x 0 porque este time do Flamengo é, para ficarmos nos bons modos, horroroso. Aliás, encerro sem nada falar sobre a partida em si porque, francamente. não há nada a ser dito. Talvez reste a constatação de que, às vezes, pode ser melhor ver aquilo do que ser cego. Ou não, como gosta de dizer a vedete citada no início da homilia.

Mas, enfim. O campeonato ainda tá no início e ainda dá tempo de conclamarmos ao velho e ordinário bordão “mãos à obra”, mas alguém avise ao mandatário que não exatamente do modo que vai na imagem abaixo. Inclusive, dizem as más e boas línguas que foi assim, deste jeito, que ele montou o time para disputar a 1ª Divisão. Não duvido.

 

Raimundo Viana, com toda a sua sapiência, escolhendo o elenco para disputar a Série A