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Não viajo mais

abril 30, 2009

No dia 22 de fevereiro de 2007, fiz algo totalmente contrário à minha religião: Abandonei o brioso Rubro-Negro no Parque Sócio-Ambiental e fui curtir as delícias de outro parque – o da Chapada Diamantina. Resultado. Empatamos em 1 x 1 com a poderosa equipe do Baraúnas e perdemos a vaga na segunda fase da Copa do Brasil. Por conta disso, voltei para casa antes de terminar as férias com uma dor excruciante (recebam, fariseus). Coisa de botar no chinelo o remorso ancestral do Rei Davi. (Aos incréus desinformados, explico: Davi desejava a mulher de Urias. E, para atingir tão sórdido objetivo, mandou à guerra o pobre coitado para comer com a referida. Depois, ficou com um sentimento de culpa cristã dos seiscentos).

Pois bem. Relembro este trágico episódio agora porque na noite de ontem, no jogo contra o Atlético Mineiro, vivi um sofrimento parecido. Uma angústia do cão. Não desejei a mulher de Urias, é vero, mas fiz algo muito pior: Troquei um jogo do Vitória pelas AGRURAS DA CAPITAL PAULISTA.

Mas, Sêo Françuel, ao contrário da partida contra a equipe Potiguar, o Leão ontem fez sua melhor exibição este ano. E meteu 3 x 0 no Galo jogando futebol de gente grande. Pra que  este drama todo, homem de Deus?”, interrompe-me a religiosa e cartesiana ouvinte.

Minha amiga, você diz isso porque não foi obrigada a acompanhar a peleja via Justin TV. Que penitência da porra! Para que vocês tenham idéia de quão disgramada foi a transmissão, eu cheguei a sentir saudade dos radialistas baianos. Ô, grória.

O Vitória jogando o fino da bola e o locutor da Globo Minas dizendo uma heresia atrás da outra. “O Galo é time de massa. Em 1995 perdia de 2 x 0 contra este mesmo Vitória e  virou para 3 x 2. No ano passado também vencemos aí por 1 x 0”, relinchava o secretário do capeta.
Mesmo com a madeira gemendo no lombo o desinfeliz não sossegava: “Se fizermos um gol apenas, mudaremos a história do jogo”. Não bastasse isso, a  transmissão caía toda hora e  só ficava a voz do herege ressoando nesta paulicéia sem alma: “O Atlético agora começa a ter o domínio do jogo”.

Que aflição do carai.
Teve um momento em que o Vitória pressionava,  fazia uma blitz sensacional no ataque até que Ramon tropeça no zagueiro adversário na grande área do time das alterosas. O canalhocrata, vendo que não havia mais jeito, começa a apelar: “Ele matou o contra-ataque mortal do Galo. É caso para, no mínimo, cartão amarelo”.

Putaquepariu a mulher do padre!

Foi por estas e outras que quando o juiz apitou o final do jogo eu tomei a decisão de nunca viajar mais em dia de jogo do Vitória, nem mesmo para ver os peitos de Scarlett Johansson (mentira!!). E me lembrei imediatamente das seguintes palavras do poeta alemão Heine:
“…Eu tenho uma mentalidade pacífica. Meus desejos são: uma cabana modesta, telhado de palha, uma boa cama, boa comida, leite e manteiga; em frente à janela, flores; em frente à porta, algumas belas árvores.
E, se o bom Deus quiser me fazer completamente feliz, me permitirá a alegria de ver o locutor da Globo Minas nela pendurado. De coração comovido eu haverei, antes de sua morte, de perdoar todas as iniqüidades que em vida me infligiu, inclusive aquela narração de ontem – sim, temos de perdoar nossos inimigos, jamais antes, porém, de eles serem enforcados
“.

Palavras da Salvação.

UMBORA BITÓRIA CARAJO!

Receita de time ideal para amanhã e para domingo*

abril 28, 2009

Eu já falei aqui sobre aquela sábia sentença do menino Bill Shankly? Não? Então, recebam: “Futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais importante do que isso”. E é mesmo. Por isso, volto a esta tribuna para falar sobre o tema, mesmo sabendo que hoje é terça-feira, o mais cruel dos dias para o ludopédio (Chupa, T.S Eliot).

Por que mais cruel? Ora, minha comadre, porque depois da rodada de domingo que nos embriaga até a segunda, o day after é consagrado à ressaca. Alguns hereges, inclusive, chegam até a ficar empanzinados de futebol e começam a pensar em coisas fúteis, como fazer compras no mercado, por exemplo. (E a velha pressão arterial vai lá pra CASA DA PORRA).

Deusulivre!

E o que fazer? Pergunta-me agora o menino Vladimir Ilitch. E eu respondo: primeiro, mandar estes xibungos para uma delicatessen ou para Beneficência Portuguesa. Depois, seguir em frente, pregando para os bravos e inventando teorias, teses ou uma culhuda qualquer para não permitir que a paixão esmoreça. Por isso, na aula de hoje vou ensinar a receita para o time ideal, kamasutrianamente, posição por posição.

Goleiro. Só três tipos de gente escolhe tal destino: maluco, viado ou aquele que acumula as duas funções anteriores. Assim, para ocupar tão ultrajante posição, não é preciso qualquer habilidade. Basta ser alto e ter as mãos grandes (Copiraite João Saldanha).

Lateral-direito (ala é a puta que o pariu). Para exercer esta função também não é necessário muita técnica, mas é preciso muito preparo físico e um pouco de paciência. Por que se o cidadão não tiver este último atributo ele manda o técnico procurar um jumento viúvo rapidamente. A propósito, lembro do delegado Antônio Lopes gritando com o coitado do Maricá. “Sobe, Maricá; sobe Maricá”. Quando o referido já estava perto da bandeirinha, ele gritava novamente: “Volta, Maricá; Volta, Marica”. Como dizemos aqui na Bahia, Vá matar o Demônho!

Zagueiro Central e Quarto Zagueiro. Para executar estes papéis de Cosme e Damião da grande área, os sujeitos devem possuir a piedade de um matador de aluguel de filmes B. Tem que botar para sangrar. Do pescoço pra baixo, tudo é canela. Nada de frescura de sair jogando. Zagueiro que DIBRA deve passar dois anos LIDANDO COM UMA FOICE pra aprender a ser homem (Cecco, 2009). É bola para o mato porque qualquer jogo é de campeonato. Habilidade? Esqueçam isso.

Lateral-esquerdo (ala vocês já sabem quem é). Ao contrário de todos que formam a zaga, a este já é dado o direito de fazer umas firulas, bater na bola de trivela e tal. Pode até ser meio xibungo (calma, Richarlyson) que não tem problemas. Ao contrário do que dizia Vinícius, para fazer um samba e uma zaga de responsa é preciso um pouco de alegria. Afinal, os brutos que compõem aquele setor também amam.

Volante. Força, força e força. Estas são as três qualidades exigidas para o cargo de carregador de piano. Aliás, minto. Existem outros três atributos fundamentais: garra, garra e garra. Ele deve zelar a zona do agrião como se estivesse cuidando do prato de comida de seu filhote. Ao contrário dos zagueiros, não deve sair dando pontapés a torto e a direito. Porém, nas ocasiões em que o pobre do lateral direito não tenha tido tempo de voltar, o volante tem o DEVER de descer a ripa quando for fazer a cobertura do setor.

Meia-direita ou Segundo Homem de Meio de Campo, como preferem os baitolas hodiernamente. Para estes aplica-se o teorema do recatado Padre Sadoc. Este dizia que “o homem nunca vai conseguir comer todas as mulheres do mundo, no entanto nunca deve deixar de tentar”. Mutatis Mutandis, vale o mesmo para o camisa 8. Ele nunca vai ser o camisa 10, mas nunca deve deixar de tentar.

CAMISA 10. (Silêncio). Depois que Edson vestiu aquele manto sagrado ninguém, nem mesmo este erudito locutor, tem direito de falar nada.
Centroavante. A alegria do povo. Além de fazer gols, deve possuir uma série de outras qualificações. A primeira delas é saber fazer gols, ora. A segunda é ser analfabeto e produzir diversas frases de efeito. A terceira é não ter o mínimo de ética e padecer de um grave desvio comportamental. Tem que passar a mão na bunda do zagueiro e ainda fazer papel de vítima. A quarta, e última, é não ter cabelos black power porque dificulta a cabeçada (mais royalties para João Saldanha).

Ponta-esquerda. No meu tempo, este sujeito tinha a função de entortar o lateral direito (pobre lateral direito, só faz se fuder), os zagueiros, os cartolas e até a bandeirinha de escanteio. Atualmente, parece que ganham apenas para ficar ciscando no meio campo, feito uma enceradeira.

Pronto. Eis a fórmula do sucesso.

Antes que algumas injúrias me digam que tá faltando um camisa 7, eu aviso logo. Foi de propósito. Já que os homens de terno e gravata que comandam as equipes decidiram acabar com a função desta importante peça, deslocando-a para o meio de campo, decidi não escrever nada. Aliás, prefiro jogar com apenas 10 do que botar o Ponta-direita pelo meio.
Bom. Como só elenco não ganha jogo é preciso também um sistema tático. E o melhor sistema tático foi desenvolvido por Cambuizinho na gloriosa Sociedade Esportiva de Irecê (SEI) no ano da graça de 1973, que foi copiado por Rinus Michel no ano seguinte. Ouçam. “Meu time deve abrir e fechar igual a tesoura e subir e descer como o Elevador Lacerda”.

Palavras da Salvação.

Agora, fique à vontade para dar suas receitas também ou então fique sem nenhuma (chupa, Raul Seixas).

* Texto publicado originalmente no GLORIOSO IMPEDIMENTO.

Ba x VI é jogo pra maluco

abril 27, 2009

De acordo com as cláusulas contratuais que assinei com esta intimorata emissora, deveria agora subir à tribuna para escrever uma fábula, ao modo de Esopo ou La Fontaine, sobre o brocança que o Leão fez na Velhaca Tricolete. Porém, o nível de sangue na canjebrina (ou seria vice-versa?) chegou a um patamar tão alto que embargou a voz deste embriagado locutor.

Ademais (recebam, hereges, um ademais pela caixa torácica, que é pra não perder o costume), o menino BENJAMIN saiu na frente e, sob esta perspectiva fabulística, já falou tudo que era pra ser falado. Sobrou-me, então, a possibilidade de fazer uma análise acurada e abalizada sobre o discurso parenético (tomem, sacanas) na referida história. Porém, desisti. Os parcos ouvintes poderiam me acusar de maluco.

Mas, já que entramos na seara da insanidade, aproveitemos o gancho.

Seguinte é este.

Na véspera do clássico, um ATORDOADO sofredor do timeco de itinga (desculpe-me tantas redundâncias), do nada, sem ter nem pra que, largou a seguinte: “Sêo Françuel, o senhor que é metido a sabe-tudo, a gás com água, me explique uma coisa: Por que Apodi só joga na Bahia?”.

Sim, amigo ouvinte, é óbvio que também achei a pergunta sem sentido, diria mesmo que extemporânea (recebam mais esta, fariseus). Porém, minha finada mãe disse para não contrariar doido. E tentei responder ao DESNORTEADO torcedor daquela agremiação da periferia de Lauro de Freitas (perdoem-me por mais este outro punhado de redundâncias) com a seguinte argumentação. Às aspas.

Eu acho que APODI EL LOCO  joga bola somente na Bahia porque a torcida do Vitória deu-lhe uma espécie de alvará carinhoso, condescendente. O referido comete as mais diversas barbaridades e as pessoas acham engraçado. Aí, ele dá mais sangue, se esforça e faz um golaço para recompensar ou então uma jogada espetacular. É isso”. 

Resposta mais clara e objetiva impossível, certo? Errado – pelo menos para o tal  perguntador, que é metido a jurista. Ele não se deu por vencido e bradou, com a autoridade dos rábulas: “torcida não dá alvará a ninguém”.

Depois dessa, larguei de mão e decidi ir para minha casa de veraneio no bairro de Pituaciviski que era muito mais negócio.

Pois não é que, por uma destas artes do destino, o menino Apodi fez exatamente aquilo que eu havia previsto. Com apenas 8 minutos de bola rolando, ele perdeu um gol de cara, dentro da pequena área. Porém, menos de cinco minutos depois, deu uma arrancada pela direita e cruzou com perfeição para a cabeçada de Ramon. Mais algumas voltas no ponteiro do relógio, e Apodi deixa um buraco (lá ele) na lateral, permitindo que o finado conseguisse respirar, empatando a partida.

Passam-se mais um punhado de minutos e ele veste a fantasia de craque: aplica um chapéu no meio-campo e faz um lançamento espetacular para Neto Baiano. Pouco depois se empolga, joga a bola para a perna esquerda, em seguida para a direita, novamente para a esquerda, esquece a bola e sai correndo sozinho. É um gênio.

Teve mais, muito mais, provando que o ba x VI, a Mãe de Todas as Batalhas, é mesmo um JOGO PRA MALUCO.  

E, como não diria aquele prefeito de São Francisco do Conde, tenha sua calma: domingo que vem tem mais. Aí, toda a Bahia e uma banda de Sergipe ouvirão novamente os gritos que emocionam até os mais brutos:

UMBORA BITÓRIA, CARAJO

e

TRI, TRI, TRI, TRI, TRI-TÓ-RIA


P.S O menino Carpegiane confirmou aquela tradicional sentença de que loucura pouca é bobagem. Antes do jogo começar, ele fez o lance mais ousado, inteligente e insano desde a sua chegada. Mandou a equipe RUBRO-NEGRA aquecer por mais de meia hora em frente aos torcedores da segundona. Uma jogada ENSADECIDAMENTE genial, provando que ba x VI é jogo para maluco. Também pudera. Um homem que tem coragem de usar um RAY-BAN daqueles é capaz de tudo.

Como também não sou certo do juízo, vou ali em São Paulo, mas domingo pegarei um vôo da Webjet (Isto lá é nome de empresa aérea) na manhã friorenta da Paulicéia diretamente para o Barradão.

Segura o avião, Santos Dumont!

VANDERSON, UM LEÃO VERDADEIRO

abril 25, 2009

A relação entre Vanderson, o Vitória e sua torcida é muito maior do que qualquer comparação que possamos inadvertidamente tentar realizar. Nem mesmo atletas formados na nossa gloriosa divisão de base costumam demonstrar um laço afetivo tão grande com as cores vermelha e preta.

Não sei se é amor o que Vanderson sente pelo Vitória, já que este sentimento há muito foi deixado de lado pelos jogadores em nome do profissionalismo, mas, sem dúvida, Vanderson é o jogador rubro-negro que mais demonstra respeito ao clube.

E este respeito é recíproco. A torcida rubro-negra reconhece a raça demonstrada em campo e sempre apoiou o “Pitbull” incondicionalmente, desde que deixou a elite do futebol para defender o Leão na sofrível Série C.

Mesmo sendo chamado de louco, Vanderson sabia o que estava fazendo ao transferir-se para um grande clube, com enorme tradição, mas que vivia um momento conturbado em sua trajetória. Juntos, Vanderson e o Vitória reconstruíram a sua história no futebol. Enfrentaram desafios e superaram os obstáculos.

A raça demonstrada por Vanderson em todos os jogos do Leão, lhe rendeu o carinhoso apelido de Pitbull, já que chegava “mordendo” nos adversários. No início Vanderson fazia muitas faltas e recebia vários cartões amarelos. Com o tempo passou a fazer desarmes limpos e até mesmo a armar jogadas. Hoje, Vanderson faz falta apenas quando não está atuando.

Afastado dos gramados para recuperar-se de uma lesão muscular e em seguida para tratar de um corte no tornozelo. Vanderson voltou a campo ontem à noite, no segundo tempo do jogo contra o Atlético. E, mesmo com o time vencendo, Vanderson não se poupou e lutou como sempre, recebendo uma justa homenagem da torcida que o idolatra: “Ô, o Pitbull voltou, o Pitbull voltou, o Pitbull voltou”.

Visivelmente emocionado, Vanderson chorou… Chorou e agradeceu o carinho e respeito da torcida… Chorou e beijou o escudo do clube… Chorou e sacudiu os braços com os punhos fechados em sinal da raça que o consagrou perante a torcida… Chorou e contagiou os companheiros que o abraçaram em campo… Chorou, emocionou e se emocionou.

A torcida rubro-negra prestou uma homenagem a um atleta que não costuma fazer jogadas de efeito, que não costuma fazer gols, que não usa a mídia para se promover. A justa homenagem foi o reconhecimento de que raça e respeito são fundamentais a todo e qualquer atleta que pretende ser respeitado e ter seu nome gravado na história do clube.

Que a raça de Vanderson contagie os demais jogadores do Vitória e, que tenhamos em campo outros guerreiros, outros heróis, outros ídolos. Obrigado, Pitbull.

Toda homenagem a ti, ainda é insuficiente. Por um Vitória Forte!

P.S Meu finado pai dizia que era feio roubar as coisas dos outros, mas este texto de Michel Silva ficou tão ducarajo que resolvi me apropriar do mesmo. O sacana conseguiu captar algo indizível – a emoção feladumaputa que tomou conta das arquibancadas na última quinta-feira. Por conta disso estou espalhando que quem escreveu esta prosopopéia fui eu. Façam o mesmo. Deus lhes pague.

A hora e a vez dos Guerreiros

abril 24, 2009

Há exatos 20 dias, quando só havia choro e ranger de dentes, eu desafiei aqui o coro dos descontentes e larguei a seguinte prosopopéia no texto intitulado Habemus Elenchus: “Em verdade vos digo: de todos os que passaram depois de Dinei (volta, Dinei!) nenhum chega nem perto de Neto Baiano, que parece um Daniel Sam, de tanta vontade e persistência que demonstra”.

Pois bem.

Depois de proferir estas palavras da salvação, quase fui crucificado pela massa Rubro-Negra. Afinal, na época, 93,26% da torcida do Vitória abominava Neto Baiano; 28,35% odiava o rapaz e 112,45% achava que ele devia ir trabalhar numa plantação de cana em Cuba.

Pois muito bem.

Mesmo com toda esta numerologia contrária, fiz fé no referido. Sabia que ele, apesar de suas limitações, cumpria uma função tática que nenhum centroavante recente realizou no Vitória. Qual seja. Atrapalhar a saída de bola, dando um querosene dos seiscentos. E, não bastasse isso, ainda brocava. É fato que o cidadão era (e é) perna-de-pau. Não há dúvida. É vero também que maioria dos gols do referido é meio que malamanhada. Porém, como ensinou o menino Dadá Maravilha: “não existe gol feio. Feio é não fazer gol”. E o pior, aliás, o melhor, é que, de quando em vez, o disgramado também faz gol bonito.

No entanto, mais do que balançar as redes belamente, o que precisamos neste momento da guerra contra o timeco de itinga é do espírito de Neto Baiano. Aquela gana, aquela raça, aquela fibra, aquela vontade de vencer tem que contagiar a equipe nestes jogos finais. E contagiar a torcida também.

Aliás, já contagiou.

A homenagem prestada a VANDERSON ontem foi uma das coisas mais emocionantes da história do futebol mundial de todos os tempos. E vi que ele chorou porque um homem também chora. Lágrimas de guerreiro.

E emocionou até os mais insensíveis. Luciano Almeida, por exemplo, que nunca deu um pique pelo Vitória, ontem entrou de zagueiro e chutou com vontade a bola para o mato porque o jogo é de campeonato. É isso aí. Só há espaço para quem quer guerrear. E até ele, que eu dava como perdido, mostrou que está disposto a mudar de atitude. Ramon, idem.

Por isso, nem quero saber se Jorginho Sampaio é axezeiro ou se Carpegiane vai escalar o time no sistema tático 20-9-12 ou no inovador 4-2-2-2. Pouco importa a preferência musical ou esta numerologia estranha que parece nome de bloco de trio elétrico ou de algum disque-taxi. O que quero é que todos os jogadores vistam o manto sagrado nos próximos domingos com a disposição dos guerreiros.

Inclusive, vos informo: até a irreverência destes rabiscos será abandonada. Até o dia 3 de maio, não haverá mais nenhum texto engraçadinho aqui. Afinal, acabou a brincadeira. Nesta hora da Mãe de Todas as Batalhas (o ba x VI), resta-nos apenas repetir os dois gritos que emocionam até os mais brutos:

UMBORA BITÓRIA, CARAJO!

e

TRI-TRI, TRI, TRI-TÓRIAAAA

A Nau dos Insensatos

abril 23, 2009
Há pouco mais de dois anos, exatamente no dia 12 de abril do ano da graça de 2007, escrevi um texto, na intimorata INGRESIA, intitulado Nosso Farsesco Olhar Estrangeiro, que começava assim. Às aspas, maestro. “A Cidade do Salvador, que tem um dos mais altos índices pluviométricos do Brasil, com uma média anual superior a 1900 mm, foi vendida, literalmente, como uma sucursal do paraíso, onde faz sol o ano inteiro. Nada de anormal que os estúpidos turistas (desculpem a redundância) comprem esta malamanhada versão. Esta ordinária raça, sabemos, compra qualquer coisa. E, se aqui aterrisam sob raios e trovoadas, a culpa deve ser de algum orixá que não lhe foi com os cornos ou com a sua epiderme amarela, de menino parmalat. Então, inventa-se mais duas ou três crendices para enganar os trouxas – e tá tudo lindo. O problema é que, de tanto ouvir esta ladainha, o próprio baiano passou a acreditar nas patacoadas propagandísticas. E as rotineiras e inconseqüentes chuvas que desabam sobre esta província parecem-nos apenas um comercial mal feito. Aqui é sempre, sempre, verão, minha nega”.
Pois bem.

Chuva inconseqüente castigando esta província (royalties para o poeta Carlos Sampaio) não é novidade alguma. Ao contrário. É algo tragicamente rotineiro, conforme relembro neste artigo acima.

Então, o que estas águas de abril trazem de diferente? Pergunta-me a ouvinte toda encharcada. E eu respondo: somente as desculpas esfarrapadas de que não se podia praticar futebol ontem em Salvador. Na moral: que história é esta de que não existiam  condições de jogo ontem? Já assisti a várias partidas, tanto na Velha Fonte, quanto no Santuário, com condições climáticas muito mais desfavoráveis, com o aguaceiro caindo sem dó nem piedade. Então, repito: por que diabos ontem não poderia haver as pelejas, especialmente se levarmos em consideração que à tarde o tempo começou a melhorar?  Por quê? Repeti esta pergunta várias vezes aos meus desgastados e molhados botões.  
Porém, para não ser leviano, dei um crédito à Federação Bahia de Futebol a princípio – e pensei: “Eles devem ter dados mostrando que nesta quinta-feira o tempo vai melhorar”. Então, fui conferir no placar, isto é, no site da Climatempo. E lá estava estampado o seguinte:  

 

 

Atualizado às 16:43h
 
Quinta-Feira, 23/04 nascer e pôr-do-sol: Horário do nascer do Sol 05h41   Horário do pôr do Sol 17h24
manhã
tarde
noite
28ºC
22ºC
Quantidade e Probabilidade de Chuva 5mm
80%
Direção e Velocidade do Vento S
11km/h
Umidade relativa máxima e mínima 88%
75%
+ veja mais dados
horário
06h
09h
12h
15h
18h
21h
direção do vento
S
SSW
S
S
S
SSE
velocidade do vento (km/h)
6
7
8
15
19
16
pressão (hPa)
1011
1011
1012
1011
1010
1011
umidade relativa (%)
83
88
88
85
83
78
Chuvoso durante o dia e à noite.

 

Pois é. Chuvoso durante o dia e à noite. É óbvio que esta previsão pode estar furada, até porque previsões pluviométricas no Brasil valem tanto quanto a palavra de um senador. Porém, é um indicativo. O pessoal da FBF poderia ao menos dar esta desculpa. Mas nécaras.

Por conta disso, eles deram o direito de alguém imaginar que a transferência do jogo foi algo orquestrado com as diretorias dos quatro clubes (ou talvez dos dois maiores) para que hoje pudesse ter uma renda maior. Aliás, o site oficial do Vitória anunciou o adiamento com uma rapidez impressionante. Some-se a isso que o presidente do Bahia deu entrevista à noite falando do acerto da decisão da FBF.

Então, meu jesus cristim, por que não jogar aberto e de forma franca com o torcedor? Por que diabos aqui tudo tem que ser na base da dissimulação e da enrola? Que carajo! E as centenas ou milhares de pessoas que se programaram, brigaram com a namorada, arranjaram desculpa para sair mais cedo do trabalho, pintaram o diabo para ver os jogos, nunca merecem a mínima consideração? E se nesta disgrama de quinta-feira chover mais do que ontem (bato na madeira molhada três vezes) como ficará o calendário?

Putaquepariu a  mulher do padre!

É por estas e outras, muitas outras, que quem mora nesta vetusta cidade há algum tempo sabe que as tradicionais enxurradas aqui saem carregando tudo – só não conseguem levar os farsantes. Entra ano e sai ano e a Nau dos Insensatos continua desfilando com a cara mais lisa do mundo.
  
Hoje, em protesto, não haverá o tradicional grito que emociona o Nordeste de Amaralina.

A Teologia da Paixão e o Balipódio

abril 22, 2009

Na aurora da minha vida, na minha infância querida, que os anos não trazem mais (royalties para o poeta Casimiro de Abreu), havia um padre comunista que azucrinava as mentes e os corações do conservadorismo sertânico. A bem da verdade, ele não professava o marxismo, mas sim a (então novíssima) Teologia da Libertação. Porém, na parca compreensão de meu finado pai, que era da época do carrancismo, o referido religioso não passava disso: “um comunista descarado com teorias subversivas”.

Comunista ou não, o fato é que, nestas priscas eras, no velho semi-árido baiano, Padre Pedro (eis o nome do santo) pregava que os desvalidos mereciam muito mais do que apenas compaixão, que eram cidadãos e que deviam ser respeitados e etc e coisa e tals.

Ai, meu jesus cristim, não bastasse o homem falar difícil, agora ainda quer meter religião no futebol. Valha-me Deus”, reclama, quase sussurrando, aquela beata ali na arquibancada.

Por isso, para tentar aplacar a aflição da moça, respondo rapidamente: “Calma, minha santa comadre, nesta minha homilia de hoje vou meter o assunto no outro, sim, mas farei com jeitinho. Pode ficar despreocupada que não vai doer. Sinta só. Ou melhor, ouça”.

Seguinte.

Como todo cristão de boa cepa, Pedro gostava de doutrinar através de parábolas. Certo dia, para tratar da luta e do amor verdadeiro, ele contou a história de João Leão, que se dizia muito apaixonado pela menina Vitória. E falou assim, com seu sotaque italiano.

Meus irmãos de fé, este rapaz gostava de propagar aos quatro cantos que amava muito esta moça e que, por ela, era capaz de tudo. Porém, por conta das artes do destino, eles só podiam se ver nos domingos e nas quartas-feiras. E, num dia reservado a este esperado encontro, João Leão telefonou para Vitória e disse: ‘meu amor, para lhe ver eu enfrento guerra, tempestade, chuva de gafanhoto, o diabo’. A moça, quase chorosa, se emocionou e  respondeu: ‘Então venha que estou lhe esperando’. João Leão, no entanto, se saiu com esta: ‘Mas hoje não vai dar não porque o tempo tá chuvoso e meu pai não me emprestou o carro’”.

Pois muito bem. Qualquer semelhança entre esta história e alguns torcedores do Rubro-Negro não é mera coincidência. Aqui, na Internet, fica uns rebain de miséra dizendo que ama, que faz e que acontece. Porém, basta cair umas gotas d’água e eles não comparecem ao Santuário do Barradão. 

Assim, ao contrário destas injúrias, vos digo: quem ama de verdade pode e deve aparecer hoje à noite neste jogo decisivo contra o Atlético de Alagoinhas. E vos antecipo: pode chover caco de vidro com sal e ácido muriático que este religioso locutor estará lá levando as seguintes palavras da salvação:

UMBORA BITÓRIA, CARAJO!

A tática para o TRI

abril 20, 2009

Toda vez que ouço um técnico de futebol impostar a voz e começar a discorrer com aquela empolada (e falsa) autoridade sobre sistemas táticos e outras mumunhas escondo logo minha carteira, pois sei que ali está uma conversa de ladrão da porra! Aliás, digo mais, metendo um pouquinho de erudição: Se, conforme sentenciava o menino William S. Burroughs, a linguagem é um vírus, a fala de alguns treinadores sofre de infecção generalizada.

E foi exatamente por conta deste reme-reme ordinário de Carpegiane, nosso homem de Ray-ban, que, antes mesmo da bola rolar em Alagoinhas e os radialistas falarem as bobagens tradicionais, eu já sabia que o time do Vitória ia praticar um futebol tão enrolado quanto o seu discurso. Ouçam o que ele disse em entrevista ao Correio da Bahia logo após aquela bisonha apresentação diante do Juventude: “Foquei na compactação da equipe”. Que mané compactação o que, rapaz? Quem faz compactação é técnico de computador, o de meu time tem que botar a equipe para jogar bola. Vamos simplificar, Doutor Carpegiane. Siga os ensinamentos do revolucionário Cambuizinho que, nos idos de 1973, pregava a seguinte teoria: “Minha equipe tem que subir e descer igual a Elevador Lacerda e abrir e fechar igual a tesoura”. Touché! Palavras da salvação.

No entanto, Carpegiani quer complicar. Ele parece não ver que esta história de três zagueiros com Bosco na lateral (ala é a puta que o pariu) não funciona. Além disso, insistir com Ramon é uma heresia sem tamanho – talvez só menor do que recuar Carlos Alberto, colocando-o de volante. Conforme já é de conhecimento de toda a Bahia e uma banda de Sergipe, o referido jogador é um típico camisa 8, que os baitolas hodiernamente chamam de segundo homem de meio de campo. Colocá-lo de volante, com a função primordial de marcar e destruir, serve apenas para cercear o que ele tem de melhor, a chegada surpresa com chutes fortes e certeiros. Outro crime inafiançável é deixar o maluco do Neto Baiano correndo sozinho feito um doido (desculpe a redundância) no ataque.

Porém, chega de reclamações. Não temos mais tempo para isso. Mesmo neste vôo cego com Carpegiani, de hoje até o dia 3 de maio temos que apoiar a equipe de forma incondicional, pois a tática para o TRI é uma só: gritar insanamente  UMBORA BITÓRIA, CARAJO!

Ou a Bahia acaba com o radinho de pilha ou o radinho de pilha acaba com o futebol

abril 17, 2009

É óbvio que a culta audiência que sintoniza nesta intimorata emissora conhece aquele conto de Veríssimo intitulado Dezesseis Chopes. Por isso, abster-me-ei (recebam, hereges, uma mesóclise logo no primeiro parágrafo) de reproduzi-lo aqui. Sim, minha comadre, é exatamente aquela prosopopéia em que cinco amigos vão bebendo e mudando de humor a cada novo copo que chega à mesa.

Pois bem.

Apesar de a gloriosa sexta-feira ainda nem ter começado direito já estou maizomenos na nona rodada, aquela da confissão. Assim, em verdade vos revelo: Mesmo não sendo palhaço das perdidas ilusões, sou de um tempo antigo. Muito antigo. Para que vocês tenham idéia do arcaísmo de minhas vastas emoções e pensamentos imperfeitos, até outro dia eu ainda acreditava no comunismo e em outras assombrações. Deusémais.

Porém, não sou igual a ex-fumante que veste uma camisa listrada e sai por aí renegando e abominando as delícias de outrora. Nécaras. Apesar de saber que o império do individualismo está vencendo, ainda faço fé na força da mobilização popular e nas grandes campanhas cívicas que emocionam a nação.

E é com a alma lavada e encharcada de emoção e crença (dá-lhe Odorico Paraguassu!) que retorno a esta tribuna para lançar a seguinte campanha: “Chega de radinhos de pilha nos estádios”, especialmente nos jogos do BRIOSO Rubro-Negro baiano.

Putaquepariu a mulher do padre!

Não há como conviver com estas abomináveis criaturas que são emprenhadas nos ouvidos pelos escrotos radialistas baianos  (desculpe-me a tripla redundância). Vejam vocês. O assoprador de apito nem bem dá início à peleja e já tem umas injúrias vaiando o técnico, o time ou o vendedor de churrasquinho de gato porque o desinfeliz da rádia quer aumentar a audiência. Vá matar o Demônho!

Eu sei que vocês vão dizer que estas raças de gentes ruins (radialistas escroto e torcedor otário) existem em todo o país, mas como bem disse o SANTO Armaaando Oliveeeira, “A Bahia é o Brasil levado às últimas consequências”. Aqui tudo é amplificado de forma ensurdecedora. Ajaiô, ajaiôôôô e viva o trio elétrico de Dodô e e Osmar.

Na última quarta-feira, então, foi uma graça. Paulo César Carpegiani, o homem dos óculos mais feios de Pindorama, estreou no comando do Vitória sem fazer concessões a estas lástimas e, como recompensa, recebeu logo a galinha pulando. Com menos de 15 minutos de bola rolando sob seu comando, já tinha comentarista pedindo sua demissão, chamando-o de burro e de outros adjetivos menos suaves que não repetirei aqui, pois sei que este é um ambiente de respeito e ainda tem criança na sala nesta hora.

Pois muito bem.

Não é que as lástimas humanas que ficam no estádio só escutando a disgrama do radinho de pilha começaram a vaiar o treinador? E pior. Por conta disso, como diria a população aqui do Nordeste de Amaralina, a equipe deu pânico e quase perde a vaga em Casa para a 3ª fase da Copa do Brasil diante do fraco Juventude. É graça uma porra desta?

É por isso que, aproveitando a respeitabilidade e honorabilidade desta gloriosa emissora, venho lançar a campanha pela proibição dos radinhos de pilha nos estádios baianos. Espero que a puliça local ouça meu grito de alerta e tome as devidas providências, proibindo o acesso ao Santuário do Barradão de torcedores portando tal instrumento. Caso contrário, no próximo jogo sacarei do coldre meu decente canivete e aí nem o filho de Érico Veríssimo conseguirá me segurar.

UMBORA BITÓRIA, CARAJO!

Viva o marquentingue ou vá matar o Demônho!

abril 16, 2009

Antes de começar a mais esperada resenha esportiva do Vale das Pedrinhas e adjacências, faz-se mister um agradecimento público ao departamento de marquetingue e à diretoria do Esporte Clube Vitória.

Seguinte é este.

É com a alma lavada e encharcada de emoção (dá-lhe Odorico Paraguassu!) que subo a esta intimorata tribuna para dizer: “Muito obrigado!”. Foi exatamente por conta da eficiência de vocês que me livrei de ver 30 minutos de um baba ordinário na noite de ontem. Enquanto o Rubro-Negro jogava pedra em santo, eu desfrutava das delícias de uma fila do Sou Mais Vitória, conversando com amigos e tomando uma brisa muito boa. Ora direis, ouvir estrelas. Uma maravilha.

Como diria aquela propaganda da funerária, eis um momento em que me faltam as palavras. Realmente, esta estratégia de deixar o torcedor que paga um plano especial desfrutando de uma fila por mais de 40 minutos é uma das coisas mais sensacionais já inventadas por este pessoal novidadeiro. Melhor do que isso, só querer mudar o nome de meu time. Aliás, minto. Há algo mais revolucionário. Um amigo me contou que foi comprar um brinde para seu filho na loja do Leão e eles estavam vendendo um…URSO. Que beleza!

Ah, sim. O jogo? Ora, como não poderia deixar de ser, este espírito inovador do marquentingue contagiou nosso novo treinador. Não bastasse apostar em André Luís como titular (quem é que este rapaz tá namorando no Vitória? Pergunta-me a curiosa população do Areal), ele ainda inventou de insistir com RAMON EM CAMPO POR MAIS DE 70 MINUTOS. E, como pardalice pouca é bobagem, na segunda etapa Carpegiane tirou o desinfeliz do André Luís e colocou mais um zagueiro, o apavorado Victor Ramos. Ou seja. Quando o time precisava de consistência defensiva, ele foi para o ataque. Já quando precisávamos atacar, ele recuou.

É óbvio que nada disso foi sem sentido. Tudo faz parte de uma estratégia bem planejada para testar o coração dos torcedores safenados, naquele melhor estilo Mauro Fernandes. Qual seja. Se o cara não morrer enfartado numa disgrama daquela é porque tá muito bem de saúde. Com isso, nem precisa mais fazer qualquer tipo de check-up. Economiza-se uma grana e ainda ganha-se o direito de vibrar com gol salvador de Neto Baiano.

Pois muito bem. Por conta de tudo isso, uma vez mais, deixarei de gritar o tradicional brado que emociona o Nordeste de Amaralina. Assim, em vez de falar UMBORA BITÓRIA, CARAJO, apenas sussurro:

VÁ MATAR O DEMÔNHO!

P.S  Ah, lembrei-me agora de outra gentileza que o pessoal do marquetingue fez comigo.

Seguinte.

Igualmente a alguns apressados torcedores, renovei antecipadamente meu SMV e ganhei o benefício de pagar 200 real a mais. Que coisa maravilhosa, que boa ação!

Já imaginaram o que aconteceria se este irresponsável locutor estivesse ontem com 200 contos na carteira? Poderia ter gastado de cangebrina e contraído uma cirrose. Ou pior. Ter investido todo  em puta e minha ciumenta mulher acabar descobrindo. Ó, o tumulto.

Mais uma vez, obrigado marquetingue.

E minha camisa nova até hoje nécaras. Ô, grória