Archive for outubro \29\+00:00 2011

Sabe aquele feijão preto? Então….

outubro 29, 2011

Pode ir armando o coreto e preparando aquele feijão preto

Eu tô voltando

Põe meia dúzia de Brahma pra gelar, muda a roupa de cama

Eu tô voltando

Leva o chinelo pra sala de jantar…

Que é lá mesmo que a mala eu vou largar

Quero te abraçar, pode se perfumar porque eu tô voltando

Dá uma geral, faz um bom defumador, enche a casa de flor

Que eu tô voltando

Pega uma praia, aproveita, tá calor, vai pegando uma cor

Que eu tô voltando

Faz um cabelo bonito pra eu notar que eu só quero mesmo é

Despentear

Quero te agarrar…

pode se preparar porque eu tô voltando

Põe pra tocar na vitrola aquele som, estréia uma camisola

Eu tô voltando

Dá folga pra empregada, manda a criançada pra casa da avó

Que eu tô voltando

Diz que eu só volto amanhã se alguém chamar

Telefone não deixa nem tocar…

Quero lá.. lá.. lá.. ia…

Porque eu tô voltando!

http://www.youtube.com/watch?v=Ka_l9wyY7vU

A peleja do gênio franzino contra a poderosa e inflexível matemática

outubro 24, 2011

Um fantasma tem assombrado o futebol brasileiro nos últimos tempos: o fantasma da objetividade idiota. A fórmula é a seguinte: Embasados num cartesianismo de budega, os fariseus tentam nos convencer de que nossa paixão cabe nas frias estatísticas. Eles querem demonstrar que, também no futebol, tudo se resolve através de equações matemáticas. Assim, as análises ludopédicas ficam restritas e reduzidas a números. X + Y é igual a noves fora nada.

É isso, amigos de infortúnio, não importa mais a jogada de craque, o improviso, nada. Tudo deve ser apenas quantificado. Neste mundo dos imbecis, discute-se quantos quilômetros o atacante correu, quantos tiro de meta o goleiro cobrou, quantas vezes respirou, qual foi o batimento cardíaco nos 90 minutos e outras bobagens do gênero. E esta cultura é tão nefasta e opressora que até mesmo os jogadores não têm mais nomes. Agora eles são siglas com letras e, óbvio, números. Em vez de atender pela graça que ganhou na pia batismal ou por algum apelido espirituoso, o boleiro passou a se chamar CR-7, K-9, R-10 e outras abreviações ordinárias.

PUTAQUEPARIU A DÍZIMA PERIÓDICA!!!

Por falar em dízima periódica, outra praga que tem se alastrado pior do que a saúva é a tal chance de classificação. Todo santo dia sai uma estatística mostrando que tal time tem 0,1535353% de possibilidade de sair da zona do agrião e penetrar (lá ele) no grupo dos escolhidos. No dia seguinte, com o mesmo sabor de verdade absoluta, é publicado números inteiramente diferentes, modificando por completo as possibilidades das agremiações. A única coisa que não muda é meu grau de paciência para estas aleivosias: zero.

E, no último sábado, no jogo entre Vitória x Náutico, descobri que estou muito bem acompanhado nesta labuta. (Não, maldosos, a moça do shortinho Gerasamba ainda não voltou aos estádios, não. Minha companhia foi mais, digamos assim, ideológica). Um gênio franzinho provou por A + B que é possível (e preciso) desmoralizar a poderosa e inflexível matemática. Com um golaço de canhota e uma obra prima por cobertura, Marquinhos (eis o nome do santo) deu tiros certeiros nesta nova seita numerológica que tenta reduzir nossos sonhos a máquinas de calcular. Suas jogadas de craques demonstraram que não se pode mensurar o imponderável dentro das quatro linhas. E mais do que isso: reavivou o orgulho do torcedor gritar, a plenos pulmões, o nome de um talento genuinamente Rubro-Negro.

P.S. 1 No próximo sábado, contra o Boa Esporte, torceremos para que Marquinhos e seus pares nos mostre, definitivamente, que os números não mentem, mas, quando torturados pelo talento, confessam.

P.S 2 Quem também fez uma jogada de craque no últmo sábado foi o MSMV que, pela manhã, se reuniu com conselheiros para lutar por democracia, profissionalismo, transparência e respeito ao torcedor no nosso Esporte Clube Vitória. Confiram aqui, ó

http://www.somosmaisvitoria.com.br/msmv-reune-se-com-conselheiros-do-ecv/

Entre o patético e o heróico

outubro 18, 2011

Desde sempre, antes mesmo do big bang, a imprevisibilidade tem sido uma marca indelével do Esporte Clube Vitória. Quando tudo aponta para um triunfo fácil, vem uma derrota acachapante. Já no momento em que está desenhada a derrocada, quando todos dizem que não há saída para o abismo, aparece a vitória redentora.

Apesar desta instabilidade (ou talvez por causa dela), nunca jogo a toalha, nem mesmo nos momentos mais dramáticos. E neste ano da graça de 2011 não está sendo diferente. Alguns amigos, não sem razão, afirmam que é loucura minha fazer fé neste time, que não se pode acreditar num clube sem planejamento, que temos uma dúzia de bondes comandados por amadores e etc e coisa e tals. No entanto, continuo perseverando porque compreendo a histórica e incongruente lógica do Leão. Aqui impera a chibança. O não pode ser sim e o  jamais significa talvez.

Os torcedores de outras agremiações podem argumentar que padecem do mesmo mal e que a insensatez não é privilégio do Rubro-Negro. Não duvido. Porém, pouco importa. A mim me bastam meus dilemas.

Mas, derivo. O que eu queria registrar é que a situação de insegurança nesta ordinária segundona atingiu um paroxismo tal que assombra até mesmo quem conhece toda a geografia da conturbada alma do Leão, como este crente locutor que vos sopra prosopopeias.

Nas duas últimas partidas, por exemplo, o time trafegou do patético ao heróico (e vice-versa) com uma desfaçatez de enlouquecer o mais lúcido dos homens. Os desatinos que a equipe cometeu contra o Bragantino e Goiás foram para tirar a paciência de qualquer santo, para transformar Gandhy num psicopata.

VÁ MATAR O DEMÔNHO!!!

O problema é que o Diabo, o Sete Peles, é imortal. Então, a rebarba mortífera vai sobrar mesmo é para nós que ainda cremos na redenção. E, para não morrermos diante da Portuguesa, resta-nos continuar apostando na falta de lógica das coisas do Vitória, além de acendermos velas para São Burndown Chart e o brioso Sobrenatural de Almeida – até porque se formos depender do sistema de jogo do técnico,  pode encomendar o caixão. O esquema tático atual é mais feio do que a cara de Benazzi.

Assim, entre o patético e o heroico, vamos fazendo fé no imponderável.

  

Senhores, tenham um pouco de pudor

outubro 10, 2011

No dia 16 de janeiro, o Vitória estreou no campeonato baiano tomando uma bordoada do fraco Colo -Colo, time tão ruim que acabou ficando em último lugar na referida e fraquíssima competição. Porém, tão ou mais humilhante do que a derrota em campo foi a (falta de) atitude da diretoria para com os mais de cinco mil torcedores que desceram a ribanceira rumo ao Barradão para apoiar a equipe mesmo depois de o time ter sido rebaixado à segundona. Eles deram as boas-vindas com um placar ordinário, que mais parecia (e parece) um data show de quinta categoria. Aliás, exatos dez dias depois, em 26 de janeiro, os coordenadores do Movimento Somos Mais Vitória reuniram-se com Carlos Falcão, então presidente em exercício, e fizeram questão de registrar tamanho desleixo.

Pois bem.

O tempo passou, voou, a poupança bamerindus se lascou toda e o descaso no Vitória só se ampliou. É fato que não adianta relatar aqui todas os lastimáveis atos que marcaram este tenebroso período, pois além de cansativo seria inútil. Porém, os desleixos são tantos, tamanhos e repetidos que não podem ser classificados apenas como incompetência ou amadorismo. O que há agora é escárnio.

Senão, vejamos.

Há coisa de uma semana, exatamente no dia 4 de outubro, depois de presenciar mais uma vergonha do Leão diante do poderoso grêmio…barueri, o senhor Adailton Feliciano Teixeira não resistiu. No dia seguinte, a direção do Esporte Clube Vitória publicou no site uma nota protocolar onde lamentava a morte do torcedor. Gastaram menos de seis linhas – e um dia, pois com uma pressa inexplicável retiraram logo a nota do ar.

Pois muito bem. Ou melhor, pois muito mal. Neste mesmo período, um conselheiro do Internacional veio passear na Bahia e a notícia (se é que isto é notícia) continua em destaque na página principal como se fosse um grande feito. Aos que não entenderam, repito. O Vitória não recebeu a visita do presidente do Colorado nem de um diretor que veio aqui trocar experiência ou fazer negócios. A importante notícia foi (e continua sendo) a visita de um conselheiro que veio aqui passear.

Quer dizer que a morte de um torcedor, que sofreu pelo time, é colocada em segundo plano, enquanto que o provincianismo tacanho faz com que a visita de um conselheiro de outro clube seja destaque por quase uma semana?

PUTAQUEPARIU O DESLUMBRAMENTO!!!!

Porém, o escárnio, a palavra é esta mesma, não para aí.

É verdade que eu não deveria nem mais me espantar. Afinal, como já sentenciou sabiamente Aparício Fernando de Brinkerhoff Torelly, o Barão de Itararé, “De onde menos se espera, daí é que não sai nada”. Contudo, não consegui silenciar ao entrar no mesmo site oficial do Vitória e ver publicado, com destaque especial, a seguinte foto. (quem duvida, pode conferir aqui, ó http://www.ecvitoria.com.br/noticias/181-elogios )

 

É inadmissível que, depois de uma (mais uma) apresentação medíocre e covarde de um time que está em situação lastimável, estes senhores encontrem motivos para rir. De que riem estes senhores? Até quando continuarão a rir? Tão incompreensível quanto o riso, ou melhor, escárnio destes senhores é o site oficial achar que isto é digno de publicação.

Francamente.

Não há motivo para festa, ora esta. Senhores, já que não possuem competência, tenham, ao menos, um pouco de pudor.

As dores dos pequenos não vendem jornais

outubro 7, 2011

Não sei se quem falou foi Zaratustra, Flaubert, Irmã Dulce ou Jacques Derrida. E pouco importa o autor. O fato é que não há – pelo menos para este narcísico locutor – como fugir do seguinte e inapelável axioma: “Todo texto é autobiográfico”. Por exemplo? Sei que 97,48% dos que gastam seu ocioso tempo aqui desconhecem a minha contribuição para a história da computação na Bahia, porém a verdade que salva e liberta é uma só: esta tecnoanta que hodiernamente (recebam, fariseus, um hodiernamente logo no 2º parágrafo) vos sopra estes bits mal digitados já foi uma espécie de Steve Jobs nesta província lambuzada de bytes e dendê.

Além de ser aluno da segunda turma de processamento de dados da Escola de Engenharia Eletro-Mecânica da Bahia, a gloriosa EEMBA, ministrei, na longínqua década de 80, aulas de Cobol, Fortran, Pascal e, creiam, até mesmo de Sistema Operacional em Disco (DOS), entre outras mumunhas, no extinto Centro de Informática de Salvador.

Porém, esta semana, apesar de meu belo e rico histórico tecnológico, a morte que me comoveu não foi a do visionário americano, mas sim a de uma pessoa, pra mim, muito mais importante, em que pese nem conhecê-lo: Adailton Feliciano Teixeira.

Agora, vejam vocês como o mundo é injusto. Enquanto Steve Jobs recebeu 4,5 milhões de tuites em 12 horas, meu herói ganhou míseras sete linhas de necrológio num jornal local, apesar de estar empenhado numa tarefa muito mais árdua e digna: construir um Brasil melhor e um Esporte Clube Vitória melhor (o que dá no mesmo).

Pois bem.

Na noite da última terça-feira, enquanto travava esta inglória batalha em favor da pátria, Adailton sentiu um forte dor no peito. Ato contínuo, segundo o Jornal A tarde, procurou o competente serviço médico no Estádio Manoel Barradas, que lhe deu um pronto diagnóstico: gases.

Pouco tempo depois, consuma-se uma das mais graves injustiças contra a pátria (o Barueri, este timeco de empresários, broca o Leão em pleno Santuário) – e seu Adailton morre de infarto.

Além de ficar completamente puto e revoltado com o desleixo médico, que, óbvio, é consequência diretamente do desmantelo que impera na direção do Clube, fui acometido de uma tristeza impiedosa por perceber que, hoje, nem quando o Vitória mata, literalmente, seu torcedor do coração isso sai nos jornais. (Podem pesquisar no Google. Nenhum meio de comunicação fora da Bahia disse um ai sobre a tragédia,)

É isso. Quando somos pequenos (e o Vitória está cada vez mais se apequenando) a nossa dor não é nem motivo pra notícia, não serve nem pra embrulhar o peixe no dia seguinte.

Eis o nome da esperança: Burndown Chart

outubro 1, 2011

*Texto escrito por Márcio Melo (não sou o cantor, só tenho um ‘L’)

Até pouco tempo estava deveras preocupado com a campanha do nosso glorioso Esporte Clube Vitória nessa ordinária Série B de 2011. Mas mudei de ideia. Afinal, a vida sempre está em constante mudança. Por isso, hoje tenho confiança absoluta na nossa campanha rumo à primeira divisão, mesmo com esse atual modelo de “gestão” (entre aspas claro) da atual diretoria.

“Mas você é louco? Só porque aparecemos com aquele uniforme de abelha já está assim todo eufórico?” – Pergunta Franciel, que anda mais sumido do que a menina Gerasamba, mas ainda assim (ou talvez por isso) teve a coragem de deixar eu escrever este texto aqui. E eu respondo a ele e a todos vocês que não foi por isso. Os motivos são outros.

Antes, contudo, destaco que sempre tive a convicção de que não existia neste mundo nada pior que o “esquema tático” (aspas do tamanho do elevador Lacerda) do Vitória, mas eis que faço meu début numa reunião de condomínio e percebo que tal evento supera qualquer coisa. Vocês acham que ter um goleiro que parece uma borboleta e depender de dar chutão pra cima na esperança de que um cone domine e chute na direção do gol é problema? Que nada. Problema foi o silêncio constrangedor que ficou no salão que estava quando perguntaram quem queria se candidatar a síndico dos 14 prédios do condomínio que vou morar. Nem os grilos e as cigarras se manifestaram.

E no meio de tanta do mutismo e tambêm da balbúrdia sobre os mais desprezíveis assuntos, chegamos à polêmica sobre a permissão de animais domésticos. E uma mulher (vou categorizar como humano para simplificar o texto) pergunta ao marido se estavam inclusos nessa categoria de animais domésticos os cachorros. Se uma mulher com este raciocinio pode casar, ter um marido e até morar no mesmo lugar que eu, porque Benazzi não pode chamar aquilo de esquema tático? Pensando bem, lançamentos longos e chutes aleatórios pode dar certo sim, nem é tão ruim quanto parece.

Mas o que me deu motivação e certeza na subida para a primeira divisão foi uma conversa que tive com um colega de trabalho. Matemático de escol, ele fez diversos cálculos, pegou a tabela dos jogos restantes, quantas rodadas faltam e foi marcando lá e me disse que, segundo um tal de Burndown Chart, um gráfico cheio de valores e curvas ascendentes que ele desenhou, a nossa subida está mais que garantida. E completou: esse empate ordinário perante Paraná entrou como um “plus”, nem era necessário.

Desconfiado, peguei a tabela da mão dele e comecei a indagar:

Mas se perdemos esse jogo aqui já era, né?

– Não, de forma alguma, esse não entra no cálculo.

E esse aqui?

Não precisa também.

E, diante de meu espanto, explicou: A questão é que os que estão na nossa frente vão se pegar agora e a matemática garante que com 63 pontos teremos cerca de 75% de chances de subir, e acima de 70% é 100%, fique frio.

Não entendi porra nenhnuma, até porque não tem como entender que com tanto jogo que não precisaríamos vencer, conseguiríamos o acesso. Mas quem sou eu pra duvidar dos iluminados cálculos probabilísticos? Ademais (tome , Franciel, um ademais nos mamilos) desisti de tentar compreender e decidi confiar cegamente no método Burndown Chart porque, no final das contas, é melhor acreditar neste bicho de nome estranho do que num sujeito que inverte jogadores de posição e quando indagado dá um sorriso maroto e diz que “qualquer coisa é só inverter novamente”.

Então,  é isso. Meu lema agora é o seguinte. Bote fé no Burndown Chart que o Leão vai subir

Oremos.