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Valei-me São George Romero Cap. 2

julho 31, 2009

Injuriado, retorno a esta tribuna sacando do coldre um spoiler, aquele artificio muito usado por xibungos e cinéfilos (desculpe-me a redundância) para antecipar o desfecho da trama. Portanto, aviso logo à praça: Se seu negócio é ludopédio, favor voltar outro dia. O longo texto que segue abaixo não tratará de futebol.

O seguinte é este. Ou melhor, foi este.

O ponteiro do relógio marcava exatamente 17h49 quando a porra do telefone do trabalho toca insistentemente. Absorto, ignoro. Porém, a estagiária, burra, gostosa e gentil, me chama.

  • Ligação para o senhor

  • Diga que não estou, minha filha.

E não estava mesmo. Minha cabeça, tronco e membros continuavam voltados para a peleja entre Vitória x Avaí, que começaria às 21h no tenebroso e friorento Estádio Ressacada.

Poucos instantes, a disgramada retorna.

  • Eu falei que o senhor mandou avisar que não estava (viva a inteligência!), mas a moça informou que era coisa urgente.

Diante disso, aquiesço. E ouço do outro lado da linha a voz aflita de DONA SÔNIA, a moça que trabalha lá em casa.

  • Sêo Françuel, o menino tá com 39,7 de febre. Tem que levar para o hospital agora.

Havia tanto terror na sua frase, que parecia que era a referida que estava prestes a bater as botas. Por isso, ato contínuo, abandono a labuta na gloriosa, egrégia e augusta Assembleia Legislativa e desço a ribanceira já pensando em uma fórmula para adiantar o serviço. Mesmo sabendo que podia dar AZAR, avento até a hipótese de pegar carona com a MINHA VIZINHA.

Antes das 19h, chego na emergência lotada do Hospital da Bahia e escuto uma estranha sinfonia de tosses e espirros.

Putaquepariu o porco espinho!

E o ponteiro do relógio dispara. 19h30, 20h, 20h30 – e nada. Exatamente às 20h48 o médico, numa leseira do cão, começa a atender meu rebento. Porém, em vez de cuidar logo da gripe, ele começa a querer saber a história toda do guri. Depois de muita prosopopéia inútil, receita nebulização e hemograma.

Pego o sacaninha pelo braço e arrasto-o pelo corredor daquele asséptico nosocômio. São exatamente 21h02 e nenhuma bandeira do Vitória naquele recinto. É muito descaso. Por isso que a saúde do Brasil tá do jeito que tá.

Mas, derivo.

Em seguida, uma enfermeira de peitos pequenos (não se fazem mais enfermeiras como antigamente) pede para eu ficar tranquilo. “Tenha calma. Vai ficar tudo bem. Não é nada grave”. Como assim não é nada grave? Já são 21h10 e não tenho nenhuma notícia sobre o jogo lá em Santa Catarina.

Pois muito bem.

Dizem que quando o satanás não aparece manda seu secretário. Olho para o lado e vejo um perneta filho da puta (por que todos os pernetas são filhos da puta?) com um fone no ouvido, bem feliz. Faço um sinal e peço, humildemente, para ele sintonizar numa rádia que esteja transmitindo a partida. “Já estou ouvindo o jogo. Tá 1 x 0 para o Avaí”, diz o sacripanta, sem disfarçar a alegria.

Então, decido acompanhar a peleja pelo semblante do desinfeliz. Poucos minutos depois e ele faz uma cara de quem está atrasado para ir no sanitário.

  • O que foi? , pergunto aflito.

  • O Vitória meteu uma bola na trave.

Mais um tempinho e ele abre um sorriso escroto. Avaí 2 x 0. Desisto de ficar olhando para a cara do perneta filho da puta, mas não abdico de tentar ver o resto do jogo. Procuro novamente a enfermeira de peitos pequenos. Ela me diz que o resultado do hemograma não vai demorar. “Em menos de duas horas está pronto”.

Duas horas? Caralho!

Então, apelo. “Meu filho, vou aqui fora tomar um ar. E volto já” Como ele já me conhece há 18 anos, largou. “Vai procurar um bar pra ver o Vitória, né, pai?”. Não tenho como negar. “Mas, é rápido, filho. Em meia hora estou de volta. Só vou ver a segunda etapa”. E ele. “Mudaram a regra do jogo, foi? Cada tempo agora tem apenas 30 minutos?”.

O sacana com gripe e febre e ainda fica fazendo piada…

Pergunto ao porteiro do Hospital onde posso ver o jogo ali perto.

  • Vá no Botequim. É só dobrar a segunda a esquerda e, depois do quebra-mola, pegar a direita.

Chego na disgrama do recinto e vejo apenas rostos lânguidos. O telão tá passando um show de Djavan. Bem feito. Quem manda ir num lugar que se chama botequim, com ó.

Brasileiro, não desisto nunca. E mais rápido do que um Ben Johnson dopado, corro para a Rua do Canal. Antes de chegar na esquina, ouço o barulho de fogo e penso. “Agora, vai. Gol do Vitória”. Olho para o lado e lá está um corpo estendido no chão. Um cidadão tentou reagir a um assalto e foi alvejado na mão e na clavícula.

Fujo dos ladrões e finalmente chego numa budega para ver o time. Antes que pudesse passar as primeiras orientações, Victor Ramos toma um nó de menino de playground e ainda faz penalti bisonho. 3 x 0. Pra acabar de fuder a porra toda, o juiz, em vez de acabar logo o jogo, deixa a partida ir até os 45 minutos. O Avaí mete mais um.

Volto para o Hospital depois da meia-noite e ainda não tem o resultado do hemograma. Toda a equipe médica está mobilizada atendendo o rapaz (ele também era rubro-negro) que levou os tiros.

Olho para a folhinha que marca 31 de julho. Poizé. Agosto ainda nem começou.

Valei-me São George Romero!

Palavras da Salvação

julho 27, 2009

A verdade que salva e liberta tem que ser dita. E eu a direi logo no primeiro parágrafo. Afinal, a missão do cristão ortodoxo é levar (lá ele) as palavras da salvação aos incréus com a máxima urgência. Portanto, hereges, dirijam-se imediatamente ao genuflexório para ouvir o que está escrito em Gênesis, Capítulo 13; versículo 2009. Eis: “No princípio, existiam trevas sobre a face do abismo e sobre o Ludopédio de Pindorama, mas neste Brasileirão fez-se a luz quando entrou em campo o menino Leandro Domingues. E, assim, houve a separação entre o bom e o mau futebol”.

Ô, grória.

A princípio, pensei em recorrer apenas ao meu surrado verbo para explicar as façanhas do maior craque neste campeonato. Porém, faltam-me as hipérboles e as parábolas. E, ademais, para dar a real dimensão do que vem ocorrendo no Parque Sócio Ambiental, Santuário Ecológico Manoel Barradas, o Monumental Barradão, só apelando à autoridade bíblica. Não há outro caminho – até porque o que este rapaz tem feito nas quatro linhas é algo completamente sobrenatural.

Ontem, mesmo, do nada, ele operou alguns milagres na murrinhenta partida contra o Coritiba.

O ponteiro do relógio marcava 19 minutos e 25 segundos da etapa complementar quando Leandro, seguindo o conselho de Jesus, amaciou a criança no peito com a mansidão e calma dos santos e desferiu um petardo em direção ao gol com a mesma ira que o Senhor expulsou os vendilhões do templo. Como consequência, os fiéis Rubro-Negro, que já queriam se entregar às satânicas tentações das vaias, ressuscitaram. E passaram a entoar o nome do seu santo sem cessar.

Porém, achando que a beatificação era pouco, alguns minutos depois Domingues foi para o outro lado da força. Com a destreza dos possuídos pelo demônio, ele arrancou da intermediária, driblou um, dois, seis, 29 adversários, virou a cara com o desprezo dos capetas e meteu a menina para Bida. Este, talvez por vergonha, preferiu nem chutar para o gol.

Putaquepariu a mulher do padre!

E nem vou relatar o que Leandro já aprontou nas outras partidas porque não é tarefa para um homem só. Para tratar das proezas do referido, seriam necessários, pelo menos, 86 apóstolos. E estes estão mais em falta no mercado do que jogadores com categoria. No entanto, para que vocês não fiquem na escuridão, repetirei aqui o que Carpegiani e toda a população do Norte e Nordeste de têm proferido em alto e bom som:

“Todo time vencedor tem que ter um jogador excepcional”.

Palavras da salvação.

 

P.SAh, sêo Françuel, é que meu pé tá doendo, ai, ai, doutor, é que meu pai mora no interior, é porque o Vitória não jogou tão bem ontem, é porque eu pensei…”

Amigo, seguinte é este: se você tem vocação para infelicidade, favor vestir uma camisa listrada e ir acompanhar o torneio de acesso às terças à noite e botar Born to cry na vitrola.

Aqui, na Primeirona, o plantão é rigoroso, sopa de tamanco. Não há lugar para lamento, rebain de miséra.  

Solapar é preciso

julho 24, 2009

                                                                                                                   Por Claudio Leal*

Minha boa gente baiana: volto a me apresentar como correspondente das derrotas Rubro-Negras em São Paulo. Estive ontem entre os 150 torcedores do Vitória e um do Poções que assistiram ao massacre da Força-Tarefa baiana sobre o Corinthians, no Pacaembu.

Permite?

Se o Vitória continuar perdendo gols cantados, se Leandro Domingues não aprender a finalizar, se Apodi agitar duas vezes o cabelo antes do drible, se a CBF escalar mais juízes pernambucanos e se os adversários tombarem com a gripe suína, seremos inelutavelmente os campeões brasileiros de 2009.

Suplico ao torcedor para que não ponha um termômetro em meus pés gelados. Não comprei os direitos federativos dos fracassos do Vitória em charnecas paulistanas. Assim como no jogo contra o Palmeiras, novamente fomos roubados pelo placar: 2 x 1. E como não há mais um ACM em campo, nunca poderemos violar o painel eletrônico do Pacaembu e desnudar o resultado mais justo da batalha campal da noite de ontem.

“O que falta ao Leão?”, interpela-me a porteira do zoológico Getúlio Vargas, inventada por este cronista com o fito de iluminar a prancheta do técnico Carpegiani.

Como especialista (aplausos, o orador é cumprimentado), recorro ao finado Sotero Monteiro, em frase entreouvida pelo querido Dalmo Pimentel, para corrigir o ataque Rubro-Negro. Há mais de cinquent’anos, o professor Sotero deu certeira instrução a um atacante do Ypiranga: “Você pega com a pata esquerda, joga pra pata direita, e solapa!”.

Agora me diga, leitor amigo: quanto ganham Vanderlei Luxemburgo, Mano Menezes e Muricy Ramalho para explicar o oposto disso?

Sotero era um modesto dono de hotel no bairro da Calçada. Donde conhecia um jogador “pelo arriar das malas“. E não rezo este terço para desmenti-lo. A ausência de solapadas e arriadas de malas competentes determinaram nossa derrota momentânea diante do Corinthians.

Mas, animai-vos, pois vejo no balde: Karl Marx anteviu a vitória final do selecionado de Canabrava, no campeonato de 2009. Hora de solapar.

Ao jogo.

Calma, motorista! Leva ainda não. Na entrada do estádio, o PM revista este narrador, apalpa um sobretudo de filme B e pergunta: “Que volume é esse aqui?”. Puxo um livro de bolso, com as novelas “O coronel Chabert” e “A mulher abandonada”, de Balzac. O policial não chega a reprovar a literatura, mas adverte: “É inflamável, não pode”. Quase lhe expliquei que se trata de um escritor conservador do século 19, nada inflamável ou incendiário, ou que Chabert é apenas um homônimo do coronel que o treinou no CPOR.

As brigas de torcidas provocaram a paranóica proibição do porte de papéis (inflamáveis) nos estádios de São Paulo. Sim, nem jornais, nem bilhetes da dama de vermelho.

Ano passado, um amigo foi detido por ter lançado jornal contra um PM, depois de ter ouvido que só um baiano levaria uma gazeta para o Morumbi. Concordo com o guarda. Era um fiscal da lei bem diferente, no entanto, daquele que me pede, na noite chuviscante: “Tudo bem, você pode entrar. Mas não tire esse livro do bolso!”. Balzac vence a censura.

Na esquina da arquibancada, os 150 torcedores do Vitória e um do Poções lutamos contra dezenas de milhares de corintianos, ainda em luto com a morte da travesti Andréa Albertini, a Evita Perón alvinegra.

Ouvir em silêncio “Todo Poderoso Timão”, “O Coringão voltou” e “Louco por ti, Corinthians”, e pedir à vendedora de cachorro-quente para seu pregão não abafar o grito dos baianos: eis tudo o que nossa galeota pôde fazer, honrando a camisa que tememos vestir, com medo da fogueira.

Momentos decisivos.

Numa cobrança de falta, o viúvo Ronaldo se embanana com a bola e escorrega num sabonete (antes era a Andréa que pegava). Aproveitando o deslize corintiano, ressurge a estrela de Apodi, com aquelas sacudidas de cabelo de garota-propaganda da L’Oréal.

E aqui farei um plágio de Ary Barroso, ao narrar um gol do botafoguense Garrincha, por ele antipatizado: “Apodi com a bola. Vai driblar. É claro. Vai driblar de novo. Vai perder a bola. Olha ali, um saçarico pra cá, outro pra lá. Apodi passa pelo adversário. Assim também não é possível. Vocês estão vendo? Apodi vai driblar de novo. Vai perder. Por que ele não centrou logo? Claro que vai perder. Gol de Apodi”.

No segundo tempo, serei franco, caiu a lente direita do meu óculos. Logo, portava um monóculo (licença, poeta Jayme Ovalle?).

Esta crônica futebolística se limitará, a partir de agora, ao quadrante esquerdo do campo, onde o Esquadrão Baiano executou uma blitzkrieg de 45 minutos. Por favor, retirem os pernambucanos da sala. Pude comprovar, à direita, a animosidade do juiz Nielson Nogueira Dias contra o Vitória. O cartão amarelo para Magal avizinhava uma atuação com o intuito de fornecer justificativas para nossa derrota. “Põem os pernambucanos para apitar de propósito. Eles se tremem com os times de São Paulo”, explica-me um cavalheiro, descrente nos altos desígnios do ser humano.

Minha boa gente baiana, os gols perdidos pelo Vitória devem ir para uma espécie de cemitério de elefantes, provavelmente situado num ponto de desova na Estrada Velha do Aeroporto. Nada há mais que se diga sobre a brilhante partida dos rubro-negros. Perdemos com a superioridade de sempre.

E pude retornar, com serenidade, a Balzac. As folhas se aceleram e a viscondessa de Beauséant ainda não concedeu a desejada ao barão Gaston de Nueil. Madame mais difícil. Por que o policial não apreendeu o diabo deste livro?

*Claudio Leal é torcedor do Vitória por imperativo de humildade. Leônico por parte de avô, é correspondente de guerra do Victoria Quae Sera Tamen.

Debaixo dos caracóis, as chapinhas

julho 23, 2009

Hoje, não, que está uma esculhambação dos seiscentos, mas na época em que eu comecei a apreciar e praticar o Ludopédio em 18 idiomas certas frescuras não eram toleradas. E quando falo em frescuras não me refiro somente a estas inúteis firulas que Robinho e companhia ilimitada desfilam pelos gramados. Nécaras. Entendam frescura aqui como sinônimo de mudernagê.

É fato que certas inovações são inexoráveis, pois ditadas pelo marquetingue, que não ergue, mas destrói as coisas belas (chupa, Caetano!). E ilustro esta problemática com o exemplo de Ronaldinho Dentucho, coitado, que foi obrigado a ficar uma Copa inteira ajeitando um pano na cabeça com a marca do patrocinador e esqueceu de jogar bola. E até hoje não reaprendeu. Mas não é disso que trato aqui. O que me causa ojeriza é o cidadão se enfeitar por gosto, vestir uma camisa listrada e sair por aí mais fantasiado do que jumento na Lavagem do Bonfim: é tatuagem, brinco, blush, batom, sombra, o inferno.

Valei-me, meus culhões de São Lipovetsky! Definitivamente, o futebol se androginou, tal e qual o camarada da canção de Luiz Ayrão, aquele que a moça deu bola a ele e ele nem ligou.

Lembro que em minha infância querida, nas priscas eras do carrancismo que os tempos não trazem mais, o menino João Saldanha não permitia nem mesmo que atacante de seu time jogasse com cabelo Black Power. “Esta disgrama amortece a bola e impede o cabeceio”, aconselhava – não exatamente com estas palavras.

Mas ninguém lhe deu ouvidos. Brasileiro só escuta conselho ruim. Ô raça.

Como consequência, restou esta chibança aí. Os cabelos tornaram-se, digamos assim, os apetrechos mais reveladores da personalidade de um time. Para se saber o nível de máscara de uma equipe, basta contar quantos atletas metidos a craque já mexeram na cabeleira, fazendo trancinha, mega hair, um penteado invocado…

“Mas, Sêo Françuel, que viadagem é esta? Isto aqui, por acaso, é um salão de beleza? Eu quero ver é bola na rede”, interrompe o impaciente e antiquado ouvinte.

Eu também, meu caro amigo, eu também. Jogamos no mesmo time. O problema é que este dança de rato capilar tem afetado a prática do velho e bom pebolismo (eu falei pebolismo, hereges). Quando estes moços, pobres moços, começam a bulir nos pixains, é um deus nos acuda, pois craques transformam-se em verdadeiros pernas-de-pau e o inverso nunca é verdadeiro.

Vágner Love, Ronaldo Albertini Nazário, Roque Júnior, Carlos Alberto e outras injúrias maizomenos cotadas são provas de que esta xibungagem não dá certo. É por isso que no Ceará num tem disso, não. Já nesta besta e bela província da Bahia, metida a modernosa, tudo que não presta se acolhe (lá ele). E ainda fazem cópia com atraso.

Não é que a disgrama dos jogadores daqui começaram agora a aderir a esta odiosa moda, infelicitando o Rubro-Negro e, consequentemente, o Brasil, já que o destino do Leão está unido ao de Pindorama e vice-versa.

Para que vocês tenham uma idéia do quão estas coisas estão umbilicalmente, digo, capilarmente ligadas, até o último domingo o brioso Leão era o único do Sarneyzão/2009 com 100% de aproveitamento em Casa, intimidando até os mais ferozes adversários.

Pois muito bem.

Uma das principais peças da equipe e da campanha era exatamente o maluquinho do Apodi, que, cabelo ao vento, gente jovem reunida, desembestava pela lateral-direita (ala é a puta que o pariu) mais rápido e feliz do que um relâmpago no trigo (dá-lhe Cortázar).

Uma beleza!

Pois não é que o desgraçado inventou de fazer uma CHAPINHA no cabelo. E o resultado foi que, além de perder dois gols de cara, o desinfeliz não deu nem um pique sequer no insosso empate contra o Atlético Mineiro no último domingo – talvez com receio de desarrumar o penteado.

Putaquepariu Jassa, o cabeleireiro das celebridades.

Por isso, Carpegiani, antes que a praga se alastre, é preciso dar um basta. E o primeiro passo é colocar na vitrola da Toca do Leão a trilha sonora comandada por Osvaldo Nunes e Celso Castro, que, no ano da graça de 1967, largaram o clássico instantâneo do cancioneiro popular: “Deixe meu cabelo em paz”.

Eles estão honrando o Vitória

julho 20, 2009

O Parque Sócio Ambiental, Santuário Ecológico Manoel Barradas, o Monumental Barradão, foi palco na tarde do último domingo da mais importante batalha deste Brasileirão.

Aliás, caso eu não me guiasse pela parcimônia, diria que naquele campo foi travada a mais emblemática de todas as lutas. Algo digno de ficar registrado na memória. Inclusive, deveria existir um recorte no calendário, tendo o 19 de Julho como marco simbólico desta nova contagem do tempo.

Antes, porém, que uns apressadinhos metidos a historiadores venham aqui dizer que já assistiram a jogos mais importantes naquela briosa praça esportiva, informo logo que não me refiro apenas ao que ocorreu nas quatros linhas no injusto empate entre Vitória x Atlético.

Nécaras. 

Subo a esta tribuna para falar que a peleja mais dramática que presenciei ontem aconteceu nas arquibancadas. Uma verdadeira e empolgante guerra – se é que guerras podem ser empolgantes. O novo e o velho torcedor do Leão tiveram a batalha decisiva. E quando trato aqui de “novo e velho” não estou me referindo somente a idade, mas sim a concepções de como deve atuar os adeptos do Rubro-Negro. Se bem que esta nova e confiante postura tem sido encampada pelos de menor idade – contudo não só por eles. Este velho e rouco locutor que vos sopra prosopopéia, por exemplo, já não é mais nenhuma criança, porém tem cerrado fileiras junto a esta legião de garotos imberbes (recebam, corneteiros, um imberbes pela caixa torácica).

Mas, chega de prolegômenos. Vamos aos relatos do front.

O ponteiro do relógio não marcava nem dez minutos quando Leandro (falta-me o adjetivo) Domingues deixou Apodi de frente para o crime. O lateral (ala é a puta que o pariu), que fez uma partida estúpida, perdeu a chance de abrir o placar e ganhou o primeiro xingamento de um cidadão que resmungava ao meu lado. Já cansado de tantas guerras, silenciei. Porém, um garoto com a idade de meu filho partiu pra cima do referido e largou a seguinte: “Meu tio, se o senhor não pode ajudar meu time, por favor, não atrapalhe, não”.   

Putaquepariu a mulher do padre! Jamais havia visto algo tão simbólico na guerra de gerações.

O jogo prossegue e a equipe do Galo começa a cozinhar a partida. O serelepe do Éder Luís cisca e cria a primeira jogada perigosa para os mineiros. Em seguida, o Atlético esboça um novo ataque. Em sua trincheira, ou melhor, em nossa trincheira, o guri, tal e qual um Corneteiro Lopes mirim, em vez de mandar nossa tropa se resguardar, faz exatamente o contrário: “nada de recuar”, gritou, completando em seguida: “Vamos para cima dele, Leão”.        
Em poucos instantes, a maioria silenciosa começou a seguir as orientações do menino. E sai pra jogar com o time.

O tempo passa e o árbitro Leandro Pedro Vuaden, que não é ladrão, comporta-se como um gatuno fino. O menino diz palavrões que não posso repetir aqui nesta recatada tribuna. As arquibancadas também. E o juiz gaúcho volta para a segunda etapa de forma mais comedida.

A primeira labuta, contra os juízes larápios, já está vencida.

Porém, as lutas fratricidas mais sangrentas ainda estavam por vir. De forma quase que inacreditável, nosso artilheiro Roger perde gols em sequência. Até o guri xinga o atacante. No embalo, “o tio” começa a vaiar. Vendo que estava dando armas para o inimigo, o menino começa a gritar o nome do matador. A torcida do Leão o segue novamente – e cala as injúrias. A mesma cena se repete na substituição de Apodi. Algumas lástimas esboçam umas vaias. O menino e as arquibancadas reconhecem os serviços prestados pelo maluquinho corredor, que ontem, registre-se, jogou pedra em santo. E tome-lhe aplausos.  As almas sebosas se calam de vez.

O jogo termina e fico com um gosto amargo de sabão na boca porque, mesmo com todos os desfalques, sei que tínhamos (e temos) futebol para depenar o Galo. Porém, mesmo revoltado com a injustiça do placar, bato palmas para os guerreiros e para o menino. Eles estão honrando o Vitória.

A gente veio aqui pra torcer ou pra conversar? *

julho 18, 2009

Praga é o adjetivo mais suave que consigo encontrar para certos estereótipos que são criados e muitas vezes potencializadas pelos meios de comunicação. Praga, porque basta ver um câmera ou um microfone qualquer, para que as pessoas passem a macaquear seu comportamento, mandando a naturalidade para o espaço.
 
É como uma espécie de jogo. As pessoas esperam que você tenha um determinado tipo de comportamento e, como que para não desapontá-las, você cumpre com o seu papel, ainda que aquilo nada tenha a ver com a sua personalidade.
 
Poucos povos, em todo o Brasil, devem ter um elenco de estereótipos tão vasto quanto o baiano. Para o Brasil, o baiano ideal é preguiçoso, malemolente, amigo, deseja “axé!” para todos, fala “meu rei” em cada frase, tem um orixá de sua preferência e come vatapá até no café da manhã. O baiano real, sabemos bem, é muito mais rico que essa enxovalhada de estereótipos.
 
Além de “preguiçoso”, porém, o único estereótipo que me irrita de verdade é o de que o baiano é um povo “festeiro”. Talvez porque seja essa a característica que mais se aproxima da realidade, o que diminui as minhas chances de argumentação diante de um forasteiro qualquer.
 
Ou talvez, porque seja esse o traço que mais atrapalha o Vitória. Sim, essa ainda é uma coluna sobre futebol e, principalmente sobre o glorioso Decano.
 
É, podemos não dizer axé! ou “meu rei”, tampouco gostar de vatapá, mas não dá para negar que a torcida do Vitória é bastante “festeira”. Isso deveria ser ótimo, você deve estar pensando, mas insisto, ao contrário, nos atrapalha demais! E justo na hora mais importante: a hora da decisão.
 
Só para ilustrar, cito três momentos cruciais em nossa história, nos quais isso ficou bastante evidente. As finais do Brasileiro contra o Palmeiras(93) e Paraná(92) e a semi da Copa do Brasil contra o Flamengo em 2004.
 
Em todas, um roteiro muito parecido. A torcida do Vitória não foi para fazer festa, pior, foi para ver uma. Com um espírito de rir, cantar parabéns e comer bolo. Justo no momento mais importante a torcida parece se esquecer que está indo assistir uma final e comparece ao estádio com o espírito desarmado. Daí, quando a bola rola e a realidade aparece, a torcida, ao invés de entrar no jogo, permanece numa irritante letargia, como que aguardando que a qualquer momento a festinha para a qual ela foi convidada comece.
 
Em 93 isso chegou a ser patético. Cem mil pessoas na Fonte Nova(testemunha ocular, posso afirmar que havia mais do que os 77 mil anunciados) e nenhum grito de incentivo. Incrível! Quando o juíz apita o final do jogo, aí a torcida aplaude em peso e grita em côro:”Nêêêêêgo!” Aquilo foi demais para mim. Foi a única vez em toda a minha vida que chorei em um revés do Vitória(todas as demais foram em momentos de triunfos). Meu irmão Ricardo, único a me ver chorar, deve ter pensado que minhas lágrimas eram de tristeza. Nada disso. Era raiva pura! Raiva da torcida. Poxa, passaram os 90 minutos calados e ao final aplaudiram, ignorando o jogo da volta. Foi como se dizessem, “é valeu, mas em São Paulo não vai dar!” Pois foi esse espírito que passaram aos jogadores, que no Morumbi entraram em campo apenas para perder de pouco.
 
Muito bom , pela primeira vez, fazer esse desabafo. Melhor ainda poder lembrar ao torcedor que o que vamos ver no domingo que vem não será um trio elétrico. Estamos indo acompanhar uma guerra! O seu comportamento nas arquibancadas e cadeiras do Barradão pode fazer toda a diferença.
 
Ir para esta guerra é estar preparado, por exemplo, para a eventualidade do inimigo sair na frente com um ou mais gols, mas lembrar que foram os seus gritos de incentivo que levaram o Vitória a viradas heróicas em circunstâncias assim, como no 5×4 contra o Vasco em 99, no 3×2 contra o São Caetano em 2007 e mais recentemente no 2×2 contra o Jahia que nos garantiu o Tri esse ano.
 
Ir com espírito de decisão é ao invés de passar o jogo inteiro gritando “senta, senta, aí”, levantar junto com os demais para torcer.
 
Incentivar, incentivar, incentivar, os 90 minutos, na boa ou má partida. Não é festinha, é guerra! 

* Este valioso e combativo libelo é de autoria do menino Rogério Silveira.

Nos Aflitos, sempre é uma batalha

julho 17, 2009

O nome de um estádio é o seu destino.

Eis aí um axioma que se aplica com exatidão ao campo do Náutico. Nos últimos tempos, então, parece existir uma conjunção estranha de forças para que aquele lugar honre a alcunha que recebeu na pia batismal: Aflitos.

Putaquepariu a mulher do padre!

E nem falo aqui da trágica epopéia do time pernambucano contra o Grêmio na Segundona. Afinal, além de não querer conta com divisões inferiores, já broquei a equipe gaúcha este ano e só voltarei a me preocupar com aquela injúria no dia 5 de setembro, ocasião em que retornarei àquela terra friorenta para orientar o Leão. Também abster-me-ei (recebam, sacanas, uma mesóclise pelos mamilos) de relembrar a chibança lá no ano passado, quando a educada puliça pernambucana jogou gás de pimenta e as porra em nossos craques.

Isto tudo é passado e não sou palhaço das perdidas ilusões. Como bem diz o menino Paulinho da Viola, meu tempo é hoje. Ou melhor, foi ontem. Que aflição dos seiscentos!

E foi exatamente por ter este conhecimento histórico e cabalístico do estádio que não me deixei iludir com aquele fácil primeiro tempo. Sabia que, a qualquer momento, mesmo contra aquele arremedo de time, a casa podia começar a feder a homem.

Aliás, quem viu a casa feder a homem foi o Náutico. Na primeira etapa, na qual flanamos, a angústia estava do lado pernambucano. Além de segurar a lanterna da competição, o Timbu levava o baile diante da sua torcida e de seu novo técnico. Uma vergonha do cão. Sensação de impotência em seu próprio lar é situação que não desejo a quase ninguém. O Náutico parecia marido traído e impotente. Era como estivesse em casa vendo o desgraçado do Ricardão trabalhar e sem poder fazer nada para expulsá-lo de seu próprio lar.

Já na etapa complementar, a maldita aflição mudou de lado. Com a fúria do deserdados, a equipe Alvi-rubra partiu para cima de Ricardão, digo, do Vitória sem dó nem piedade. Parecendo ter culpa em cartório, o Leão recuou de forma desavergonhada. E tome-lhe pressão, com o auxílio luxuoso do juiz larápio (desculpem-me a redundância). Foram 20 minutos para esquecer.

Depois que recebeu o tabefe, ou melhor, o gol de empate, as coisas voltaram ao seu normal. Mesmo com um homem a menos, o Vitória teve as melhores chances, que não se transformaram em gol porque existem batalhas nas quais não pode existir vencedores. E ontem foi assim. Os dois times saíram perdendo. O Náutico, porque continuou na lanterna. Já o Leão, porque perdeu uma posição na tabela e, principalmente, os três gladiadores da defesa.

Mas, paciência. Como bem dizia ontem à noite a mística e combativa população do Nordeste de Amaralina:

Uma equipe que quer (e vai) ser campeã não foge à luta aflita.

 

P.S. 1 Neste domingo contra o Atlético, temos a obrigação de botar 150 mil pessoas no Barradão. Além de lotarmos as arquibancadas, temos que lotar os barrancos, os muros, os alambrados, as escadas, os campos de treinamentos, o caralho. Não quero nem saber se a capacidade máxima agora é apenas 35 mil. Temos que botar 150 mil – e pronto. Foda-se a CBF e seu inescrupuloso borderô.

P.S. 2 Alô, Alô, Carpegiani. Você que nunca mais fez uma experimentação, pode reabrir o laboratório no próximo domingo para resolver o problema da cozinha que não lhe criticarei por isso.

SOBRE HOMENS, MENINOS E LEÕES*

julho 15, 2009

Muitas coisas me fariam voltar a escrever e publicar aqui. Poucas, contudo, seriam capazes de transformar motivos em posts.

Nesse exato instante da vida, quando me vejo dedicado a projetos pessoais que afastam a possibilidade de voltar a escrever regularmente, duas únicas coisas seriam capazes de me fazer baixar a guarda e publicar novos textos.

Uma seria uma espécie de celebração pública pelo fim de uma história de amor que por mais de oito anos me honrou e mobilizou por inteiro. Tenho orgulho do que vivi com você, Passarinho. Faria tudo errado de novo. Repito, alto e bom som: sigo te amando e absolutamente convencido de que foi feita a coisa certa -para o bem de nossas almas, sedentas por um sopro vigoroso de libertação e renovação.

A outra é a que de fato me trouxe aqui: a brilhante geração de atletas rubro-negros, quase todos eles nascidos e criados no Esporte Clube Vitória.

Eles começaram ontem a dizer claramente aos que quiserem e aos que arrogantemente não quiserem acreditar que assinarão seus nomes na mais bela página escrita por esse clube.

Como um raro alinhamento planetário, o Vitória que devastou o Santos no Barradão por estridentes 6×2 é uma feliz conjunção de competências e oportunidades.

Meninos talentosos que Paulo Cesar Carpegiane está ensinando como serem campeões. Rápidos e habilidosos, formam um elenco cada vez mais difícil de ser batido.

Defendem-se como gigantes, atacam com a velocidade e a precisão de um bando de leões. Leões insaciáveis, de sangue vermelho e preto. É um inferno jogar contra esses moços. Pergunte pro Mancini.

Serão campeões brasileiros da Série A de 2009?

Digo que sim, serão sim. Para tanto, contudo, será necessário contar com a decisão da diretoria do Vitória em co-assinar esse título e entrar para a história do clube e do futebol baiano. É aí que o bicho pode pegar.

Essa meninada põe a cara na tela às vésperas da temporada europeia de contratações. Ao assumir a liderança do Campeonato Brasileiro domingo que vem, num Barradão vestido de gala, contra o Galo de Minas, as propostas, as tentadoras propostas, chegarão à mesa dos dirigentes rubro-negros.

Roger – a quem me rendi ontem, depois de tanto o enxovalhar- Uellinton, Leandro Domingues, Wallace, Apodi. Esses meninos já valem muita, muita grana e o Vitória precisa de caixa, como todo time exportador de commoditie pebolística.

Que fazer?

Sonho com uma decisão inesquecível desses homens: a de não negociar ninguém até o título, em dezembro.

Sonho mesmo que esses homens enxergarão para além das negociatas, dos lucros imediatos e transformarão esse elenco num bom exemplo de como valorizar jogadores.

Nado contra a maré desde menino. Por hábito e demente teimosia, costumo fazer apostas com baixa probabilidade de êxito. Baixíssima, nesse caso.

Mas creia, meu amigo: nós podemos. Podemos sim esperar lucidez e sentido estratégico desses dirigentes, por mais que isso possa parecer ingenuidade ou vocação para o sonho.

Ontem, naquele Barradão repleto de luz e êxtase, eu tive um déjà-vu. Vi meu Vitória levantar uma linda taça em dezembro. E por fim a tantos anos de espera, que no meu caso, povoa a alma desde aquela tarde de 1972, quando vi pela primeira vez na vida, com os mesmos olhos de êxtase de ontem, o Vitória ser campeão.

Na foto, honrados pela história, os dirigentes que tiveram a coragem de entender que grandes feitos são construídos, essencialmente, por coragem e grandeza. Grandes homens não perdem, jamais, a chance de agir assim.

Amém.

* Este profético libelo foi escrito por Paulo Galo, que, apesar de publicitário, é gente boa.

Espantando os fantasmas ou pititinga ao molho madeira

julho 13, 2009

A verdade que salva e liberta é uma só: não é preciso mais esperar as regulamentares 48 horas para fazer a seguinte, inevitável e retórica indagação: que fenômeno paranormal foi aquele que assombrou a Bahia e uma banda de Sergipe na noite de ontem, no Parque Sócio Ambiental Manoel Barradas, o Monumental Barradão?

Putaquepariu a mulher do padre!

Estupefacto, o Brasil assistiu a uma das maiores exibições de uma equipe nos 45 minutos iniciais. Que eu me lembre agora, somente o Cruzeiro de 1966 conseguiu algo parecido na história do Ludopédio de Pindorama – e, não por acaso, contra este mesmo Santos. Não foi à toa que também meteu 6 x 2 no time de Pelé.

Antes, porém, que algum zé ruela apareça aqui suspirando e dizendo que “Ah, mas Pelé não jogou ontem”, destaco logo que, ainda que o menino Edson estivesse em campo, a madeira ia gemer do mesmo jeito. E ia gemer porque na peleja deste domingo contra o time da Vila, o Vitória entrou em campo disposto a ganhar muito mais do que os três pontos. O Rubro-Negro jogou com a disposição daqueles que querem exorcizar os fantasmas do passado.

E assim o fez.

Enfrentando pela primeira vez o técnico Vágner Mancini desde que este abandonou a equipe, trocando-a exatamente pelo peixe, o Leão entendeu que aquela era uma partida de afirmação. Aliás, mais do que isso: era jogo de superação. Assim, a goleada serviu também como um marco de uma nova era. Mostrou que o Rubro-Negro está disposto a se superar.

E esta superação se daria também nas arquibancadas. Inclusivemente (dá-lhe Odorico Paraguassu), antes de a bola rolar, apostei que a torcida iria comparecer de forma maciça, quebrando o recorde dos jogos contra o Santos. E não deu outra.

A propósito, um pouco mais de história. Foi exatamente contra o Santos, em 1986, que o Vitória inaugurou o Barradão e uma nova era em sua história. E foi novamente contra o time da Vila que o time espantou definitivamente as aves de mau agouro que ficavam repetindo prosopopéias contra o Leão e sua torcida.

Ontem, o time e a torcida deram a resposta. Jogaram em sintonia e demonstraram que não vão se abalar com esta cantilena vazia. Aliás, a massa Rubro-Negra foi buscar no passado o ritmo deste novo tempo. Em vez de apenas entoarem os gritos de guerra que são repetidos nas arquibancadas de todo o país, as pessoas acompanharam a equipe com palmas sincopadas e cheia de gingas, com fazíamos na velha fonte.

E esta nova/velha forma de aplaudir contagiou até mesmo a população do Norte e Nordeste de Amaralina, que abandonou as tradicionais palavras de ordem e invadiu a madruga na seguinte pisada do samba-reggae:

Tchak, tchak, tchak…(acelera) Tchak, tchak, tchak (pausa), thack & thack.

Tchak, tchak, tchak…(acelera) Tchak, tchak, tchack (pausa), tchak & tchak.

Um desafio

julho 12, 2009

Mesmo sob o peso de uma ressaca dos seiscentos, retorno brevemente a esta embrigada tribuna para largar a seguinte. Os melhor, as seguintes.

1ª O maior público entre Vitória x Santos ocorreu exatamente na inauguração do Parque Sócio Ambiental Santuário Ecológico Manoel Barradas, o Monumental Barradão, no ano da graça de 1986. Na ocasião, 18.360 Rubro-Negros estiveram no pé da obra.

2ª Em Campeonato Brasileiro, o melhor público contra o time da vila se deu no ano passado:  14.657.

Pois muito bem. Estou brincando 5 cervejas lá no isopor de Sonildes como estes dois recordes serão quebrados hoje.

Quem se habilita?