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Parem com isso

agosto 28, 2008

Nem mesmo o extrato de minha maltratada conta bancária tem me trazido tantos aborrecimentos quantos esta dança de rato sobre o aluguel do Barradão. Que agonia da porra! Todo dia é uma chibança – e o mais grave, envolvendo dinheiro público em tenebrosas transações que envergonham toda a Bahia e uma banda de Sergipe.

Já havia tratado do tema AQUI, Ó e tinha dado o assunto por encerrado. Na ocasião, os canalhas silenciaram, dando a impressão de que a questão estava resolvida. Mas, foi apenas um silêncio estratégico. Agora, a putaria volta, com promessa de investimentos da Petrobras. É graça uma porra dessa?

Como estou muito mais interessado no jogo de sábado contra o Ipatinga, não gastarei meus parcos neurônios para protestar contra esta imoralidade.

Porém, para não deixar passar em branco, vou publicar aqui um texto que fiz na época para meu outro blog

 WWW.INGRESIA.OPENSADORSELVAGEM.ORG

Ouçam.

GOVERNADOR, PARE COM ISSO

Depois que a pantera da ingraditão fez com que o tão propalado Grande Funeral desse chabu, tinha cá pra mim que ACM era página virada e descartada do nosso ordinário folhetim. Ledo e ivo engano. Neste 20 de julho de 2008, exatamente um ano após Malvadeza ter batido as botas (ou seriam os coturnos?), constato que o espectro do carlismo ainda ronda a Bahia. E como não poderia deixar de ser, a herança que fica é a de Itaparica. Ou seja: madeira.

É óbvio que não me refiro somente à pesquisa do Vox Populi publicada hoje e que coloca seu (lá dele) neto em primeiro lugar na corrida sucessória de Salvador. Nécaras. Isto é apenas o sintoma da doença  que pode ser percebido na superfície. Escrevo estas mal traçadas para tratar de algo mais, digamos, profundo e doentio: o enraizamento das práticas nefastas do carlismo no coração da Bahia.

Pois bem. Nos incontáveis  séculos de domínio de Cabeça, uma das práticas mais execráveis era a mistura do público com o privado e  vice-versa. Ele emulou Luís XIV para pior. L`État c`est moi virou L`État c`est moi e minha famiglia. A Bahia, aliás, virou uma grande, mas não tão generosa famiglia. Aos outros apaniguados, restavam uns sobejos, umas esmolas do Godfather para garantir-lhes a sobrevivência e subserviência.

Na longa lista de delitos, um do que mais chamava a atenção era exatamente a privatização de ruas, canteiros e outros espaços públicos para a exploração de estacionamento particular. Não vou pesquisar agora, pois o tempo urge e ruge, mas lembro-me de uma matéria no Jornal A tarde sobre o fechamento de determinada área na paralela em um dia destas intragáveis chibanças axezisticas que lá ocorrem.

Pois muito bem. Nas eleições de 2006, a maioria dos baianos deu um basta à continuidade deste perverso projeto. O “NÃO das urnas, porém, parece que não chegou aos ouvidos dos novos mandatários.

Na última semana, por exemplo, as portas dos palácios governamentais foram abertas exatamente para celebrar esta espécie de ação entre amigos. Secretários, assessores e demais asseclas foram mobilizados para tratar  dos interesses e negócios  de duas entidades privadas, com prejuízo para o já tão maltratado erário.  

Sim. É exatamente da PROPOSTA INDECENTE de cessão do Manoel Barradas que estou falando. Como é possível que um governo, que se diz republicano, chantangeia (a palavra é esta mesma: chatagem) um clube de futebol para beneficiar outro, usando dinheiro público?

A imprensa fala em uma sangria de R$ 5 milhões. Não sei o valor e pouco me importa. O fato, governador, é que o senhor foi eleito para defender os interesses da Bahia –  e não do Bahia.

Frase da Semana

agosto 26, 2008

Depois de mais uma tensa reunião, o brioso Conselho Editorial desta intimorata emissora decidiu entregar o cobiçado prêmio de melhor frase da semana para o ouvinte Jucimar Santos. Ouçam.

“Pra treinar um time em que a torcida come grama, só mesmo um Cavalo”

Palavras da Salvação.

Como o Diabo gosta

agosto 24, 2008

 

Antes de começar a mais esperada resenha esportiva da Bahia e de uma banda de Sergipe, uma solicitação: alguém precisa tomar uma providência em relação à baixa velocidade dos relógios nos momentos em que o Esporte Clube Vitória está brocando. Não é possível continuar do jeito que está. Ontem mesmo, os 15 minutos finais do jogo contra o Figueirense demoraram mais de quatro horas. Um absurdo.  Agonia semelhante este ano, que eu me lembre, só aquela depois do jogo contra o Itabuna no baianinho. Será que não existe um relojoeiro decente neste país para mandar parar esta palhaçada? Vá matar o Satanás.

E por falar no Coisa Ruim, o jogo no Orlando Scarpeli ontem foi do jeito que Ele gosta: de assombrar.  O primeiro fenômeno paranormal aconteceu logo no início da partida. Marcelo Cordeiro, que não dava um chute desde a revolução de 1932, resolveu arriscar de fora da área. O outro Marcelo, o Batatais, que não atuava desde a Revolução Francesa, tentou tirar o pé da bola, errou e a menina subiu. Ele não contou dois tempos. No melhor estilo Leônidas da Silva, meteu uma Monark para o filó.  Um golaço dos inferno.

Mas, quem estava mesmo com o capeta no corpo era Rodrigão, que não jogava bem desde a Idade Média, o Tempo das Trevas. Aliás, a bem da verdade, a quizila começou assim que ele separou de Hortência. O rapaz parecia que tava amarrado. Um ebó dos seiscentos. Ontem, porém, ele mostrou que estava disposto a exorcizar os demônios. E correu como um erê, lembrando os bons momentos do primeiro semestre.

Depois de uma acurada e diabólica pesquisa, descobri que o responsável pelo retorno do bom e aguerrido futebol  de Rodrigão é um argentino que o Vitória acaba de contratar. Ao saber que poderia ficar no banco para um sujeito que anda fazendo ISSO AQUI, Ó, o ex-da rainha do basquete subiu nas tamancas e resolveu voltar a brocar.

E as energias sobrenaturais ontem estavam tão fortes a nosso favor que nem mesmo a amiga de minha mulher (aquela do jogo contra o Cruzeiro, lembram?) conseguiu distrair minha concentrada equipe. E olha que ela voltou com a mesma ladainha dos cremes, cutículas e congêneres. Mas, meu brioso e masculinástico time nem deu bola. E jogou como o diabo gosta.   

 

Os números não mentem

agosto 21, 2008

Não sei se é esta lua que anda escondida sob as nuvens ou se é este conhaque ordinário, mas o fato é que ando aborrecido como o diabo com o futebol brasileiro. A bem da verdade, nem tanto com o pebolismo, mas sim com os (mal) ditos comentaristas – estes idiotas da objetividade que estão reduzindo o velho e bom ludopédio a uma mera questão aritmética.

Já há algum tempo que não ouço ou leio uma análise percuciente (recebam, um percuciente, sacaninhas) sobre uma partida. Só se fala em números. “O time X deu 826 toques de bola em direção à lateral”, diz um. “Já a equipe Y conseguiu realizar 267 assistências no primeiro tempo”, argumenta outro. E por aí vai. Ou melhor, páro. Porque realmente é impossível suportar tantas asneiras. Sou de um tempo em que os analistas entendiam de futebol – e não de matemática. Armando Oliveira, por exemplo.

Hoje, o nome mais respeitado (lá pras nega dele) é um tal de PVC, alcunha muito apropriada para marca de tubos e conexões. O referido cidadão não é capaz de um mísero lampejo sobre o que acontece nos noventa nas quatro linhas. Porém, decora nomes, datas e números, como um google pebolístico. Se for decorar por decorar, eu também vou entrar nesta jogada. Recebam a escalação de alguns craques do Bonsucesso de 1957: Quarentinha, Nicola, Pedro Bala, Valdemar, Nilo e chega.

Aliás, só faço estes prolegômenos (receba, rebanho) por conta deste início de segundo turno do Brasileirão. Se formos analisar somente pelos números, como querem os imbecis, o Esporte Clube Vitória está com um campanha idêntica à do primeiro: duas partidas (uma em casa e outra fora) e apenas um ponto conquistado. No entanto, quanta diferença. O time vibrante e vibrático (royalties para França Teixeira) deu lugar a uma equipe sonolenta e sem criatividade.

É, amigos, os números não mentem, mas, quando torturados, confessam.

Voltando ao time do Vitória, recorro aos locutores de antanho: “a equipe perdeu o elan”. Ontem à noite contra o Sport foi uma vergonha. E não digo isso por causa do empate em casa. Nécaras. O Vitória já foi derrotado aqui jogando bem melhor e com mais disposição. O fato é que, no jogo de ontem, o Rubro-Negro lembrou dos piores momentos do campeonato estadual. Aliás, desde o segundo tempo contra o Cruzeiro.

Talvez tudo tenha começado antes, com os inescrupulosos empresários (desculpe-me a redundância) mostrando as verdinhas para os ávidos dirigentes e pertubando o psicológico da equipe. Neguinho só quer dar pique para assinar contrato na Europa. Dinei já seduzido pelos numerários e se picou para o Celta de Vigo.

É verdade os números não mentem, mas, quando em grande quantidade, seduzem.

Por falar em número hoje é dia 21 de agosto. Vamos torcer para os números andarem bem rápido e, assim, chegar logo no 30 de agosto, fechando esta maldita janela de transferência.

CARTA ABERTA À MINHA MULHER

agosto 17, 2008

 

Há cerca de três ou oito séculos, não me lembro bem agora, o menino Álvaro de Campos decretou a seguinte e sábia sentença: todas as cartas de amor são ridículas. Mas, por problemas graves de audição e por ser ridículo, não lhe dei ouvidos. Assim, retorno à esta profética tribuna para rabiscar algumas palavras para minha amada.  

Antes, porém, voltemos no tempo  e analisemos os 40 minutos iniciais da peleja de ontem  entre Vitória X Cruzeiro, no Mineirão. Pois muito bem. Os ponteiros do relógio não marcavam nem cinco minutos e já estava claro para  todo o Estádio quem comandava a partida. Com forte marcação, bons toques e rápidos contrataques, o Leão encurralava a raposa em seus domínios. A superioridade Rubro-Negra era tanta e tamanha  que o corno do locutor, doente pela equipe celeste, estava atônito.

E olhe que, mesmo diante do baile do Leão, o referido ainda tentou disfarçar quando o assoprador de apitos deu início ao jogo. Mas, ato contínuo,  Adriano já perdia um gol incrível cara-a-cara com o goleiro Fábio. Logo em seguida, foi a vez de Willians Santana cabecear de forma bisonha uma bola que bastava empurrar para o filó. E o massacre seguia sob minhas orientações. O único problema é que a equipe, ao chegar na zona do agrião, parecia não escutar meus comandos. Nada, porém, que  a farta distribuição  aparelhos auditivos telex não resolvesse.

Acontece que errei. Por descuido, deixei minha amada convidar uma amiga para apreciar a peleja em meu sacrossanto lar. Meus amigos, vou confessar: que plantão rigoroso. Enquanto o Vitória botava o Cruzeiro na roda, elas, ao invés de se ajoelharem diante  do emocionante espetáculo, conversavam sobre os assuntos mais estapafúrdios. Não bastasse isso, ainda ciscavam para lá e pra cá em movimentos estranhos e frenéticos. E a conversa, igual a Zinho Encerradeira, rodava, rodava e não saia do lugar.

Foi então que cometi meu segundo e fatal erro. Elas estavam no auge de algum assunto de extrema importância, como a eficácia de um novo creme hidrante para retirada de cutículas sem dor, quando eu disse Chega! 

Após ouvir este meu grito de independência, a patroa botou as mãos na cintura e se postou em frente à TV.  Com a visão obnubilada (recebam , sacaninhas, um obnubilada pelas caixas) fiquei impossibilitado de orientar a equipe. Após uma desatenção da defesa, que tentava ouvir sem sucesso minhas instruções, deu-se a tragédia. Eram exatamente 40  minutos e não sei quantos segundos quando Charles deu o primeiro e fatal chute do Cruzeiro  na primeira etapa.

Depois disso, não preciso dizer mais nada. Mancini tirou Adriano, botou Rodrigão, enfim, enlouqueceu. E só não perdermos de mais por um milagre.

É por tudo isso, meu anjo, que escrevo esta amorosa correspondência para fazer a seguinte e  encarecida solicitação: em nome dos nossos vinte e pouco anos de convivência e de nossos seis filhos, não chame mais nenhuma amiga para assistir aos jogos do Vitória aqui em casa.

Já vi diversos relacionamentos terminarem por muito menos. Deus lhe pague.   

Meninos, eu vi!

agosto 11, 2008

 

Calma, minha senhora, largue esta gillette. Não precisa auto-imolar-se. Sossegue. Daqui a poucas linhas começará a resenha sobre a antológica peleja de ontem no Parque Sócio Ambiental, Santuário Ecológico de Canabrava, o Monumental Barradão. Apenas peço que tenha um pouco de paciência. O trabalho que compete a este rouco locutor exige tempo, inclusive para recuperar a cansada garganta. Deus, que é deus, levou sete ou oito dias para fazer este mundo ordinário, imagine quanto tempo não é necessário para dar conta de uma tarefa muito mais complexa como a análise abalizada e isenta do jogo contra Vasco.

Pois muito bem. Agora, que o Cepacol começou a fazer efeito, inicio mais uma transmissão para toda a Bahia e uma banda de Sergipe. Seguinte é este. No momento em que faltam as palavras, a única solução é recorrer aos clichês, mesmo os já repetidos à exaustão.

Portanto, recebam.

“Agora, passadas as regulamentares 17 horas, é possível fazer a imprescindível e retórica indagação: que fenômeno foi aquele que assombrou Soterópolis na tarde deste domingo?”.

Meninos, eu vi. Eram exatamente 13 minutos do segundo tempo quando Leandro Domingues finalmente decidiu reestrear no Vitória. Até então, as poucas mais de 20 mil pessoas assistiam a um jogo normal, com o Rubro-Negro metendo 2 x 0 e mantendo a escrita de sempre brocar o vasquinho no Manoel Barradas.

Porém, a partir da entrada de Leandro, deu-se o assombro. Com apenas dois minutos no campo, ele tocou na criança com tal categoria que entortou três costelas do lado esquerdo do guarda-metas vascaíno. E, como não diria Cléo Montalvão, a bola foi morrer no filó.

Com a moral elevada por ter balançado as redes pela primeira vez na competição, o referido passou a jogar com a classe dos antigos maestros meio-campistas. Cabeça erguida, passes precisos e visão de jogo na cadência bonita do samba e da bola. Parecia até que Leandro andou assistindo às minhas exibições nas históricas pelejas de Itapuã.

E contagiou toda a equipe. Dez minutos depois, aos 23, outro fenômeno paranormal. Após uma rápida e envolvente troca de passes, com direito a embaixadinha de Ramon, Jackson acertou o ângulo. Um golaço para entrar (e ficar) na história do futebol. Parecia até que ele também andou assistindo às minhas exibições nas históricas pelejas de Itapuã.

E por falar nas minhas exibições e em história, aos 36 minutos Leandro Domingues ganhou de dois zagueiros na velocidade (sim, na velocidade, um fato histórico) e deu um drible de corpo tão sensacional que só pode ser comparado àquele que Pelé deu no goleiro uruguaio na Copa de 70. Em seguida, deixou o menino Adriano de frente para o crime. Este, ao receber o presente, meteu de canhota, fazendo por merecer os elogios deste profético locutor.

 

Pois é, meninos, eu vi toda esta verdade que salva e liberta. Registre-se, publique-se e arquive-se na memória cultural brasileira.

 

De nada.

 

P.S. A categoria da apresentação rubro-negra foi tão impressionante que me fez esquecer a lambança das torcidas organizadas e dos puliças antes do jogo.

Entrou água

agosto 8, 2008

Pela primeira vez neste campeonato, não haverá resenha aqui. É que, ao contrário da maioria dos cronistas esportivos, só falo sobre o que vejo. E, feliz ou infezlimente, não pude acompanhar o jogo contra o Palmeiras porque tive que ficar no trabalho até mais tarde para garantir o cuscuz com charque para meu rebento. 

Achando pouco meu castigo, algum filho duma égua aqui no trabalho desligou o sistema de televisão. Portanto, conto com a ajuda de alguns abnegados para não deixarmos esta página em branco.

Deus lhes pague.

Serviço de Inutilidade Pública

agosto 6, 2008

Lembram da minha incurável modéstia? Pois bem. Por conta da referida, ainda não informei aqui que levo esta minha voz rouca e rascante a outra emissora, que pode ser sintonizada no WWW.INGRESIA.WORDPRESS.COM

Lá, faço transmissões sobre o panorama sócio-político-econômico e cultural brasileiro. Há também espaços para debates acerca da evolução do jornalismo na Bahia e numa banda de Sergipe. É um trabalho sério e científico, mas nada que possa ser comparado em grau de importância ao glorioso tema do pebolismo (eu falei pebolismo, hereges) que domina as discussões do lado de cá.

REPETINDO.

Lembram da minha indurável modéstia? Pois bem. Por conta da referida, ainda não informei aqui que levo esta minha voz rouca e rascante a outra emissora, que pode ser sintonizada no WWW.INGRESIA.WORDPRESS.COM

Lá, faço transmissões sobre o panorama sócio-político-econômico e cultural brasileiro. Há também espaços debates acerca da evolução do jornalismo na Bahia e numa banda de Sergipe. É um trabalho sério e científico, mas nada que possa ser comparado em grau de importância ao glorioso tema do pebolismo (eu falei pebolismo, hereges) que domina as discussões do lado de cá.

 

De nada.

Incutido é pior do que doido

agosto 4, 2008

 

Por favor, tirem as crianças da sala que eu vou dizer  um palavrão: Sálvio Spínola. Eis um nome ordinário para um sujeito idem. Na tarde de ontem,  diante de todo o Brasil, ele voltou a furtar descaradamente. E praticou o delito logo cedo. Os ponteiros do relógio ainda não registravam nem 20 minutos de bola rolando quando o referido enojou meu baba, deixando de marcar uma agressão do atacante do Grêmio contra minha zaga.  Um escândalo nacional. Só não entendo como a briosa Polícia Federal, que já algemou Daniel Dantesco, Paulo Maluf e outros larápios maizomenos cotados, ainda não mandou este assopadror de apito para o xilindró. É inexplicável.

Talvez, nos 12 continentes, exista apenas um mistério maior do que este: por que diabos Vágner Mancini insiste em escalar Marco Aurélio na lateral (ala é a puta que o pariu)? É um caso para estudo, literalmente.  A diretoria do Rubro-Negro precisa aplicar o dinheiro da evasão de rendas na contratação de um professor de português à moda antiga, daqueles que explicam o significado de conceitos e outras mumunhas mais. E, este mestre, tenham certeza, com sua voz firme e ameaçadora, perguntará assim, tal qual um Cícero: “Mancini, meu filho, até quando abusarás de nossa paciência?”. Em seguida, já com a palmatória em punho, prosseguirá: “Ouça um bom conselho: convicção é muito diferente de incutimento. É óbvio que todos nós temos nossas preferências, idiossincrasias, mas este negócio seu com Marco Aurélio já passou de todos os limites. Pare com isso. Ninguém aguenta mais”.

(Da arquibancada, eu gritarei: “Voto com o relator. Ninguém aguenta mais mesmo”).

E nem é preciso fazer um histórico das atuações do referido. Basta lembrar o que ele fez ontem. Em qualquer país sério, Marco Aurélio já estaria preso antes da metade do primeiro tempo. Se não preso, ao menos respondendo  um processo por agressão e maus tratos. O que ele fez com a coitada da bola não se faz nem com o pior inimigo.   

É vero que Rodrigão, uma vez mais, não jogou porra de nada, que Jackson também não, que o juiz roubou e etc e coisa e tals. Nada, porém, foi (e é) tão grave quanto a permanência de Marco Aurélio na lateral (ala é a puta que o pariu) direita. Um time que quer (e vai) ser campeão não pode continuar com um cidadão deste como titular.  

Para finalizar mais esta transmissão extraordinária, faço um reconhecimento e um apelo. Seguinte:  Mancini, toda a Bahia e uma banda de Sergipe sabem que, depois de mim, você é o principal responsável por esta bela campanha rumo ao inédito título. Portanto, para o bem do futebol do Rubro-Negro, deixe de incutimento com Marco Aurélio. As pessoas aqui no Nordeste de Amaralina já estão até maldando.

QUEM É QUEM

agosto 1, 2008

Milhares de ouvintes (na verdade, três) telefonaram para o dono desta impoluta emissora reclamando que as transmissões estão cheias de firulas e com pouca objetividade. Disseram ao chefe da rádia que este rouco locutor não faz análises abalizadas sobre esquema tático – como se tal bobagem tivesse alguma importância no futebol. E ainda reclamaram que eu “perdi o tato e o contato com a realidade”, igual ao protagonista de CINDERELA, aquela excepcional canção brega, cantada pelo inolvidável Ruban Barra.

De bate pronto, o rígido Conselho Editorial ordenou que eu atendesse aos ouvintes. Óbvio que fiquei contrariado, mas, como tenho que garantir o cuscuz com charque para meu rebento, farei a tal “análise tática” do comportamento de cada jogador na partida contra o Atlético Paranaense.

Recebam.

 

Camisa 1. É preciso que se compreenda o seguinte axioma: o cara que, na vida, escolhe ser goleiro ou é viado ou é maluco. Ney se enquadra nesta segunda categoria. E minha falecida mãe já me ensinou que quanto menos meia com doido, melhor. Portanto, nas vezes em que o referido for substituir Viáfara, a torcida tem que ficar em silêncio para não aperrear ainda mais o juízo do rapaz.

 

Lateral direita (ala é a puta que o pariu). A Bahia e uma banda de Sergipe já sabem que, depois de mim, Vágner Mancini é o principal responsável pela bela campanha do Rubro-Negro. Porém, como dizia meu finado pai, incutido é pior do que maluco. é vero que Rafael precisa jogar com mais raça e comer mais bode, mas não comer banco para Marco Aurélio.

Zaga Central. Leonardo, apesar de ter feito lambanças à mancheia (literalmente), ainda tem crédito na praça.

Quarta zaga. Depois que se conscientizou que não é craque, o número 4 (prometi que só pronuncio o nome dele quando acabar o campeonato) tem dado conta do recado. Na peleja de quarta, jogou por ele, Leonardo e por Marcelo Cordeiro.

Por falar no referido, precisamos torcer para que a greve da SET acabe logo, pois só assim a tal Superintendência de Engenharia de Trânsito poderá interditar a Avenida Marcelo Cordeiro. Contra o Atlético do Paraná, ele conseguiu a proeza de jogar pior do que contra o Galo Mineiro.

Sobre Vanderson, favor recorrer sempre a este texto escrito no dia 28 de julho. A garra e as limitações são  as mesmas de sempre.

Renan parece que tá querendo boicotar o Pit Bull. Contra o Flamengo, junto com Marco Antônio, comeu a bola. Nesta última partida, só começou a jogar e a vibrar depois que Vanderson saiu e entrou seu amigo das divisões de base do São Paulo.

Willians Santana é um bom jogador para o intermunicipal. Porém, Mancini colocou na cabeça do rapaz que ele é fundamental para a equipe – e ele acreditou. Tem jogado muito mais do que pode. Um fenômeno na história do ludopédio. Que deus conserve assim até o fim da competição.

Ramon Menezes é mais novo do que eu, mas corre muito menos. Quando tem gás, joga, apesar de querer ser o dono do time, característica comum a este rouco locutor. Na quarta-feira, tava boiado, até que George Romero atendeu minhas preces e o ressuscitou.

Marquinhos é craque. Mesmo quando não joga nada, é decisivo. O único problema é que ele não pode ouvir isso, senão pode tomar um tombo do salto e se contundir.

Sempre achei que Adriano é um Nadson melhorado. E, se deus quiser, ele vai provar isto no decorrer da competição. Sempre que Telmário não puder jogar, bota o homem que ele vai decidir.

Os que entraram depois.

Marco Antônio continuou jogando seu futebol meeiro e, às vezes, eficiente. Precisa ganhar confiança e chutar mais de fora.

Ricardinho. No início do campeonato tava até bem, depois que aprendeu a chutar de três dedos, não faz outra coisa durante a partida. A diretoria deve estabelecer com urgência uma multa de 30% toda vez que ele bater de trivela.

 

Quanto a Muriqui, a melhor definição foi de meu amigo Vitor. “Muriqui (Guilherme é a puta que o pariu!) tem que mudar de esporte, e não de nome!”.

 

 

Bom. Especificamente quanto ao jogo de anteontem, o Vitória fez sua pior partida na competição. Lembrou o time desorganizado do campeonato baiano. Mas, não quero nem saber quem pintou o céu de azul. O que vale são os três pontos. Aliás, neste último Baianinho, apesar do futebol malamanhado, comemorei o título com a mesma intensidade do de 1985, quando invadi o campo e as porra.

 

No mais, é prosseguir na caminhada rumo ao título, brocando o Grêmio em Porto Alegre.

P.S. Depois disso, espero que ninguém reclame mais porra de nada com meu chefe, senão volto pior.