Nem mesmo o extrato de minha maltratada conta bancária tem me trazido tantos aborrecimentos quantos esta dança de rato sobre o aluguel do Barradão. Que agonia da porra! Todo dia é uma chibança – e o mais grave, envolvendo dinheiro público em tenebrosas transações que envergonham toda a Bahia e uma banda de Sergipe.
Já havia tratado do tema AQUI, Ó e tinha dado o assunto por encerrado. Na ocasião, os canalhas silenciaram, dando a impressão de que a questão estava resolvida. Mas, foi apenas um silêncio estratégico. Agora, a putaria volta, com promessa de investimentos da Petrobras. É graça uma porra dessa?
Como estou muito mais interessado no jogo de sábado contra o Ipatinga, não gastarei meus parcos neurônios para protestar contra esta imoralidade.
Porém, para não deixar passar em branco, vou publicar aqui um texto que fiz na época para meu outro blog
WWW.INGRESIA.OPENSADORSELVAGEM.ORG
Ouçam.
GOVERNADOR, PARE COM ISSO
Depois que a pantera da ingraditão fez com que o tão propalado Grande Funeral desse chabu, tinha cá pra mim que ACM era página virada e descartada do nosso ordinário folhetim. Ledo e ivo engano. Neste 20 de julho de 2008, exatamente um ano após Malvadeza ter batido as botas (ou seriam os coturnos?), constato que o espectro do carlismo ainda ronda a Bahia. E como não poderia deixar de ser, a herança que fica é a de Itaparica. Ou seja: madeira.
É óbvio que não me refiro somente à pesquisa do Vox Populi publicada hoje e que coloca seu (lá dele) neto em primeiro lugar na corrida sucessória de Salvador. Nécaras. Isto é apenas o sintoma da doença que pode ser percebido na superfície. Escrevo estas mal traçadas para tratar de algo mais, digamos, profundo e doentio: o enraizamento das práticas nefastas do carlismo no coração da Bahia.
Pois bem. Nos incontáveis séculos de domínio de Cabeça, uma das práticas mais execráveis era a mistura do público com o privado e vice-versa. Ele emulou Luís XIV para pior. L`État c`est moi virou L`État c`est moi e minha famiglia. A Bahia, aliás, virou uma grande, mas não tão generosa famiglia. Aos outros apaniguados, restavam uns sobejos, umas esmolas do Godfather para garantir-lhes a sobrevivência e subserviência.
Na longa lista de delitos, um do que mais chamava a atenção era exatamente a privatização de ruas, canteiros e outros espaços públicos para a exploração de estacionamento particular. Não vou pesquisar agora, pois o tempo urge e ruge, mas lembro-me de uma matéria no Jornal A tarde sobre o fechamento de determinada área na paralela em um dia destas intragáveis chibanças axezisticas que lá ocorrem.
Pois muito bem. Nas eleições de 2006, a maioria dos baianos deu um basta à continuidade deste perverso projeto. O “NÃO das urnas, porém, parece que não chegou aos ouvidos dos novos mandatários.
Na última semana, por exemplo, as portas dos palácios governamentais foram abertas exatamente para celebrar esta espécie de ação entre amigos. Secretários, assessores e demais asseclas foram mobilizados para tratar dos interesses e negócios de duas entidades privadas, com prejuízo para o já tão maltratado erário.
Sim. É exatamente da PROPOSTA INDECENTE de cessão do Manoel Barradas que estou falando. Como é possível que um governo, que se diz republicano, chantangeia (a palavra é esta mesma: chatagem) um clube de futebol para beneficiar outro, usando dinheiro público?
A imprensa fala em uma sangria de R$ 5 milhões. Não sei o valor e pouco me importa. O fato, governador, é que o senhor foi eleito para defender os interesses da Bahia – e não do Bahia.