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TORCEDOR, AGORA É COM VOCÊ

abril 30, 2014

O desejo de mudanças no Esporte Clube Vitória é óbvio e contundente. Nas arquibancadas, nas ruas, bares ou mesmo nos muros do Barradão, os torcedores têm demonstrado suas insatisfações.

Exatamente por ter a compreensão de que é preciso, necessário, fundamental aglutinar toda esta vontade de lutar pela transformação de seu Clube de modo efetivo foi que um grupo de torcedores idealizou um movimento unificador denominado Vitória Livre, que pretende convocar uma Assembleia Geral de Sócios o mais urgente possível.

No convite que recebi hoje tem a seguinte mensagem que transcrevo em negrito.

Esse é um grupo de união de torcedores em torno de um objetivo comum, específico e imediato: a convocação de uma assembleia geral de sócios no Esporte Clube Vitória. É claro que, indiretamente, essa assembleia terá o objetivo de lutar pela abertura e democratização do nosso rubro-negro.

Sendo a aglutinação de diversos torcedores, independentemente de matizes políticos ou ideológicos, precisamos discutir com a maior objetividade possível os pontos a serem incluídos na pauta.

Em razão do propósito específico dessa lista de e-mails, será TERMINANTEMENTE PROIBIDA a discussão de outros temas tais como contratações, escalações, resultados de partidas, divulgação de reivindicações de grupos políticos de oposição ou de situação do ECV e tudo o mais que desvirtue o objetivo principal do grupo “Vitória Livre“.

Para participar desta luta fundamental, basta acessar o seguinte endereço https://groups.google.com/d/forum/vitoria_livre

Repetindo para não ter erro https://groups.google.com/d/forum/vitoria_livre

Eu já aceitei a convocação e acabei de me inscrever, com a consciência cada vez mais nítida de que a mudança efetiva depende da minha, da sua e da atitude de todos nós.

É isso, torcedor, agora é com você.

“NÃO EXISTE CRISE NO VITÓRIA”

abril 29, 2014

Assim que o sacripanta das Alagoas assoprou o apito pela última vez no início da noite de domingo em Pituacivisky, decidi que não iria me pronunciar sobre a peleja por dois motivos. Primeiro, queira poupar a minha cara família baiana de ouvir os 658 palavrões que tenho catalogados em meus pergaminhos. Por fim, só pretendia falar depois da reunião do Conselho Deliberativo, apesar de já saber de antemão qual seria o posicionamento do referido órgão.

E, é óbvio, todas as minhas mais terríveis suspeitas se confirmaram na noite de ontem quando o site oficial do Clube informou sobre o tema. O conselho se pronunciou a favor da aprovação das contas. Quer dizer: se calou. Ou pior ainda, mais uma vez, disse amém. Porém, isto já era o esperado. O pior, o mais grave, foi a declaração do presidente Carlos Falcão.  Depois trataremos dela.

Antes, vamos às quatro linhas. Sei que muito podem dizer, não sem razão, que a atuação do time no segundo tempo foi tão ordinária quanto à do conselho, se é que isto é possível. Ok, aquiesço. Porém, nem tudo foi choro e ranger de dentes na peleja contra o Furacão.

Ney Franco, que havia sido confirmado no cargo dois dias antes, pela primeira vez em 2014 parece que decidiu tomar as rédeas da equipe. E contou com a sorte de ter um Juan machucado. Assim, escanteou o improdutivo Airton e entregou a camisa número 2 ao seu velho (e inconstante) dono, Nino Paraíba.

Além disso, o mais importante: apostou na velocidade de Euller na outra lateral e botou José Wellinson em sua verdadeira função. Resultado? Em 45 minutos, o time praticou algo muito parecido com futebol e meteu 2 x 0 fácil no Atlético, mesmo Atlético que tinha derrotado o poderoso Grêmio na rodada anterior. Já na segunda Etapa, além de fôlego, faltaram peças de reposição – e o time se comportou daquela forma indecente a la conselho da qual já falamos.

Antes de encerrar a homilia, voltemos à análise da frase mais simbólica dita na reunião do conselho. Caixa alta, maestro, por favor.

“NÃO EXISTE CRISE NO VITÓRIA”

Pois é, amigos de  infortúnio, foi exatamente isso que você ouviu. Segundo o presidente Carlos Falcão, “não existe crise no Vitória”.

É fato que no futebol existem uns códigos que raramente mudam, principalmente os relacionados à negação. Se um técnico tá com a corda no pescoço, com a carta de demissão redigida, sempre aparece um dirigente para dizer que vai tudo bem e que o referido tá prestigiado. A palavra prestigiado é a senha para a porta da rua.

Porém, um dirigente negar assim uma crise tão braba é algo muito mais preocupante. Afinal, o problema não se restringe às quatro linhas. Ao contrário. Lá está o reflexo de uma série de (falta de) ações, a começar pela patética situação do contrato com a Caixa Econômica Federal, passando pela demissão do núcleo de inteligência e chegando até mesmo a avacalhação pública nas rádios amigas da vida.

Mas, ao contrário do presidente que finge acreditar que não há crise, os torcedores sabem muito bem qual a gravidade da situação e já estão se mobilizando efetivamente para reverter o tenebroso quadro. Eles sabem que a crise existe, mas que o Vitória e sua torcida são maiores do que ela.

Amanhã, tratarei destas boas novas. Aguardem e confiem.

É PRECISO IR ALÉM DOS PALAVRÕES

abril 25, 2014

Quando Juan marcou o gol de empate do Vitória diante do poderoso Jota Takeshita, aos 41 minutos do segundo tempo da infâmia de ontem à noite no Estádio de Pituacivisky, muitos torcedores não vibraram. Ao contrário. De punhos cerrados, olharam para o alto de uma cabine e mandaram Carlos Falcão, atual presidente do Rubro-Negro, tomar no velho monossílabo.

Naquele que era pra ser um fugaz momento de alegria, o recado foi claro: nós sabemos quem é o culpado por todas as ignomínias que, cada vez mais, tomam conta do Clube. Era uma das primeiras, senão a primeira vez, que o Vitória fazia um gol e torcida amaldiçoava o comandante (?) supremo. É óbvio que nos muitos séculos que frequento a arquibancada, já havia presenciado a torcida se revoltar contra jogadores, técnicos e outros mordomos na hora do gol do time. Contra gente que habita o andar de cima, é algo raro, digno de registro.

Porém, no meu modesto entendimento, o recado me pareceu insuficiente.

Calma, minha senhora, nada tenho contra os palavrões. Aliás, o inverso é o verdadeiro. Entendo que xingar é uma catarse, que funciona como experimentação de sentimentos, ainda que efêmeros, de liberdade. E poucas coisas são mais relevantes do que a sensação, mesmo que provisória, de ser livre.

Porém, é preciso ir além dos palavrões. Não podemos nem devemos nos contentar somente em despejar impropérios (por mais justos que sejam) contra a diretoria. É hora de darmos o passo adiante e lutar efetivamente pela construção de um Clube democrático, exigindo eleições diretas, transparência, profissionalismo e  respeito ao torcedor.

Há alguns bons dias, escrevi que o presidente deveria estar na vanguarda deste processo libertador, sinalizando no sentido das necessárias mudanças. É óbvio que ele fez ouvidos de mercador, com a complacência dos radialistas amigos.

Então, Rubro-Negros, mais do que nunca, é hora de transformar nossas palavras de ordem em ação. E o melhor caminho é a mobilização para a realização de uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) o mais rápido possível para que possamos deixar de ser meros espectadores e nos transformamos em verdadeiros protagonistas na história de nosso Clube.

Diversos grupos já estão debatendo tal proposta. Creio que, no máximo, até o fim de abril tal manifesto já tomará as ruas, becos, vielas, bares, budegas, redes sociais e, principalmente, as arquibancadas desta província lambuzada de dendê, de sacanagens, mas também de muitas lutas.

Fique ligado e participe.

P.S Esta é uma batalha onde não haverá retrocessos, independentemente do que ocorra nas quatro linhas. 

O MÉDICO E O MONSTRO

abril 21, 2014

Os idiotas da objetividade, que se apegam à numerologia & estatística, poderão argumentar que perder para o Internacional por 1 x 0 é um resultado perfeitamente aceitável. Na mesma toada, os adeptos da historiografia acrítica, depois de remorem seus frágeis pergaminhos, irão assegurar que, além de tudo, se deve dar um desconto na derrota, pois a peleja foi exatamente no dia da reinauguração do Beira Rio.

Porém, amigos de infortúnios, a verdade que salva e nem sempre liberta é uma só: se futebol rimasse com justiça, este jogo, só no 1º tempo, teria terminado 129 x 0 para o colorado.

Os 45 minutos iniciais foram infames. O Vitória jogou contra um dos favoritos ao título nacional como se estivesse enfrentando uma injúria qualquer do JABAZÃO/2014. O time desconsiderou até aquela regra básica de que, quando se é inferior no aspecto técnico-tático, torna-se obrigatório a superação na garra.

Mas necas. O time foi só displicência. Noves fora o goleiro Wilson, que salvou o frágil patrimônio em algumas oportunidades, apenas o solitário Marquinhos lutava em vão para produzir algo. Ah, sim, outro destaque do Rubro-Negro na etapa inicial foi o zagueiro Paulão, que se esforçava bastante para entregar a rapadura. O resto era uma infâmia só.

Porém, na última volta do ponteiro no 1º tempo, o Leão foi bafejado pela sorte e ganhou um reforço fundamental: a contusão do lateral Mansur. Aliás, é preciso rechaçar uma tese que circula por aí, garantindo que o referido tem vestido a camisa 6 porque vai ser vendido. Amigo, não espalhe esta culhuda, não. Se o Vitória realmente quisesse vendê-lo deveria deixá-lo sempre no banco. Se continuar botando ele pra jogar de titular, vai ficar difícil a venda. Num tem edição de DVD que dê jeito.

Mas, desta competente e profissional direção do Vitória se pode esperar tudo. Não foi à toa que eles colocaram o menino Euler, nosso melhor lateral e quiçá melhor jogador, literalmente na fogueira, num sol disgramado de uma quinta-feira para jogar o sub-20 e ser presenteado com uma contusão no tornozelo. Francamente, este setor de inteligência do Clube e suas estratégias só me causam orgulho, pois tem ideias insuperavelmente criativas.

Mas derivo. É hora de voltar ao gramado.

Na segunda etapa, com o reforço da ausência de Mansur, o time se aprumou um pouco e voltou a praticar algo parecido com futebol. Por mais incrível que possa parecer, conseguiu até chutar umas bolas na meta defendida pelo inquebrantável Dida.

É fato que, nos 45 minutos finais em Porto Alegre, o Vitória não foi ainda aquele time insinuante do segundo semestre de 2013, mas, ao menos, já superou a fase monstruosa deste início de ano. É preciso, portanto, que o Dr. Ney Jekyll Franco se mire no exemplo e controle urgentemente o seu lado Mr. Hyde.

Apesar da semana santa já ter acabado, continuemos a orar.

 

P.S Ah, ia me esquecendo. Que dois golaços aqueles de Everton Ribeiro ontem na Fonte Nova, hein? Ahn? O que? como Assim? Ele não jogou nem brocou o cardume? Então, esqueçam. Não COMEMORO gol de time RESERVA do Cruzeiro, não.

Alô, sardinhas, nem fiquem fazendo beicinho, pois quem tem motivo pra tá retado é o Cruzeiro. Acostumado a meter SETE nas injúrias, o time mineiro, inclusive, já decidiu que vai entrar com representação e as porras. E, ao contrário do povo de Itinga, que fica jogando palavras ao vento, eu mato a sardinha e mostro o anzol. Aqui o linque, ó http://esporte.uol.com.br/futebol/campeonatos/brasileiro/serie-a/ultimas-noticias/2014/04/20/apesar-da-vitoria-cruzeiro-reclama-da-arbitragem-e-ja-vai-acionar-cbf.htm

No mais, apenas lamentar que a briosa ~torcida de ouro~, aquela da invasão/porcina (que foi sem nunca ter ido)  não conseguiu colocar nem 9 mil pagantes na estreia do time em casa, ops, casa, não, que aquela porra nem casa tem. E, pra completar, ainda perdeu a compostura http://globoesporte.globo.com/futebol/times/cruzeiro/noticia/2014/04/no-fim-do-jogo-marcelo-e-hostilizado-e-atingido-por-pedras-de-gelos.html
Se for punido, vai jogar onde? Em Dias D’Ávila, Itinga?

NEY FRANCO, GLÓRIAS E RUÍNAS

abril 19, 2014

Calma, minha comadre, largue estas pedras. Sim, é fato que hoje é Sábado de Aleluia, dia de malhar o Judas, mas é também o momento para uma reflexão ponderada, para olharmos as coisas em perspectiva a partir de uma visão retrospectiva – seja lá que porra isto signifique.

Então, antes de tudo e de mais nada, faz-se mister analisar todo o período de Ney Franco no comando técnico da Esporte Clube Vitória, para podermos fazer um efetivo balanço de perdas e danos, ok?

Como diria Goulart de Andrade, apresentador do Comando da Madrugada: vem comigo.

Seguinte.

Quando o referido tocador de violão em barzinho e dublê de treineiro assumiu o Vitória, no início de setembro do ano passado, o Leão vinha de três derrotas seguidas e ocupava a 10ª posição. Naquela noite de quarta-feira, mesmo sem tempo para realizar treinamentos, ele decidiu ir para a casamata testemunhar a quarta derrota seguida do Rubro-Negro, diante de um Flamengo todo malamanhado.

Logo na sequência, o Vitória enfrentou o Atlético Mineiro, então campeão da Libertadores, num Barradão totalmente encharcado. Apesar de o futebol ainda não ter dado as caras, o time jogou com raça – e  Ney Franco voltou a apostar na dupla Marquinhos & Dinei, que havia feito misérias juntos no Brasileirão de 2008. A partir de então, foi aquela fase histórica que todos já conhecem, com o time realizando a melhor campanha do 2º turno do Brasileirão e lutando por uma vaga na Libertadores até a última rodada.

Porém, apesar de todas estas glórias, Ney Franco sofreu um forte revés em outubro, ao ser derrotado pelo cambaleante time tricolor na Fonte Nova por 2 x 0. O Vitória era muito superior à equipe de Itinga, mas este jogou com muito mais aplicação e garra. Naquele momento, já ficava claro que Ney Franco não tinha incorporado o espírito do Ba x VI, não sabia qual a real dimensão do clássico.

E é exatamente aí que começa a pesar sobre seus ombros este fardo pesado, que tornou-se praticamente insustentável na final deste JABAZÂO/2014. Porém, este não foi seu único pecado.

Este começo de 2014 mostrou também que Ney Franco não sabe jogar contra time de menor expressão. Parece que seu sistema tático só funciona contra times grandes, pois estes se expõem e podem ser surpreendidos. Contra equipes fracas do campeonato baiano e do Nordeste, a campanha e as atuações do time foram um fiasco. (Alguns vão argumentar, não sem razão, que perdemos peças importantes que não foram repostas e etc e coisa e tals. Sim, mas Ney Franco tem, ou deveria ter, o dever, a autoridade e senso para saber o que deve prestar ou não, invés de aceitar e escalar certas injúrias que nem citarei mais o nome)

Porém, o fato é que não é mais o momento de ficar remoendo nada disso. Agora é bola pra frente. O Brasileirão começa hoje, com um Vitória enfrentando o Internacional, um dos principais favoritos ao título. Talvez, então, o time de Ney Franco volte a surpreender, pegando as pedras das ruínas deste início de 2014 para construir castelos (mesmo que ilusórios e temporários) de glórias.

Oremos

NÃO É MOMENTO DE BALANÇO. A HORA É DE CHACOALHAR

abril 14, 2014

Antes de tudo e de mais nada, faz-se mister informar que todo este alvoroço sardinhesco é mais do que compreensível e justificado. Afinal, nos últimos 20 campeonatos, o tricolor ganhou 4, média de 20%. Ah, sim. Se quiserem botar na conta aquela vergonha do tapetão itapagipano, a média sobe para 25%, mas mesmo assim num dá nem pra passar no Enem.

Outro dado de destaque na glória das sardinhas é que, neste final de semana, além delas, diversas outras equipes pequenas também levantaram a taça, a exemplo do Londrina, Ituano e Atlético (GO). Portanto, nada mais justo que botem trio elétrico na rua, se joguem no dique, a porra toda.

O fato é que, este JABAZÃO/2014, conforme eu já havia ressaltado na homilia dominical, “manteve e aprofundou a sina de descalabro dos últimos campeonatos baianos, consolidando-se como um amplo insucesso de público e crítica. Jogos de baixíssimo nível técnico, arbitragens desastrosas e muitos estádios com gramados dignos de vaquejadas. Antes que algum apressado conclua que esta desqualificação acima comprova que a competição não vale nada, informo logo: sim, a competição realmente não vale nada”.

Portanto, não farei nenhum balanço – até porque, conforme tá registrado no título acima, o momento é de chacoalhar.

É fato que a diretoria já começa aquelas atitudes engana – besta, lançando nas rádios amigas da vida insinuações sobre dispensas, reformas e contratações.  É bem provável que amanhã ou depois se reúna novamente com alguns representantes de facções de torcidas organizadas para que estes manifestem apoio na importante luta pela Copa do Brasil.

Porém, creio que o momento reivindica atitudes muito mais sérias da massa Rubro-Negra, especialmente de seus mais de 9 mil associados. É hora de reunirmos forças para propor uma Assembleia Geral e, assim, estabelecer um diálogo verdadeiro com a diretoria de pontos relevantes para o Clube, enquanto Instituição – e não apenas nas quatro linhas.

Afinal, se não tivermos um Clube democrático, transparente, profissional, organizado e que respeite efetivamente o torcedor, viveremos apenas dos rasantes voos de galinhas, sem um crescimento realmente sustentável. O Vitória, mais do que nunca, precisa mudar, deixando de ser um time que tem uma torcida para se transformar num Clube em que a torcida participa efetivamente da construção de seu destino no cotidiano – e não por conta de acordos fechados pela alto.

É fundamental que o presidente Carlos Falcão comece a pensar seriamente em mudanças e seja partícipe efetivo de um novo tempo no Clube, escrevendo seu nome em uma história visceralmente democrática. Caso mantenha a atual postura, depois não venha ficar dizendo que Santo Antônio lhe enganou.

 

P.S.1 Aos incautos, que por ventura apareçam aqui dizendo que lutar por mudanças é oportunismo, lembro-lhes que esta é uma luta digna e antiga no Vitória.

P.S.2 Na quarta-feira estarei no Estádio novamente incentivando o Vitória na Copa do Brasil.

P.S 3 Amanhã falarei especificamente sobre atuação de Ney Franco no comando (?) da equipe

O QUE (EFETIVAMENTE) TÁ EM JOGO HOJE?

abril 13, 2014

Este JABAZÃO/2014, que se encerrará no início da noite deste já histórico dia 13, manteve e aprofundou a sina de descalabro dos últimos campeonatos baianos, consolidando-se como um amplo insucesso de público e crítica. Jogos de baixíssimo nível técnico, arbitragens desastrosas e muitos estádios com gramados dignos de vaquejadas. E, como se já não bastassem todas as chibanças, o domingo ainda amanheceu inconsequentemente chuvoso.

Antes  que algum apressado conclua que esta desqualificação acima comprova que a competição não vale nada, informo logo: sim, a competição realmente não vale nada.

Porém, nada disso importará quando o sacrista do Péricles Bassol soprar seu apito pela primeira vez no Estádio Negopolitano. Todas estas disgraças e muitas outras serão suspensas e teremos noventa minutos e mais uns quebrados da mais completa e absoluta, como o perdão da má palavra, transcendência.

Neste período, acreditaremos piamente que estamos diante uma disputa épica, com guerreiros lutando para honrar as cores da nação. Sim, o Ba x Vi, a mãe de todas as batalhas,  tem também este poder de (nos) iludir.  Uma ilusão deliciosa e intensa, ressalte-se. Tão intensa que ela efetivamente é real. No clássico, tudo se torna grandioso. Até um tiro de meta transforma-se num momento de emoção. Um simples chute para lateral, quando feito com a devida energia, eleva o reles zagueiro a um gladiador.  Enfim: é uma chibança dos 600 DEMÔNHOS. É como se nossas vidas estivessem em jogo – e elas efetivamente estão.

Aliás, como já ensinou o menino Bill Shankley, futebol não é uma questão de vida ou morte: é muito mais importante do que isso. E o Ba x Vi, como todos sabem, é mais importante do que o próprio futebol. O clássico tem 80 e poucos anos, mas temos a convicção de que ele começou antes do próprio verbo. No princípio era o BA x Vi e depois Deus fez todas as outras coisas.

Então, amigos, é a preservação e perpetuação de tudo isso que efetivamente está em jogo hoje. Cada um de nós, seja Rubro-Negro ou tricolor, tem a obrigação de defender este nosso patrimônio imaterial contra alguns infames que tentam enojá-lo e maculá-lo com a nódoa da banal violência.

A única guerra aceitável é dentro das quatro linhas. E que vença realmente o melhor, o Leão devorador de sardinhas.

 

FLERTANDO COM A INFÂMIA

abril 9, 2014

Os torcedores do Bahia deflagraram, nas redes sociais, uma estúpida campanha denominada #invasaopituaco45, com o objetivo de ocupar na partida final do campeonato, no próximo domingo, dia 13, mais lugares do que o determinado pelo Estatuto do Torcedor.

Não bastasse a campanha em si já ser, no mínimo, uma temeridade, as mensagens postadas pelos adeptos da aventura ultrapassam a linha da simples gozação e entram no terreno pantanoso da provocação violenta.

(Não colocarei nomes aqui, até porque acredito que, depois que passar este estado de ebriedade, alguns possam refletir melhor e voltar atrás. Mas reproduzirei uns  conteúdos para que se tenha uma idéia do nível da insanidade). Eis.

A maior operação de todos os tempos. #InvasãoPituaço45

#InvasaoPituaco45 ESTOU CHEGANDO DE CONFORÇA

#InvasãoPituaço45 to colado !!! isso é só pra quem tem torcida, quem nao tem se lasque !!!!

Vai ser lindo a PM-BA fazer cordão de isolamento em 30% de PITUAÇO, domingo, pra torcida do vice de tudo. #InvasaoPituaco45

Torcida rival vai ficar ilhada em Pituaço. Esse é o quadro que se desenha.

Acabei de conversar com o Presidente da Terror Tricolor. Ele apoia o movimento #InvasãoPituaço45

Capaz mesmo da TUI partir pra cima dos torcedores do Bahia à paisana e ainda apanhar, por estar em menor número. #InvasãoPituaço45

Existem outras, muitas outras, mensagens convocatórias que não foram transcritas aqui por serem ainda mais apelativas. Outro dado grave é que os dementes partem de uma premissa absolutamente falsa. Qual seja. A de que a torcida tricolor tem lotado os estádios. No último BA x Vi, para ficarmos em um exemplo, eles tinham direito a 90% do total de lugares. No entanto, compraram menos de 30 mil, deixando sobrar mais de 10 mil ingressos. Isto em uma final de campeonato. Se formos analisar os números friamente, o Vitória teve mais público pagante na Copa do Nordeste e praticamente igual no baianão, excetuando-se os BA x Vi, que não podem ser computados igualitariamente, já que existiram dois com mando do Bahia.

Ressalte-se ainda que não há nos últimos anos nenhuma supremacia digna de nota no que se refere a público pagante que justifique tão cabotina inciativa. Ao contrário. É só conferir os dados nos borderôs das federações.

Porém, a questão é muito mais grave e não pode ser resumida apenas aos números. O problema deve ser debatido é no campo ético. O debate agora não é nem se 90% para uma torcida e 10% para outra é o justo. Mas, sim, que é o combinado. E o combinado num é caro nem barato.

Pessoalmente, sou totalmente contra esta divisão. Inclusive, não sei onde estavam estes que agora pregam a inescrupulosa invasão quando se cogitou fortemente na imprensa e em outros setores a imbecil idéia da torcida única, mas sei que eu estava do outro lado da trincheira, participando de uma campanha conjunta com o pessoal do BBMP para reverter a estupidez.

Aliás, cabe registrar e louvar a atitude de, entre outros, dois tricolores que participam do mesmo BBMP, Cássio Melo e Fábio Domingues. Sem temer a patrulha, fizeram questão de, lutando contra a corrente, se posicionar condenando a horrenda ação.

Fabio Domingues ‏@fpadomingues  8 h

Parem com essa ideia estúpida de #InvasaoPituaco45. É futebol, não guerra. Respeito acima de tudo.

 

Cássio Melo ‏@CassioCMMelo  9 h

Institucionalizar ou incentivar uma “invasão” da torcida do Bahia a Pituaçu é errado. E pode dar problema, eu evitaria isso.

 

Institucionalização do incentivo. Creio que aí é que reside uma questão bem mais grave. Que torcedores apaixonados cometam deslizes, ainda pode-se tentar compreender, mesmo que não seja justificável ou aceitável. Porém, o que é completamente inadmissível é a “institucionalização” do incentivo a um processo macabro destes.

E é, infelizmente, o que está ocorrendo na direção do Bahia. Fiz questão de conferir o noticiário relativo ao primeiro Ba x VI do ano, em fevereiro. Na ocasião, a direção do Bahia, de modo correto, informou apenas os pontos de vendas para a torcida tricolor. Agora, porém, de modo sorrateiro, diz que os tricolores terão direito a apenas 10% por cento, mas fazem questão de divulgar no site oficial todos os pontos de venda para a torcida do Vitória.

Neste grave momento, o mínimo que se esperaria da direção de um clube em que a torcida está prestes a cometer uma insanidade era a reprovação formal do ato. Porém, além do silêncio, a direção do Bahia ainda faz este incentivo sorrateiro.

Não estou aqui para ensinar nada à direção tricolor, eles sabem o que deve ser melhor para os seus. Só opino mostrando esta terrível incongruência porque tal ato é extremamente grave e envolve a torcida Rubro-Negra. E também porque acredito que ainda dá tempo de evitar o pior, suspendendo definitivamente este flerte com a infâmia.

 

P.S Sou um crítico implacável da direção do Vitória, especialmente pela falta de democracia, transparência e profissionalismo, entre outras questões relevantes. Contudo, não seria ético de minha parte deixar de registrar que a atitude do presidente Carlos Falcão neste episódio foi a correta.

 

ATUALIZAÇAO: Finalmente e felizmente, a direção do Bahia lançou nota pública se posicionando de modo  contrário à campanha insana de invasão do espaço destinado á torcida do Vitória. 

Porém, a direção tricolor tervigersa. Deveria ter feito um mea culpa por ter incentivado de forma sorrateira a estupidez ao publicar os endereços dos pontos de venda destinados à torcida do Vitória.

Além disso, dizem lamentar que não tenha existido a divisão 60% a 40%. Ora, isto teria que ser combinado no início do campeonato, não no afogadilho, com o Vitória já com a vantagem e numa proposta indecorosa, não do Bahia, mas sim dos que administram (?) a Arena Fonte Nova. 

Cortina de Fumaça. Defendi é apenas o mordomo

abril 8, 2014

 

O fatídico day after do clássico cartão de crédito, o VISA (Vitória x Sardinha), não parecia uma segunda-feira, mas sim um inconsequente sábado de aleluia. A torcida do Vitória, não sem razão, queria jogar pedra na Geni, digo, no Rodrigo Defendi.

É óbvio que, diante de tantas e tamanhas lambanças na peleja, o referido sujeito é mais do que merecedor de todas as críticas. Porém, entendo que se faz necessário não exagerar na dose, concentrando-se no específico e esquecendo-se do geral.

E, antes que algum apressado revoltadinho ache que estou querendo derivar, botar panos quentes e defender o sujeito indefensável, saco do coldre umas prosopopéias que rabisquei há mais de um mês, exatamente no dia 22 de fevereiro. Naquela ocasião, muitos, que hoje estão gritando raivosamente, mostravam-se tolerantes ou calavam-se diante das atuações do sujeito. Minha trincheira era outra, de denúncia, conforme os parágrafos abaixo demonstram e comprovam cabalmente. Nunca tive vocação para profeta do acontecido. Às aspas, maestro.

Por falar em embriaguez e carnaval, só decidi ir ao estádio porque sabia que Victor Ramos, titular da minha zaga no ano passado, tá no México e não entraria em campo ressaqueado, como era seu costume. Porém, Rodrigo Defendi, seu substituto, é mais distraído do que Victor Ramos bêbado e pensando nos peitos siliconados de Nicole Bahls ou no shortinho da Moça Gerasamba.

O problema de Rodrigo Defendi (sobrenome num é destino) num é nem ele ser ruim, até porque isso seria uma virtude para um zagueiro. A tragédia é que ele é muito mole, muito educado para uma pessoa que deve cuidar da zona do agrião como um matador de filme B. O desinfeliz é o contrário disso. Ele parece esses carinhas mudernos que usam óculos da moda, brinco colorido e trabalha em ONGs. Não ofende ninguém. Deuzulivre.

Aliás, parênteses. (Apesar de o sujeito não merecer, cabe mais umas duas linhas sobre o referido. Nem tudo nele é ruindade. Seu exemplo serve como prova cabal de que o futebol europeu e estas champions leagues da vida são torneios muito superestimados. Como assim? Assim, ó. Este rapaz esteve no Tottenham, Udinese & Roma, entre outros menos cotados como Vitória de Guimarães e Avelino. É fato que quando voltou da Europa foi direto para um time do mesmo nível de lá: o Palmeiras B)”.

Pois muito bem, digo, pois muito mal. Quando afirmo que alguns estão exagerando na dose contra o indigitado é porque, de certa forma, estão entrando no jogo dos que querem tergiversar, criar cortina de fumaça e fugir de suas responsabilidades. A verdade é que, no Esporte Clube Vitória, existiram e existem vilões muito mais danosos do que Rodrigo Defendi.

Não foi à toa que ontem logo cedo surgiram notícias (na verdade, boatos) de que a direção havia barrado o zagueiro. Era a velha tática de jogar pra torcida, pra mostrar que a diretoria estava numa luta justa contra o cara que enojou o baba. O problema é que tal notícia, que correu as redes sociais, não se sustentava. Até porque se a direção usasse da prerrogativa de barrar um jogador contra a vontade do técnico (Ney Franco deu declaração de que não ia queimar o referido, como se o sujeito já não fosse queimado) seria o caso deste colocar sua viola no saco e se picar.

É preciso, necessário, fundamental que estejamos atentos a todas estas manobras da diretoria e de setores da imprensa que, com estas cortinas de fumaça, tentam obnubilar nossa visão.

É óbvio que devemos e podemos ficar injuriados com as pífias atuações de Rodrigo Defendi, mas temos que saber que ele é apenas mais um mordomo. Os responsáveis pelos sérios problemas porque passam equipe e a Instituição são aqueles que não fizeram um planejamento adequado, que desrespeitaram o torcedor e que se guiaram, uma vez mais, por um atávico amadorismo.

É deles que temos que cobrar mudanças urgentes e necessárias para que a casa não fique ainda mais fedendo a homem do que já está.

P.S Amanhã falarei especificamente sobre as quatro linhas. Aguardem e confiem. 

QUEM É DESCARADO?

abril 7, 2014

No árido e sábio sertão, aprende-se logo cedo que de cavalo dado não se deve olhar os dentes . Mutatis mutandis (recebam um latinismo na torácica), o mesmo vale para caronas, especialmente nesta província lambuzada de dendê e de exclusão, onde, além de pagarmos a tarifa de taxi mais cara das grandes capitais, ainda sofremos com o pior sistema de transporte coletivo dos 29 continentes.

Diante desta brutal e inexoravelmente opressora situação, não me restou alternativa senão aquiescer quando entrei no carro e percebi que  todos estavam ouvindo os impropérios e as impropriedades comuns nas resenhas esportivas da vida.

Nem pensei em relutar até porque, para quem havia acabado de testemunhar Rodrigo Defendi (sobrenome não é destino) em campo por 90 minutos, um tantinho assim mais de sofrimento poderia ser perfeitamente suportável.

Ledo e Ivo engano.

Com a voz típica dos infames, acostumados a amplificar de modo escrotamente sensacionalista as tragédias cotidianas, o comentarista largou algo mais ou menos assim. “O Bahia já é campeão. O torcedor do Vitória não deve ir a Pituaçu. Quem for é descarado”.

Tais aleotrias, em tom de patacoada, são perfeitamente plausíveis nos comentários radiofônicos desta besta e (ainda) bela Bahia.  O baixo nível aqui já nos proporcionou coisas muito mais vexatórias.

Porém, aquelas vis palavras ditas pelo indigitado assumem uma gravidade assombrosa  se analisada num contexto mais amplo.

Assim que assumiu o comando (?) do Esporte Clube Vitória, Carlos Falcão entregou à empresa do referido sujeito a responsabilidade por promover uma campanha de associação em massa ao Clube. O site que leva o nome do referido, inclusive, até recentemente ostentava um banner enorme, fruto desta parceiragem  (copiraite tiririca pai)  denominada “Corrente Rubro-Negra”.

Pois bem, digo, pois mal. Se já não é de  bom tom este tipo de negociação com radialistas, agora imaginem quando o cara que é contratado para incentivar associações ocupa o microfone para conclamar a torcida a abandonar o time.

Isto é algo devastador. Seria o caso de rompimento de contrato (se é que ele existe), denúncia por prejuízos entre outras atitudes. Na pior das hipóteses, exigir uma retratação pública e/ou não realizar mais nenhum tipo de  negócio com o tal rapaz.

Foi exatamente por estas e outras (muitas outras) que, em uma reunião em que diversos torcedores foram reivindicar democracia, transparência e profissionalismo no Vitória,  eu disse pessoalmente ao atual presidente Carlos Falcão (na ocasião ele era vice de Alexi Portela) a seguinte sentença que transcrevo em caixa alta.

UMA INSTITUIÇÃO DO PORTE DO ESPORTE CLUBE VITÓRIA NÃO PODE SER REFÉM DE  UM RADIALISTA, SEJA ELE BOM OU ORDINÁRIO””.

Mais do que nunca, presidente, esta frase acima continua atual. Aliás, agora, diante de tanta e tamanha desfaçatez, cabe um complemento, em tom de indagação e de indignação. “Quem é descarado?”

Os torcedores Rubro-Negros, em sua ampla maioria, eu tenho certeza que não são.

 

P.S Sobre aquela lambança de ontem na Fonte Nova, falarei depois. Assim como também, após a decisão do próximo domingo, citarei os nomes dos bondosos amigos que me concederam carona. Não faço agora porque tem uma aposta em jogo.