Pois bem.
Na tarde de ontem, passados cerca de 20 anos da (mal) dita Guerra Fria, , o mundo novamente se dividiu em dois. De um lado, os que decidiram acompanhar a insossa peleja envolvendo a Internacionale de Milão x Cheslea. Já a outra metade do pleneta prefiriu prestigiar a batalha do Vitória contra a poderosa agremiação corintiana das Alagoas. Uma verdadeira guerra do fim do mundo.
Aos que acham que hiperbolizo, reproduzo abaixo o fac-simile de um dos portais da internet. Confiram.
Pois muito bem.
Precisei usar de toda a minha catilogência (recebam) para decidir qual peleja acompanhar. Afinal, elenco por elenco, pelo menos na nomeclatura, havia uma igualdade. Enquanto lá na Europa o embate era entre Eto’o x Drogba, aqui a luta seria travada entre dois portentos do ludopédio de Pindorama : Sherek x Chimba. A fórmula de disputa também era idêntica: o glorioso mata-mata. Assim, foi necessário que eu me raciocinasse optar pelo embate nordestino. E a escolha pela disputa no grandioso estádio Nelson Feijó, que comprta quase duas mil almas, se deu porque ali havia um ingrediente fundamental nas grandes e dramáticas batalhas: o sol inclemente para atazanar o juízo dos contedores.
E o primeiro tempo foi algo simplemente indescritível. (Sim, afinal, como descrever um jogo em que nos 45 minutos nenhuma equipe consegue dar um chute sequer à meta adversária?). As duas agremiações se estudavam de forma minuciosa. Na história do esporte, que eu me recorde, estudo tão detalhado do adversário só mesmo aquele entre Cassius Clay x George Foreman, no Zaire, e que Norman Mailer transformou em livro.
Mas, derivo.
O fato é que, na etapa complementar, o alvinegro alagoano jogou pesado. E mandou para o campo de batalha um soldado de la Armada Invencible. O nome da fera: Henrique Guedes da Silva, conhecido na roda do crime como Catanha. O referido precisou de pouco mais de 15 minutos para destroçar a zaga rubro-negra e decidir a partida. Também pudera. O desinfeliz, que começou a carreira no brioso São Cristóvão do Rio de Janeiro, tem em seu currículo o título de maior goleador da Espanha no final da década de 90, além de já ter vestido o manto da Fúria em três partidas. Resumindo: um golpe baixo, pois aí a luta se tornou desigual e injusta.
Porém, muito pior do que suportar toda esta injustiça foi ouvir Ricardo Silva, técnico do Vitória, largar a seguinte em entrevista após a humilhante derrota: “Alguns não entendem quando coloco Vãnderson de terceiro zagueiro. Gosto de jogar assim para não deixar a retarguarda desprotegida”.
Puta qua pariu a imbecilidade!
Ricardo, meu filho, pior do que a tragédia Catanha, só mesmo esta sua explicação tacanha.
Inclusive, quando escutei suas barbaridades, só não pronunciei 859 palavrões nos 26 idiomas que domino porque estava no horário de expediente na repartição e correria o risco de ser convidado a me retirar do trabalho.
Vá matar o DEMÔNHO!