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Uma tragédia Catanha, digo, tacanha

fevereiro 24, 2010
Conforme é de conhecimento da culta população do Vale das Pedrinhas, logo após o final da 2ª Guerra, o mundo ficou dividido em dois. De um lado, postaram os partidários da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Na outra parte do ringue, estavam os seguidores do Pacto de Varsóvia. E esta chibança continuou até o final da década de 80 do século passado, quando derrubaram o Muro de Berlim e a esculhambação continuou imperando do mesmo jeito. 

Pois bem.

Na tarde de ontem, passados cerca de 20 anos da (mal) dita Guerra Fria, , o mundo novamente se dividiu em dois. De um lado, os que decidiram acompanhar a insossa peleja envolvendo a Internacionale de Milão x Cheslea. Já a outra metade do pleneta prefiriu prestigiar a batalha do Vitória contra a poderosa agremiação corintiana das Alagoas. Uma verdadeira guerra do fim do mundo.

Aos que acham que hiperbolizo, reproduzo abaixo o fac-simile de um dos portais da internet. Confiram.

O dia em que o mundo se dividiu novamente

Pois muito bem.

Precisei usar de toda a minha catilogência (recebam) para decidir qual peleja acompanhar. Afinal, elenco por elenco, pelo menos na nomeclatura, havia uma igualdade. Enquanto lá na Europa o embate era entre Eto’o x Drogba, aqui a luta seria travada entre dois portentos do ludopédio de Pindorama : Sherek x Chimba. A fórmula de disputa também era idêntica: o glorioso mata-mata. Assim, foi necessário que eu me raciocinasse optar pelo embate nordestino. E a escolha pela disputa no grandioso estádio Nelson Feijó, que comprta quase duas mil almas, se deu porque ali havia um ingrediente fundamental nas grandes e dramáticas batalhas: o sol inclemente para atazanar o juízo dos contedores.

E o primeiro tempo foi algo simplemente indescritível. (Sim, afinal, como descrever um jogo em que nos 45 minutos nenhuma equipe consegue dar um chute sequer à meta adversária?). As duas agremiações se estudavam de forma minuciosa. Na história do esporte, que eu me recorde, estudo tão detalhado do adversário só mesmo aquele entre Cassius Clay x George Foreman, no Zaire, e que Norman Mailer transformou em livro.

Mas, derivo.

O fato é que, na etapa complementar, o alvinegro alagoano jogou pesado. E mandou para o campo de batalha um soldado de la Armada Invencible. O nome da fera: Henrique Guedes da Silva, conhecido na roda do crime como Catanha. O referido precisou de pouco mais de 15 minutos para destroçar a zaga rubro-negra e decidir a partida. Também pudera. O desinfeliz, que começou a carreira no brioso São Cristóvão do Rio de Janeiro, tem em seu currículo o título de maior goleador da Espanha no final da década de 90, além de já ter vestido o manto da Fúria em três partidas. Resumindo: um golpe baixo, pois aí a luta se tornou desigual e injusta.

Porém, muito pior do que suportar toda esta injustiça foi ouvir Ricardo Silva, técnico do Vitória, largar a seguinte em entrevista após a humilhante derrota: “Alguns não entendem quando coloco Vãnderson de terceiro zagueiro. Gosto de jogar assim para não deixar a retarguarda desprotegida”.

Puta qua pariu a imbecilidade!

Ricardo, meu filho, pior do que a tragédia Catanha, só mesmo esta sua explicação tacanha.

Inclusive, quando escutei suas barbaridades, só não pronunciei 859 palavrões nos 26 idiomas que domino porque estava no horário de expediente na repartição e correria o risco de ser convidado a me retirar do trabalho.

Vá matar o DEMÔNHO!

O Leão Guerreiro contra o Dragão da Maldade

fevereiro 23, 2010

Aí, um analista amigo meu disse que desse jeito eu não vou ser feliz direito.

Tal sentença belchioriana, que emoldura o primeiro e sucinto parágrafo, foi pronunciada pelo sacripanta logo após tomar conhecimento de que este cabeludo e desaparecido locutor cometeria a seguinte decisão: abandonaria a praia, a skol gelada e umas promessas da morena sestrosa para descer a pirambeira rumo a Pituacisvisky e ser testemunha ocular da labuta entre Vitória x Ipitanga sob os eflúvios de meia dúzia de schin quente.

Pois bem.

A verdade que salva e liberta é uma só: Freud e seus discípulos explicam tudo, mas não conseguem compreender o que verdadeiramente importa. Por isso, larguei para o indigitado a seguinte e educada prosopopéia. Ouçam também.

“Ô, bunda de caruru, seguinte é este. A peleja do Rubro-Negro contra a equipe laranja é de crucial importância (é óbvio que nunca diria algo pernóstico e idiota como ‘de crucial importância’, mas já que tá gostoso, deixa, mamãe) para os destinos do ludopédio baiano, de Pindorama e, quiçá, da incompetente e tirânica América Latina”.

Antes que o referido começasse com aquelas objeções típicas de xibungos metidos a intelectual, prossegui minha aula magna, de forma ainda mais cordial.

“Ô, Zé Ruela, preste atenção. O jogo contra o Ipitanga reveste-se da tal ‘crucial importância’ que lhe falei porque está em jogo não somente os três pontos, mas uma luta contra o verdadeiro dragão da maldade do pebolismo nacional”.

– Sêo Françuel, volte a beber. Esta abstinência de dois dias não está lhe fazendo bem. Desde quando o fraco time do Ipitanga é “o dragão da maldade do pebolismo nacional”?, argumentou o desinfeliz.

Mas, de prima, sem deixar a bola quicar no chão, retruquei de modo cortês.

“Ô, sinha disgrama, escute. A miséria do Ipitanga pode ser uma equipe fraca, mas representa um câncer no futebol brasileiro, pois é um time sem torcida, sem origens, não representa uma cidade, não tem alma, não tem nada. É apenas uma invenção de empresários. E, vencer estas injúrias, e vencer bem, significa triunfar sobre esta praga empresarial que infelicita o futebol e, consequentemente, a nação”.

Disse isso e guardei minha carteira. Afinal, é por estas e outras que nunca invisto meu parco dinheiro com analistas e outros hereges desta espécie. Prefiro torrar tudo de canjebrina e com as mocinhas que usam os shortinhos gerasamba.

P.S Aos que estão abismado com o baixo nível da crônica, pergunto o seguinte: Vocês, realmente, acham que este horrendo campeonato baiano merece coisa melhor?

O Cabeludo tava enojando o baba

fevereiro 19, 2010

Por Benjamin  José,  O Puliça

Seguinte é este:

E eis que, depois das chibanças momescas, finalmente começou 2010 na velha e ordinária Província Mangabeirana. Assim, nada melhor para  iniciar o ano do que sacudir as cinzas e assistir a uma partida do Valerão/2010 no estádio de Pituaçivys (É óbvio que não vou vacilar diante da maledicência de vocês, hereges) 

Com esse pensamento, apalavrei (sim, apalavrei, não combinei porque na minha terra homem tem palavra e quem combina é xibungo) com Sêo Françuel para, na noite de ontem, na praça de veraneio do Leão conferir se o rebain de miséria comandado por Ricardo Silva aprendeu alguma coreografia carnavalesca que pudesse mudar o (baixo) nível da equipe ( se bem que em matéria de nível não há nada para se aprender no Carnaval).

Pois bem.

Fiquei à espera de Godot, digo de Seu Françuel, mas nada do cabeludo aparecer. Depois de um árduo processo investigativo policialesco, descubro que o indigitado ainda estava no trabalho. Estranhei o fato porque sempre pensei que, pela produtividade da Assembléia Legislativa da Bahia, onde ele bate cartão, ninguém trabalhava naquela nobre, egrégia e augusta Casa.

Como o sujeito é avesso a tecnologia e não usa celular, resolvi então passar na sede do Palácio Deputado Estadual e Federal Luís Eduardo Magalhães  para ver se era verdade ou se ele aplicou um caô na comadre, pegou um vale night e saiu para tomar umas canjebrinas e relaxar na bica com alguma piriguete que conheceu no carnaval.

Uma vez lá, encontrei o dito realmente trabalhando e, percebendo meu espanto, foi logo explicando que uma vez no ano, quando tem início os trabalhos (sic) do Legislativo, ele tem de trabalhar e que por isso não poderia cumprir o religioso compromisso de orientar o time.

Assim, passou-me então a incumbência de ir sozinho ajudar Ricardo Silva a comandar o baba. Antes de me dirigir ao estádio, o locutor das multidões me deu um litro de cepacol, recomendando que o levasse porque sem ele, de tanto gritar para Bida acordar e Berola tocar a bola, a garganta não agüentaria.

Munido do milagroso medicamento segui meu destino e vi um estádio vazio, provavelmente porque parte da torcida do Leão ainda estava de ressaca e a do Fluminense ficou em Feira arrumando as coisas para a micareta.

Ô, bahiazinha sem governo  nem oposição.

Ainda assim não tive muito trabalho porque o time, mesmo não jogando o fino, mostrou alguma evolução e ganhou por 3 x 1.   E isso apesar de Sherek,  de Viáfara implorar para ser expulso e da zaga dar feriado e tomar um gol ridículo.

Pois muito bem.

Quando já saia do estádio com a convicção de que o time havia melhorado por causa dos treinamentos no Carnaval, encontrei com a Moça do Shortinho Gera Samba que foi logo me dizendo: “Sêo Puliça, viu aí ? Foi só Françuel não vir azuar que o time jogou bem. A verdade que salva e liberta é uma só: O   CABELUDO ERA QUEM TAVA ENOJANDO O BABA

Como não gosto de discutir futebol com mulher, concordei e, na base do beijo e do amor, fui comemorar a vitória do Leão com a referida ao ritmo do reboletion, tion, tion . ..

Mesmo enebriado com o shortinho da moça e com outras mumunhas, ainda consegui ouvir o novo Hit que vai gerar nas micaretas, festas de largo e no próximo Carnaval. Ouçam também.

FICA EM CASA , FRANÇUEl – E  NÃO ENOJE MEU BABA (repete 658 vezes)

Saudações Leoninas !!!

P.S Texto escrito por Benjamin José, O Puliça, e psicografado por Franciel Cruz (Credo), que também atende por Butragueño do Norte e Nordeste de Amaralina, cidadão que, embora trabalhe num ambiente com gente de comportamento não muito recomendável e nem muito salutar, é gente boa.

Os admiradores corrompem

fevereiro 7, 2010

Por Benjamin José*

Seguinte é este.

Na última quarta-feira, estive no Estádio Negopolitano de Pituaçu (sem rima, hereges pervertidos), cujo campo é um misto de espaço para a prática de futebol e de beach soccer, para ajudar a conter um possível confronto entre os 4.055 torcedores do Vitória e o motorista do ônibus do Feirense, que aproveitou a viagem e foi torcer pelo couver do River Plate/Seleção da Holanda, totalizando um púbico de 4.056 heróis. Sim, heróis, porque só com super poderes para aguentar os maus tratos dados à bola pelos bandos que corriam no campo (sic).

Felizmente, as torcidas rivais estavam em paz (4.055 x 1) e deu para apreciar a pelada vencida pelo Leão por um placar que já diz o que foi o jogo: 1 x 0 com gol de zagueiro. Para minha surpresa, quando Ricardo Silva finalmente percebeu que o Vitória estava com um a menos, já que Bida entrou em campo, mas não jogou, e processou a devida substituição ouvi aplausos da torcida. Então, veio a grande dúvida: será que os aplausos eram para o treinador, que finalmente percebeu que Bida nada jogava, ou para o sonolento jogador que saia de campo ? Foi quando inacreditavelmente ouvi algumas viúvas gritarem: Bidane, Bidane!!! Então saquei da cachola uma palavra da salvação proferida por Nélson Rodrigues, que, além de tarado e escritor de pornochanchada, entendia alguma coisa do riscado: “A grande vaia é mil vezes mais forte, mais poderosa, mais nobre do que a grande apoteose. Os admiradores corrompem”.

Ora, essa frase se adéqua perfeitamente ao caso, isso porque o menino Bida, que foi enganado quando lhe disseram que era atacante, ainda no inferno da terceirona, foi corrigido por Mauro Fernandes (que Deus o tenha) e passou a jogar de volante e fez até uma partidas maizomenos, até que resolveram apelidá-lo de Bidane e o rapaz passou a desfilar em campo, sendo, desse modo, corrompido pelos seus admiradores.

Mas, pernas de pau à parte, vale lembrar que entre os torcedores que compareceram para assistir ao baba pude distinguir a figura ímpar de Sêo Françuel, que, vestido com sua indefectível camisa retrô, seu esvoaçante penteado de Sônia Braga, um vidro de Cepacol numa mão e uma cerveja na outra, ajudava Ricardo Silva a orientar o time. Perguntei então ao locutor das multidões se a cerveja não cortaria o efeito do Cepacol e ele então me respondeu que o melhor acontecimento do ano da graça de 2010 até aqui foi da juíza Dra. Lígia Maria Ramos Cunha Lima, merecedora do Prêmio Nobel do bom senso, que concedeu uma liminar liberando a bebida alcoólica nos estádios porque com o (baixo) nível das partidas do “Valerão/2010”, “de cara” não dá para agüentar.

“Só aumentando o teor de canjebrina”, disse, dirigindo-se novamente ao bar.

Palavras da salvação !!! Ô Grória !!!

Saudações Leoninas !!!

* Benjamin José é puliça e rubro-negro.

A propósito, na última quarta-feira, ele não estava com o manto sagrado, mas sim com a farda. E, como num quero conta com os homens da lei, quando o referido me abordou no estádio, além da cerveja, eu estava com um produto não permitido pela Carta Magna – e avisei logo: “Se o senhor achou é esta bagana, doutor, é sua. A gente não vai brigar por causa de uma besteira desta”.

Erro crasso da arbitragem

fevereiro 1, 2010

Antigamente as coisas eram muito piores, mas depois foram piorando, piorando…”

Pois muito bem, amigos ouvintes. Em verdade vos asseguro. Não existe na história de Pindorama nenhuma boutade (receba e matem na caixa torácica) que defina tão bem o atual estágio do futebol baiano quanto esta acima do menino Paulo Mendes Campos. Realmente, “Antigamente as coisas eram muito piores, mas depois foram piorando, piorando…”.

E digo isso com a autoridade de quem tem o couro curtido em mais de três décadas de labuta nas quatro linhas e nas arquibancadas. E lhes garanto que nunca, neste longo período ( nem mesmo no tempo em que passava as tardes no cimento da velha Fonte assistindo à divisão de acesso com jogos das poderosas equipes Estrela de Março e Redenção de Brotas), eu presenciei jogos tão ordinários quanto os deste Baianão do ano da graça de 2010.

Putaque pariu a falta de habilidade!

Aliás, depois de me raciocinar todo, cheguei à conclusão de que, por incrível que pareça, existe algo ainda pior do que o nível técnico deste torneio lambuzado de dendê: A (falta) de nível dos comentaristas da Rede Record, emissora que transmite a peleja.

Puta que pariu a imbecilidade!

Como é que a puliça permite que Varela, Preto e companhia ilimitada falem tantas sandices e ainda continuem soltos? Sinceramente, não consigo compreender. Eles deveriam estar no xilindró por exercício ilegal da profissão, afinal conhecem de futebol o mesmo que Cascão entende de pólo aquático. Porra de nada.

O mais grave, porém, é quando enveredam por outras searas. E ontem, na partida entre Fluminense x Vitória, eles acharam de implicar com o árbitro. Na verdade, formularam uma teoria de que o homem de preto torcia para o Leão – o que era uma dedução completamente ilógica, fora da realidade, já que o sacana do apito só fez prejudicar o Vitória.

Sim, amigos, prejudicar, porque se o juiz tivesse o mínimo de simpatia pelo Rubro-negro teria expulsado logo Vilson no início do jogo e nos impedido de presenciar a partida mais bisonha já feita por um zagueiro da equipe desde a época de, sei lá, Rubão.

Que loucura futebol, clube  e regatas.

Era Vilson dando botinada nos jogadores e no vento e o árbitro escroto assistindo a tudo passivamente, sem tomar as devidas providências.

E quais seriam?

Ora, se ele gostasse mesmo do Vitória, nem um pouquinho que fosse, teria não só expulsado o referido zagueiro, mas colocado na súmula para bani-lo do futebol. Era o mínimo aceitável.

E ainda vem Sêo Varela dizer que o homem beneficiou o Vitória.

Ora, ora e ora. Me faça um caldo de cana contaminado, por favor, se é pra ver se eu fico dopado e consigo encarar este campeonato até o final.