Archive for maio \31\+00:00 2013

Não creio em superstição, mas …

maio 31, 2013

Contrariando minha religião, que recomenda obsequioso silêncio antes dos momentos sagrados, decidi falar na véspera do jogo contra o Náutico.

O pronunciamento foi breve – tempo suficiente apenas para a seguinte orientação: o time atual do Vitória deveria se espelhar no Brinquedo Assassino de 1993 e “jogar com autoridade” no sempre tenebroso Estádio dos Aflitos.

Pois muito bem.

Os jogadores do Leão entraram em campo na última quarta-feira com gosto de querosene, sem tomar conhecimento de quaisquer assombrações.

Ainda não está comprovado cinetificamente se a atuação soberba do Rubro-negro ocorreu por conta da prosopopeia que larguei aqui. Porém, pelo sim e pelo não, volto a romper o silêncio e relembro outra peleja ESPETACULAR também da década de 1990. Exatamente no ano da graça de 1999, contra o adversário deste sábado, o tinhoso Vasco da Gama, o Leão protagonizou um dos momentos mais espetaculares da história do Ludopédio nos 18 continentes.

Então, é isso. Uma vez mais mando o linque com os melhores os melhores momentos de mais uma inolvidável epopeia, pois não se altera supertição que está dando certo.

Agora, é torcer para que aquele espírito de superação de 1999 contagie os sacanas que entrarão em campo neste sábado. Recebam.

 

FIAT LUX

maio 30, 2013

É automático. Não importa o adversário. Basta o Vitória brocar o primeiro gol numa peleja qualquer – e este angustiado locutor saca logo do coldre o inexorável Cepacol, gritando em 18 idiomas: “DESLIGA O REFLETOR, DISGRAMA”.

Este brado retumbante de galhofa e desespero (sim, no Leão, galhofa e desespero convivem de modo harmônico) é uma espécie de antídoto contra as traquinagens que por (des) ventura o Rubro-Negro venha a aprontar logo em seguida. E como apronta. Minhas maltratadas pontes de safenas (ainda) estão aqui para não me deixar mentir.

E quando o jogo é fora de casa, então, ave maria, pai nosso três mil vezes, bato na madeira, banho de folha de arruda e ajoelho imediatamente no genuflexório, implorando ao santo operador do sistema nacional de energia elétrica que providencie logo mais um apagão geral, um blecaute, um corte em todas as linhas de transmissão das usinas hidrelétricas, termelétricas e do caralho aquático. “DESLIGA TUDO, PORRA!!!”

Mas, agora, neste MOMENTO EMOCIONAL, respiro e  informo: Ontem foi diferente.

Logo cedo, contrariando minha religião, saí do obsequioso silêncio e, num ato de quase soberba, fiz questão de relembrar e registrar aqui nesta impoluta tribuna o último triunfo do Vitória pelo Brasileirão no sempre assustador (em todos os sentidos) estádio dos Aflitos. Tal glória havia ocorrido no longínquo e inolvidável ano da graça de 1993 – época em que o medo não habitava os corações Rubro-negros. Naquele tempo só existiam espaços para a loucura, psicopatia, caos e esperança.

E foram todos estes insanos sentimentos que se repetiram na noite de ontem no sempre assustador estádio dos Aflitos.

É fato que a peleja começou tensa. O menino Gabriel (Gabriel, Gabriel, olhe sua vida) inventou de sair jogando a la Luís Pereira e quase entrega a rapadura. Porém, nem mesmo no tradicional vacilo de nosso zagueiro fiquei agoniado. Não que eu queria posar de profeta (até porque não combina com minha incurável modéstia), mas o fato é que já antevia, tinha uma inconsequente certeza de que haveria repetição de 1993. 20 anos esta noite. (Aos descrentes, recomendo clicar neste LINQUE do texto anterior).

No entanto, devo confessar que o soneto saiu melhor do que a merenda (ou coisa que o valha. Nunca fui bom em metáforas). O fato é que aos 12 minutos, MAXI BIANCUCCHI (deixa tudo em caixa alta, revisor sacana) dominou a criança na coxa e, com a convicção dos predestinados, mandou a menina  cochilar no canto esquerdo do barbante.  Nem mesmo a sequência de gols perdidos abalou minha fé.

Já havia se feito a luz e o espírito de Deus se movia sobre a face das águas. Desculpem-me o apelo à imagem divina, mas é que não consigo vislumbrar outra coisa para explicar aquele golaço do menino Edson Sidney Magal no apagar dos refletores do primeiro tempo. Ao testemunhar aquela obra-prima, tal e qual um Goethe do Sertão nos seus últimos momentos, balbuciei em castiço alemão: “Licht, mehr licht”.

E, na segunda etapa, o impossível aconteceu: fez-se luz, mais luz, como queria o poeta germânico.

Menos de cinco minutos de bola rolando, e MAXI BIANCUCCHI (não ouse profanar este nome santo, revisor fidumaégua) guarda o segundo dele – não sem antes entortar a cervical do zagueiro pernambucano. Aliás, se em Recífilis não existir ortopedistas gabaritados, depois daquele nó, o referido atleta ficará inutilizado para a prática do ludopédio.

Pois muito bem.

Apesar da ampla vantagem no placar, os marcadores do Vitória continuaram fuçando no cangote dos adversários. Corriam para a bola com a mesma disposição que um servente de pedreiro vai num prato de comida depois de 18 horas de labuta. Na meiúca, a cadência bonita do samba. Já na zona do agrião, os atacantes mesmo sem a volúpia inicial continuavam infernizando a frágil defesa do Timbivisky (Vá fazer rima na casa da zorra).

Enfim. Uma partida que deve ficar guardada na memória de todos os torcedores, mas que não pode ir apenas habitar o arquivo. Deve ser sempre reprisada antes dos jogos para que todos se lembrem, ad infinitum, como é que se faz a luz.

É assim que se faz

maio 29, 2013

Há coisa de 20 anos, na inolvidável campanha de 1993, o Vitória brocava o Náutico nos Aflitos pela última vez valendo pelo Brasileirão. É fato que depois disso, o Leão ganhou também lá em recífilis pela Copa do Brasil. Porém, nesta última ocasião foi num sufoco dos 600 DEMÔNHOS.

Este triunfo de 1993, que vai no linque abaixo, é emblemático porque o Vitória jogou com autoridade, meteu dois e poderia ter brocado de mais.

Então, é isso. Inspirar-se no Brinquedo Assassino e descer a madeira sem dó nem piedade.

httpv://www.youtube.com/watch?v=R2BDHPdGWSY

Felicianão começa sob o signo da promiscuidade*

maio 28, 2013

O calendário divulgado pela CBF garantia que a principal competição de Pindorama começaria oficialmente às 18h30 do dia 25 de maio, também conhecido como sábado. Porém, como a tabela da impoluta confederação tem uma maleabilidade semelhante à de políticos peemedebistas negociando ministérios, resolvi abdicar da tradicional chibança de sexta-cheira à noite e prostrei-me de joelho em frente à TV na noite anterior para evitar quaisquer contratempos. (Mentira. Acompanhei o início da Segundona porque ainda não me acostumei com a nova POSIÇÃO SOCIAL do Esporte Clube Vitória).

Mas, valeu a galinha inteira. Que início, senhores. Além do antológico gol de peixinho do arqueiro do Oeste de Itápolis, nas sempre inconsequentes prorrogações, ainda fui testemunha da épica batalha entre Asa 1 x 1 Paissandivisky.

De um lado do front em Paragominas estava Ricardo Silva (ex-técnico do Leão), que, mantendo-se fiel à sua fama de mau e de retranqueiro, sacou logo o artilheiro Leo Gamalho para não correr qualquer risco de começar o campeonato com um triunfo. Porém, seu esforço foi inútil. Era quase impossível perder para um time que tem Eduardo Ramos (também ex-Vitória) como camisa 10.

Para que vossências tenham idéia do nível da peleja, basta destacar que o principal jogador em campo foi o arisco Yago Pikachivisky, o Terror do Papão, que corria pela lateral tão desembestado quanto o saudoso vascaíno Maricá sob as ordens do delegado Antônio Lopes.

Uma glória só. Mas, chega de folclore – até porque todos já sabem que a primeira rodada do Dilmão do B terminou com as três equipes de Santa Catarina entre os quatro primeiros e o Palmeiras liderando a disputa pelo 7º lugar.

Vamos, então, falar logo de jangada que é pau que bóia.

Seguinte. Com a autoridade de quem ocupa a honrosa 138º colocação no claudicante BOLÃO DO IMPEDIMENTO, lecionarei sobre o que efetivamente ocorreu na primeira rodada do FELICIANÃO.

O Criciúma, como já era previsto, está numa briga renhida com o Cruzeiro pela liderança. Perde para a equipe Celeste apenas no saldo de gols. É fato que, se o regulamento fosse justo, o Tigre catarinense deveria sofrer uma punição, voltar umas 12 casas e cair para a 14ª posição por levar gol do frágil Bahia. É uma derrapagem inadmissível para um time que almeja a Sula Miranda.

Epa, rebobina a fita, motô.

Na noite de sábado, o outro representante da terra de Carlinhos Brown recebeu o Internacional de Dunga. E o técnico colorado confirmou, uma vez mais, o axioma de Luís Fernando Veríssimo de que “não consegue entender a vida sem dificuldades”. Assim, decidiu transformar um jogo fácil numa epopéia.

A verdade, amigos de infortúnios, é que, pela flagrante superioridade, a equipe gaúcha poderia ter brocado por, sei lá, 15 x 2. Porém, o Internacional começou o jogo mais despreocupado do que Arnaldo Antes fazendo poesia. E o precoce Maxi Biancucchi, que num tem tempo a perder com as firulas concreto-tribalistas, aproveitou o passe de Escudero e deu uma tamancada no ângulo antes do ponteiro completar a segunda volta.

Menos de 10 minutos depois, Renato Cajá manda a criança para a zona do agrião e Gabriel só tem o trabalho de triscar no cocuruto e deslocar o goleiro Agenor. (A-g-e-n-o-r? Francamente. Um time que inicia um campeonato com um goleiro com um nome desse…Se fosse antigamente, ainda poderia até ser um sambista. Mas, hoje em dia, Agenor é, no máximo, nome de garçom. Ô, Agenor, traz a conta aê).

Por falar em garçom, o menino Fred cumpriu este papel com galhardia. Na FAIXA ETÁRIA dos 38 minutos e 43 segundos, ele driblou 18 zagueiros do Rubro-negro e deixou Forlan com a obrigação de apenas mandar para o barbante. Duas doses depois, foi o próprio Fred que saiu do balcão e apareceu na cara de Wilson (tem nome de goleiro, mas num agarra porra de nada), decretando o fim da partida. Com 2 x 2 no placar, as equipes apenas ficaram naquela tradicional e improdutiva dança de rato até o apito final do sacana de preto que, como sói ocorrer, estava com uma vontade da zorra de enojar o baba.

No mesmo horário, no Rio de Janeiro, acontecia a primeira zebra da rodada, com o Vasco ganhando da Portuguesa por 1 x 0, meio gol de Tenório, que contou com o auxílio pernicioso do goleiro Glédson. (Independentemente de quem jogou melhor, era para o clássico lusitano ter terminado 3 x 3, conforme a previsão que fiz no BOLÃO, atendendo recomendações do conselho de sábios do Impedimento). Ainda no sábado à noite, Seedorf fez um salseiro no Pacaembu. Mais uma vez, o Corinthians foi salvo por Paulinho.

Sobre a rodada de domingo, silenciarei, obedecendo às determinações das redes de TVs que decretaram luto nacional por conta do episódio envolvendo um jovem atleta do Santos. Como a obrigação de todo brasileiro era chorar, preferi verter lágrimas no cinema, vendo o drama canadense “O que traz boas novas”.

* Prospopéia rabiscada especialmente para o brioso IMPEDIMENTO

Os mondragons que atrapalham nosso caminho

maio 24, 2013

Desde o ano da graça de 2003, quando foi instituído o sistema de pontos corridos, as chances que os times da periferia do Ludopédio têm de levantar a taça da principal competição de Pindorama são semelhantes às que um projeto liderado por marqueteiro têm de democratizar o futebol num clube qualquer. Ou seja: podem até fazer uma zuada aqui e ali, mas, na hora JOTA, sempre falará mais alto a força do vil metal dos poderosos.

A situação de exclusão no futebol brasileiro chegou a um nível tal que, nestes últimos 10 anos, apenas o Atlético do Paraná, em 2004, e o Goiás,  no ano seguinte, conseguiram romper o cordão de isolamento e terminar a competição entre os quatro primeiros. Porém, de 2005 até agora todos os outros clubes fora do eixo SP/RJ/MG/RS foram barrados no baile. E mais. Excetuando-se o primeiro ano deste novo sistema, quando o Cruzeiro botou a mão no caneco, os outros noves troféus foram levantados apenas por equipes da ponte aérea Rio-São Paulo.

Portanto, está claro que, diante da impossibilidade de batalharmos de igual pra igual pela conquista do Brasileirão, deveríamos gastar nossas energias na luta pela democrática Copa do Brasil.

Isto é óbvio ululante, certo? Não para os dirigentes de nossas maltratadas agremiações.  Eles fingem não enxergar o que é evidente e insistem em contrariar a lógica.

Em todo o decorrer destes tempos temerários, nenhuma vez o Esporte Clube Vitória priorizou a referida competição. Ao contrário. Sempre deixou para armar o time no crepúsculo do primeiro semestre quando deveria formá-lo no início do ano. E até mesmo a chegada à final de 2010 pode ser creditada muito mais a um acidente de percurso do que a algo programado, planejado.

Contudo, neste ano da graça de 2013, parecia que a diretoria havia acordado. (Sim, não é por causa do fracasso diante do Salgueiro que vou achar que o atual time é uma ruína. Não, não é. Precisa de reforços pontuais, mas tem uma base razoável).  Então, onde está o erro fundamental? Exatamente na falta de prioridade da Copa do Brasil, quando deveria ser exatamente o oposto.

Sim, amigos de infortúnios, o Leão foi eliminado pelo Salgueiro não apenas porque mondregon (ou coisa que o valha) estava numa noite inspirada. Nero ar. A derrocada começou quando o técnico, com o aval da diretoria, mandou um time reserva para o sertão de Pernambuco, esnobando o adversário e sem dar a devida importância a esta competição que deve ser nossa prioridade absoluta. É fato que o Vitória poderia ter perdido lá e cá jogando com os titulares, é do jogo. O que o Vitória não poderia de forma alguma era menosprezar a Copa em detrimento de um campeonato baiano que já estava decidido.

Isto é estupidamente inadmissível.

Fica parecendo aquele Zé Ruela que passa o tempo todo sonhando em passear com Scarlett Johansson em Veneza e deixa de correr atrás da Moça do Shortinho Gerasamba aqui no aprazível e pacato Nordeste de Amaralina. No final, morre donzelo e bota em culpa nos fantasmas mondragons da vida, que outrora já foi Cícero Ramalho, uma espécie de Cabanãs do Ageste, atacante com muitos anos e quilos acima do recomendável…

Mas, derivo. E volto logo para encerrar dizendo que os verdadeiros  mondragons que atravancam nosso caminho não são goleiros nem atacantes de times periféricos, mas sim os cartolas Rubro-negros – tanto os de antanho, da época em que tomamos chapuletada do Baraúnas dentro de Casa, quanto os atuais- , que insistem em zombar do óbvio.

Depois, ainda vão para as rádios da vida com os peitos moles dizendo que são virgens e que São Antônio lhes enganou.  Hômi, quá; sinhô, me deixe, viu!!!

P.S Para não dizer que não falei do mordomo, furto o filósofo Fábio Jr. e pergunto ao técnico  Caio Jr. “O que há que há? O que é que está se passando com esta cabeça para, com menos de 10 minutos, gastar uma substituição num jogo decisivo colocando um lateral (?) como Marcos que, além de ser fraco tecnicamente, estava de molho fazia num sei quantos dias?”.    

Chorar aos pés do caboclo ou reclamar ao bispo Sardinha

maio 22, 2013

Por Marcelo Torres*

Aqui da capital federal, olhando para o fuzuê que acontece lá na primeira capital, vou puxar a brasa para a minha Bahia, ou melhor, vou puxar Brasília para a minha sardinha.

Foi o treinador Joel Santana, o dito Papai Joel, quem botou o apelido de “Sardinha” no Bahia. Portanto, o apelido não é de minha autoria, mas sim de um ex-funcionário deles.

Certa feita, entrevistado no SporTV, ao lhe perguntarem se treinaria o Bahia, ele respondeu: “Não, eu não quero Sardinha. Quero treinar time grande. Sardinha não!”

Depois disso, veja só que beleza de Creuza: ele foi contratado duas vezes para treinar a Sardinha, ou melhor, o Baêa. Por isso, o nome do clube ficou este: “Sardinha”.

E lá vou eu gritando assim: “Bora, Sardinha, minha porrinha”. Posso também suplicar: “Devolvam minha Sardinha”. Ou assim: “Sardinha pouca, meu Leão primeiro”.

Tricolores fazem romaria até o Campo Grande para chorar aos pés do caboclo. Deveriam reclamar ao bispo, digo aos pés do monumento ao primeiro bispo do Brasil.

Dom Pero Sardinha foi o primeiro bispo do Brasil. Foi devorado pelos índios caetés, quando o barco naufragou no litoral de Alagoas, em 1556.

Tornava-se, assim, a primeira sardinha comida, degustada, deglutida, devorada por estas bandas. A desgraçada ironia é que o bispo devorado nascera em Évora, Portugal.

Évora, a cidade onde há uma capela construída apenas com ossos, e em cuja entrada está escrito o seguinte: “Nós ossos que aqui estamos pelos vossos esperamos”.

Voltando ao bispo, reza a lenda que, enquanto era comido, Sardinha xingava os índios: “Seus canibais! Seus animais!” E os índios se animavam mais ainda.

Então, viva seu Oswald de Andrade, que em Piratininga, 374 anos após a degustação do bispo Sardinha, escreveu o Manifesto Antropofágico.

E mais: 443 anos após a deglutição de Sardinha, Ivete Sangalo, que é fiel torcedora do Vitória, fez uma música que dizia: “sonhava com um índio que me desse alegria”.

E esse índio apareceu no Vitória, um atacante chamado Índio, um cruel canibal que fez um caminhão de gols no Bahia, em especial no último Ba-Vi da velha Fonte Nova.

Pois o monumento ao bispo Sardinha fica ali no Pelourinho. E já que eles não vão, eu vou lá reclamar ao bispo: “Devolva minha Sardinha”. “Devolva meu rival”.

Rindo cá, dá vontade de dizer a eles: “Cadê Osório Vilas Boas? Chamem o Osório! Por onde aquele pecador confesso? Acaso estará comprando títulos no inferno?”

Osório morreu, e deixou o livro “Futebol: paixão e catimba”, no qual conta “façanhas”, que deixariam Marcelo Pai e Marcelo Filho no chinelo.

E cadê o macumbeiro-mor Lourinho, meu Senhor do Bonfim, onde está que não responde? Em que beco, em que encruzilhada, em que trave ele se esconde?

E por que não chamam Paulo Maracajá? Aquele, sim, é que foi presidente! Com ele, o Baêa ganhou a Copa União de 88. Ele virava a mesa e pronto! Morreu Maria Preá!

Chamem Lourinho, e aquele anãozinho, e também Paulo Maracajá! Chamem logo, pois a Série B já gritou para a Série A: “Devolva meu Baêa” ( Baêa é com B = Série B).

E o que fazer com Tiririca pai, o Tiriricão? E o que fazer com este Tiririca Júnior, o Tiririquinha? Perto de Maracajá e Osório, os Tiriricas não passam de dois palhaços.

Nada de ir chorar aos pés do caboclo. Eu vou reclamar ao bispo lá no Pelô. Devolva meu Osório! Devolva meu Maracajá! Devolva a porrinha da minha Sardinha!

* É jornalista e Rubro-Negro. 

Rubro-negro, este incurável inconformado*

maio 21, 2013

E no instante decisivo, da consagração da trepada homérica, sempre vem o coitus interruptus.

Apesar de a frase acima se encaixar toda, até o talo, na boca destes depravados de folhetim, a la ThallesgostoGomes, a referida boutade (recebam) é da própria AUTONOMIA deste pudico locutor.

Sim, amigos de infortúnios, é óbvio que, caso eu fosse mais leviano, poderia sacar do coldre as inconsequentes pretensões líricas e recorrer, por exemplo, àquela surrada prosopopéia de que ‘glórias contínuas não interessam ao Esporte Clube Vitória, pois somos diplomados em matéria de sofrer’.

Porém, a verdade, esta menina traquina, é que diante das peripécias do Leão fica praticamente impossível abdicar do auxílio luxuoso das sacanagens & outras simbologias imagéticas sexuais (seja lá que porra isto signifique).

Ok, ok, eu devia estar contente porque (ainda) tenho um emprego, sou um dito cidadão (quase) respeitável e meu time conquistou o mais tranquilo campeonato dos 18 últimos séculos. Contudo, uma vez mais, confesso abestalhado que não estou decepcionado porque o Vitória nunca abandona este estranho prazer de me fuder sadicamente.

(PUTAQUEPARIU A BESTIALIDADE!!!)

Pior. Burro velho, já devia saber que pau que nasce torto vira berimbau – mas torcedor é um bicho teimoso. Teimoso e esperançoso. Assim, acreditei até o último segundo que a justiça seria feita, que o Vitória brocaria o Bahia, carimbaria o quarto triunfo consecutivo nos BaVis e iria coroar a merecida glória. Mas, quá.

Mais uma vez, apesar da importante conquista, saí do Parque Sócio Ambiental, Santuário Ecológico Manoel Barradas, o Monumental Barradão, com um pedaço daquele gosto amargo de bota de sargento no canto da boca.

Como é que porra o Vitória num broca aquele time fraco? Ora, assim, ó. Fica o jogo todo naquela espinha mole, tão malemolente quanto Ferry Boat em dia de maré vazante, aí, quando faltam menos de cinco minutos para o término da peleja, a chance fatal aparece. Dois atacantes e apenas um goleiro. Agora, vai. Porém, Marquinhos, o sacana franzinometido a gênio, cara a cara com a zona do agrião, em vez de mandar logo a criança para o barbante, inventa de querer fazer um gol de placa, cobrindo o goleiro.

VÁ MATAR A MÃE DO DEMÔNHO!!! Um sacana deste só pode ter sociedade com o instituto cárdio-pulmonar para querer lenhar as pontes de safenas de meia Bahia e de uma banda de Sergipe.

E o mais desgraçadamente tragicômico desta chibança é que tal procedimento é uma regra.

Desde que assumiu a hegemonia do futebol baiano, há coisa de 20 anos e 14 títulos, apenas DUAS vezes o Vitória afogou a sardinha (desculpe-me a flauta, mas preciso dela pra sobreviver) no confronto final no Barradão.

E, como diria aquele roteirista de novela mexicana, vejam o que é a força do destino. O último cara que quis subverter esta (mal) dita ordem teve como recompensa o anonimato. Como assim? Assim, ó. No ano da graça de 2004, o menino Arivélton Santana de Sá resolveu encarar esta maldição e lascou o tricolor em banda na última e decisiva partida.

Pois muito bem, digo, pois muito mal.

O referido matador ainda nem completou 30 anos (nasceu em 20 de junho de 1984) e já sumiu do Google maps. Num tem cão farejador que o encontre nem nos mais obscenos recônditos da Internet.

Depois de séculos de pesquisas na rede mundial de computadores, descobre-se que em 2007 ele estava no Campinense da Paraíba. Ah, sim. Se você é um tarado obcecado por inutilidades, saberá também que nosso anti-herói conquistou, em 2011, o direito de não mais dirigir por conta de infrações no trânsito, conforme está sacramentado no EDITAL DE NOTIFICAÇÃO N° 007/2011 daquele impoluto órgão.

No entanto, antes que me esqueça, informo logo que todos estes prolegômenos servem apenas para reforçar a fama de que o torcedor do Leão é, antes de tudo, um irresignado radical, naquele sentido clássico estabelecido por Fernando Pessoa.  Às aspas, maestro.

Conformar-se é submeter-se e vencer é conformar-se, ser vencido. Por isso toda a vitória é uma grosseria. Os vencedores perdem sempre todas as qualidades de desalento com o presente que os levaram à luta que lhes deu a vitória. Ficam satisfeitos, e satisfeito só pode estar aquele que se conforma, que não tem a mentalidade do vencedor. Vence só quem nunca consegue”.

E foi exatamente guiado por estes sábios ensinamentos que os cultos 30 mil Rubro-Negros enfrentaram o temporal, ingresso caro, esqueceram o troféu malamanhado de 45kg, a nefasta fragilidade do adversário e o caralho aquático para cumprir o destino de nunca se conformar.

É isso. Continuamos caminhando e cantando, mas nunca seguindo a besta canção. Estamos sempre desafiando o coro dos contentes: vibrando, comemorando – e protestando.

E que venha logo o Salgueiro, pois já estamos cansados de bater em time pequeno.

* Texto escrito especialmente para o brioso IMPEDIMENTO

O Vitória enfrenta hoje seu pior inimigo*

maio 19, 2013

O jogo deste domingo no Parque Sócio Ambiental, Santuário Ecológico Manoel Barradas, o Monumental Barradão, ficará registrado na história do ludopédio desta província lambuzada de dendê e oportunismo como um dos mais complicados de todos os tempos. Será uma peleja extremamente disputada.

Os incautos podem argumentar, não sem razão, que o Esporte Clube Vitória já está com as mãos na taça. O problema é que neste domingo estará em jogo algo muito maior do que a conquista de uma competição, pois o Leão enfrentará um adversário extremamente difícil.

Aquela senhora ali no canto da sala, que finge não estar se importando com nada, deve agora pensar que as canjebrinas e outras substâncias não recomendadas pela Carta Magna acabaram de deteriorar a parca catilogência deste locutor. Contudo, minha comadre, em verdade lhe digo e repito: O Leão hoje vai ter que enfrentar e superar um adversário extremamente difícil, um dos mais terríveis de toda a sua vida.

Para encerrar o suspense, informo logo que o tal inimigo tratado nos parágrafos anteriores não tem nada a ver com o time da Região Metropolitana de Salvador. Este daí, coitado, perdeu o direito de ser considerado rival desde que abdicou da HOMBRIDADE e resolveu assassinar o Clássico com requintes de pusilanimidade, conforme já ensinei em outra homilia. 

Ah, sim, faz-se mister também esclarecer que o terrível adversário que o Vitória vai enfrentar de hoje em diante não é esta tenebrosa aliança que uniu empreiteiros, marqueteiros, o TRE, o pefelê e o petê.  Esta banda (quase escrevi bando) da sociedade se juntou apenas para iludir Zé ruelas que gostam de viver incutidos. Afinal, só incutido para acreditar numa campanha pela democracia feita às pressas, de modo intrafemural (isto é, nas coxas). E mais. Falam em nome democracia, porém, contraditoriamente,  lançaram o projeto naquele templo que atualmente, sob o domínio de uma marca de cerveja, simboliza exatamente o oposto: a elitização e exclusão do futebol. (Quem quiser saber mais sobre o assunto, leia o texto de Pedro Caribé AQUI, Ó).

Mas, chega. Com esta inflação galopante, num é nem recomendável gastar SETE velas com defunto ruim.

Vamos, portanto, falar de jangada, que é pau que bóia.

Então, antes que a bola comece a rolar, pois o tempo urge, ruge e nunca suspende seu voo (Alô, Alphonse de Lamartine), digo que o desafio do Vitória hoje é enorme. E, durante os 90 minutos, o time não deve nem pode se apequenar um só instante. Tem que partir pra cima do rival com gosto de querosene. Brocar sem dó, nem piedade e sem gracinhas será a melhor forma do Vitória se respeitar.

É isso. O terrível inimigo que o Leão vai enfrentar hoje é a fraqueza do outro lado. Pois quando não se há adversário a possibilidade de se perder parâmetro é enorme. E o Leão tem que começar, hoje, a sair desta armadilha. Tem que praticar o seu futebol sem se importar com a pequenez do opositor. Por mais contraditório que possa parecer, os rivais mais fracos são os mais perigosos, pois como não têm nada a perder querem a todo custo nos levar para seu habitat. E, como já ensinou o sacana bigodudo: “se tu olhares, durante muito tempo, para um abismo, o abismo também olha para dentro de ti”.

Então, Vitória, tire o tal regulamento debaixo do sovaco e jogue os 90 e as prorrogações partindo de modo honrado, se respeitando, já que o oponente atual não se respeita.

 

* Texto escrito especialmente para o brioso FUTEBOLBAHIANO

 

Em busca do Clássico perdido

maio 15, 2013

– Infelizmente, chefe, não posso resolver isso agora. Não, não dá. Preciso ir com urgência para o BA, BA, BA… (visualizem a nervosa gagueira), para o BA…nco. Afinal, com estes juros escorchantes é impossível atrasar o pagamento das contas.

Antes que o Sr. Burns aquiescesse, larguei o desajeitado xeque-mate.

– Ah, sim. Talvez demore um pouco para retornar à labuta porque as filas bancárias, sempre levianas, estão mais lentas do que a zaga do Bahia, especialmente neste início de mês.

–  Ahn? Começo de mês em pleno dia 14, seu Françuel? Só se você for adepto dos reticentes calendários das ultrapassadas borracharias de ponta de rua que nunca mudam de página e ainda ostentam a formosura de Nádia Lippi.

(Aí, aquela dentucinha, senhores…)

Voltando.

Depois desta prosopopeia que o homem do contracheque largou, com seu senil sarcasmo de antanho, minha maltratada reputação aqui na firma despencou mais do que as ações das fictícias empresas de Eike Batista.

Sim, amigos de infortúnios, sei que deveria ter buscado uma desculpa mais plausível. Porém, o ponteiro do relógio já marcava 14h23 e minha catilogência, carcomida por canjebrinas e outras substâncias não recomendadas pela Carta Magna, estava no brejo há tempos. Além disso, informar que iria para enterro de parentes não colava mais – até porque, por conta deste inescrupuloso calendário do futebol baiano, eu já havia podado toda a minha árvore genealógica.

Mas, enfim. Melhor perder o resto de reputação do que a peleja final do campeonato baiano sub-20 que começaria exatamente às 15h.

PUTAQUEPARIU A PONTUALIDADE.

Pois bem. Quando cheguei no Barradão, com oito minutos de bola rolando, a torcida do Vitória já estava proferindo uma quantidade de xingamentos de deixar Dercy Gonçalves ruborizada. Apesar de o Leão ter vantagem de dois gols (venceu a primeira por 3 a 1), cada palavrão vindo da arquibancada era merecido e necessário, pois era uma peleja fundamental.

Por que fundamental?

Ora, vocês, que vivem nas metrópoles centrais de Pindorama, e estão sempre se lambuzando com títulos nacionais e/ou de Libertadores, jamais entenderão a importância de uma peleja final de uma divisão de base para nós que habitamos a periferia do Ludopédio.

Caso estivesse de calundu, sacaria do coldre o velho axioma que Louis Armstrong usou quando foi questionado sobre a serventia do jazz. “Man, if you gotta ask, you’ll never know”.

Porém explicarei uma vez mais.

Seguinte.

Ver um jogo do Sub-20, para os suburbanos corações, é uma das raras oportunidades de poder apreciar um (possível) craque vestindo o nosso manto antes de ser abduzido pelas dores e delícias do vil metal. E foi por conta desta busca insana que pudemos testemunhar Dida, Alex Alves Vampeta, Leandro Domingues, Paulo Isidoro, Marquinhos, David Luiz, Hulk (epa, este é um perna de pau bafejado pela sorte) e muitos outros defendendo nossas cores. Pode parecer uma glória pequena, mas é uma das poucas que nos restam nestes tempos tenebrosos em que, mais do que nunca, a força da grana ergue e destrói coisas belas.

Mas, derivo. E volto logo para encerrar esta prosa ruim informando que na tarde desta terça-feira havia muito mais em jogo. Os torcedores enfrentaram a inconsequente chuva, os buracos da cidade e o escárnio dos patrões em busca de algo fundamental que está ameaçado de existir: Um Ba xVi.

E a busca pelo clássico perdido não foi em vão. Os meninos, dos dois lados, honraram o derby. Partida pegada, dura, bem disputada e até com declarações de amor. Quando brocou as redes tricolores, o atacante Mauri, que conhece muito, correu para o escudo do Vitória, ajoelhou-se e beijou o chão onde está o sagrado símbolo do Clube. (E pouco me importa se o beijo é a véspera do escarro, menino Augusto dos Anjos)

Porém, o melhor ainda estava por vir. Quando o juiz marcou um pênalti não muito católico, os guris tricolores, ao contrário dos profissionais, mostraram que têm BRIOS. E armaram o maior FURDUNÇO. Meteram dedo na cara do juiz, voaram pra cima do bandeirinha, xingaram, provocaram, um foi expulso, o caralho aquático. E a casa só não fedeu de vez a homem porque os meganhas invadiram o gramado e agiram rapidamente.

Uma beleza.

Na sequência, Willie fez o segundo gol e sacramentou o tricampeonato do Leão.

No final, voltamos todos para casa (ou trabalho, no meu caso) enlameados, mas com a alma lavada e enxaguada. Afinal, tão importante quanto à conquista foi perceber que o Ba x Vi, a Mãe de Todas as Batalhas, vive, resiste e ainda pode ser encontrado numa tarde chuvosa de terça-feira.

 

* Texto escrito especialmente para o brioso IMPEDIMENTO

P.S Como bem lembrou meu amigo João Caros Sampaio, agora é torcer para que os pivetes Rubro-Negros transportem esta categoria e este espírito combativo para a Copa Libertadores Sub-20, que já está ali na esquina.

Réquiem para um Clássico*

maio 14, 2013

Sempre guiado pela descrença, relutei em acreditar até a undécima hora. Porém, quando o ponteiro do relógio cravou 40 minutos da segunda etapa, finalmente caiu a ficha. E o meu mundo também. O Ba x Vi, a Mãe de Todas as Batalhas, não existia mais. A tragédia estava consumada. O clássico acabara de ser assassinado. E o crime ia muito além da dilatação do placar. Era algo extremamente mais grave – até porque uma goleada, num jogo deste naipe, apesar de rara, acontece. Inadmissível é um time ser sovado impiedosamente sem ter a HOMBRIDADE de esboçar qualquer reação, seja uma dedada no fiofó, cuspe na cara ou mesmo um mísero beliscão. Esta inércia é a prova cabal e definitiva de que tal equipe abdicou do desejo de perpetuar a rivalidade. (Eis o crime inafiançável).

Afinal, todos sabem que em uma peleja de tão importante calibre, quando a madeira está gemendo em SETE idiomas, há somente um último refúgio para a dignidade: a pancadaria generalizada. Fora dela não há salvação. Nestes momentos insanamente decisivos, só o tumulto pode restabelecer o decoro e a honradez. O resto é apenas a estúpida covardia travestida de bom-mocismo – exatamente o caminho escolhido pelo time do Bahia para matar o antigo clássico com requintes de pusilanimidade.

É fato que o declínio do império tricolor é anterior à patacoada de ontem. Tem mais de 18 anos. Para ser preciso, a derrocada, ironicamente, começou com uma glória num dia que se tornou um número fatídico para o outrora esquadrão de aço: SETE de agosto de 1994. Neste data, depois de conseguir empatar com o Leão, os torcedores do Bahia, que já possuíam cerca de 40 títulos baianos, comemoraram a suada conquista como se não houvesse amanhã. E eles não estavam totalmente equivocados. Parecia algo premonitório. O amanhã, o day after, tornou-se um pesadelo constante. De lá pra cá, não conquistaram nem cinco campeonatos estaduais. E mais. A partir de então, foi uma agonia atrás da outra. Rebaixamentos, subidas pela janela, humilhações de SETE diante do Santos, Cruzeiro e até do poderoso Ferroviário do Ceará.

No entanto, pouco me importava se meu oponente estava moribundo. Ao contrário. Vibrava e sentia-me vingado por humilhações de antanho. E ficava feliz também porque, apesar de eles estarem num processo degenerativo, ainda encaravam o clássico com a seriedade que tão importante jogo merece. Por mais contraditório que pareça, era uma forma de respeito ao meu Vitória. Era como se, mesmo fragilizados, eles sentissem necessidade de se superar porque havia um adversário a ser derrotado. Ou, na pior das hipóteses, combatido.

Ontem, porém, os tricolores abdicaram de tudo, apelaram para o golpe baixo, para a entrega total, irrestrita e absoluta. Uma clara e nefasta tentativa de levar o Leão para o seu poço sem fundo.

Por isso, entendo que os Rubro-negros não devem gastar seu ocioso tempo pensando ou fazendo gozações de quaisquer espécie. O inverso é o verdadeiro. O torcedor do Vitória que tripudiar do Bahia por conta da goleada de ontem não tem amor próprio. Afinal, zombar do tricolor é dar-lhe um status que ele não tem nem merece atualmente: rival do Leão.

 

Alguns apressados podem argumentar que há muitos rancores nos parágrafos acima. E eles não estão totalmente errados. Até porque, conforme já ensinou o menino Nelson Rodrigues, “a base sentimental da torcida é o ódio, e não o amor. Sem ódio não há torcida possível”.

É por tudo isso que hoje, dia de aniversário do Esporte Clube Vitória, é uma data  CONTRADITORIAMENTE triste (e talvez de renovação) para os torcedores do Leão. Apesar da espetacular goleada, ontem tivemos um revés. Perdemos nosso antigo oponente. E agora teremos que nos reinventar. Seguir adiante sem um rival vai ser uma sopa de tamanco dos SETEcentos DEMÔNHOS.

 

* Texto escrito especialmente para o brioso IMPEDIMENTO

 

P.S. 1 A pista de que o Bahia já havia se despido de BRIOS ocorreu na véspera do jogo (não o chamo mais de clássico em respeito aos derbys de outras localidades). No sábado, o Vitória partiu para o escárnio escancarado, algo impensável antes de um Ba x Vi de antanho. Mandou confeccionar uma CAMISA PROVOCATIVA com o placar da reabertura da Fonte Nova. E qual a resposta do ex-rival do Leão? Um apático e vergonhoso silêncio. Nem uma lágrima de repúdio. E isso me deixou ainda mais puto, com uma ponta de compaixão, que é uma das piores formas de ódio.

P.S 2 Pelo sim, pelo não, ontem cedo fui à Polícia Federal tirar o meu passaporte. Pretendo solicitar asilo político em outro país, sei lá, tipo Alagoas, pois talvez lá ainda exista rivalidade no Ludopédio.