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Campeonato do Nordeste: A esperança (Parte 1)
setembro 26, 2012Caneladas na ressaca
setembro 24, 2012A verdade, esta menina traquina que nem sempre salva e liberta, é uma só: Ressaca é para os fracos. Eu tô é só o bocal. E não tem Sonrisal certo, portanto, tirem as crianças da sala e preparem as canelas porque a coisa hoje tá mais imprestável que banheiro da Estação da Lapa.
Deola quase não trabalhou no primeiro tempo. Algumas saídas com os pés, e só. Não teve culpa no gol que sofreu, haja vista ter sido um chute forte, bem colocado e com curva. Na segunda etapa e, principalmente, no minutos finais, chegou a se atrapalhar, mas garantiu o placar favorável com defesas muito difíceis e arrojadas. Mostrou que um grande goleiro sempre aparece pra fazer a diferença nos momentos decisivos.
Grata surpresa o futebol de Carlinhos. Pouca gente esperava a excelente atuação do terceiro reserva da lateral direita. Com personalidade, marcou bem, apoiou bastante e cruzou bolas com qualidade. Pena que cansou no segundo tempo e saiu pra dar lugar a Rodrigo Costa. O zagueiro entrou e, como tem feito ultimamente, jogou sério e não cometeu falhas. Gilson não foi tão bem quanto Carlinhos, mas fez o seu pela esquerda. Efetivo na marcação não teve muito sucesso no apoio durante a primeira etapa, mas melhorou no segundo tempo e suas investidas preocuparam bastante a zaga goiana.
Diferentemente do que costuma acontecer, não houve equilíbrio na zaga rubro-negra. Victor Ramos fez uma partida abaixo de suas possibilidades. Falhou no gol do Goiás ao permitir a aproximação e o chute do atacante esmeraldino sem “chegar junto” nem atrapalhar a jogada. Também errou passes, lançamentos e falhou na marcação em algumas oportunidades. Gabriel teve uma atuação muito mais segura e tranquila, tanto na zaga quanto na lateral, onde jogou após a saída de Carlinhos. Coletivamente, a zaga cometeu um grande vacilo, quando, no primeiro tempo, o atacante deles entrou sozinho na área, mas, felizmente, desperdiçou.
Michel encarnou um leão. Arriscou um chutaço de fora da área no primeiro tempo, mas o destaque de sua atuação foi mesmo na marcação. Se desvelou durante todo o jogo, procurando proteger a zaga, mesmo durante o tempo em que seu companheiro de setor esteve em campo, pois o tal Fernando Bob, mais uma vez, não disse a que veio. Errou o que podia e o que não podia, claramente destoando do restante da equipe. A torcida chiou e o camisa 7 foi natoralmente substituído por Dinei. Este, aos poucos, vai ganhando ritmo de jogo e reafirmando a qualidade técnica que possui. Foram 35 minutos de um futebol muito bom: tabelou, cabeceou, deu assistência e só não saiu com seu golzinho por puro preciosismo. Um pecado!
Desde os primeiros minutos, Tartá já demonstrou que estava com “sangue no olho”. Fez um bom primeiro tempo, cobrou o escanteio na nossa primeira brocada. Porém, quando achou espaço na segunda etapa, deitou e rolou. Seu gol foi uma pintura, após linda tabela com Dinei. Além disso, participou de diversos lances de perigo do Leão. Willie também procurou bastante o jogo, mas não teve o mesmo sucesso e não criou grandes oportunidades de gol. Muita correria mas pouca efetividade. Saiu pra dar lugar a Marquinhos. Este, enquanto esteve em campo, só produziu uma boa jogada ofensiva: o cruzamento “com as mãos” para o segundo gol rubro-negro. Se não fez mais, aquilo que fez, foi suficiente. O restante do tempo prendeu a bola no ataque.
Mesmo jogando fora de sua posição original, Pedro Ken conseguiu manter o alto nível da equipe. No primeiro tempo, bateu mal uma falta e perdeu excelente chance, ao chegar de frente pro goleiro, mas demorando de concluir. Após a entrada de Dinei, voltou a atuar no meio-campo, quando, aí sim, apareceu toda a qualidade do maestro-capitão. E o que dizer de Élton? Primeira bola do jogo nos seus pés: brocou. Jogo encardido, cruzamento na cabeça: brocou. Como vaticinei, os atacantes do Leão não passam em branco duas vezes seguidas. Há que se destacar, também, a entrega do atacante: torceu o tornozelo ainda na primeira etapa e mesmo assim levou o barco até o final. Como prêmio, saiu de campo como artilheiro isolado do time na competição.
Confesso que quando vi a escalação do time, não gostei da invenção de Carpegiani ao colocar Pedro Ken como atacante. Achei que não seria necessário uma mudança tão drástica, já que havia Willie, Dinei e Marquinhos para a mesma função. Ou seja, fui mais uma vítima do “nó tático” aplicado pelo treinador. É certo que o Goiás esteve a pique de virar a partida, porém, as substituições realizadas foram mais ortodoxas que pastilhas Valda e pomada Minancora. Assim, apesar dos desfalques, deu tudo certo e saímos de campo com o triunfo, vencendo uma equipe em franca ascenção e invicta a 10 jogos.
Nossa festa, mais uma vez, foi maravilhosa. Porém, dentro de campo a coisa foi difícil. E tensa. Realmente foi preciso jogar muita bola. Se respiramos um pouco no início, no final passamos um sufoco dos pecados! E, falando em pecados, passei o jogo todo pagando os meus: do meu lado direito a “velha guarda” não deixava barato: “…o Vitória tá caindo de produção…”. E do meu lado esquerdo, a “terceira idade” não perdoava: “…o Vitória não sabe jogar com casa cheia…”. Agora, pergunto eu: até quando vamos repetir o discurso mofado do inimigo? Até quando vamos ficar ressabiados com a liderança, ressaltando sempre os pontos negativos da equipe? Afinal, quando enxergaremos que, mesmo com altos e baixos, temos a melhor equipe da competição?
Bom, depois de detonarmos o Periquito (com a deviça licença ambiental, lógico), semana que vem teremos o Avaí. Avaí? E aí? E você? Eu, como sempre, torcerei pela vitória, é claro. Agora, isto não quer dizer que meu time tem a OBRIGAÇÃO de vencer, nem que vou sair por aí arrancando os pentelhos com pinça se conseguirmos “apenas” um empate lá no Estádio Ressacana. Amigos, confiem na voz (afônica) da experiência: brocaremos!
Para o alto! E além!
Caneladas etílicas
setembro 16, 2012Seguinte é este. Para uns, o copo está meio cheio; para outros, está meio vazio. Pra mim, o mais importante é beber o que está lá dentro. E sair por aí dando caneladas. Ei-las:
Deola voltou a apresentar um belo futebol, garantindo o “zero” no placar, pelo lado rubro-negro. Praticou defesas difíceis e importantíssimas em ambas as etapas do jogo. Destaque para o reflexo que demonstrou numa cabeçada à queima-roupa. De quebra, ainda teve sorte quando recebeu uma bola na trave.
As laterais, pelo menos do ponto de vista defensivo, deixaram a desejar. Pelo lado direito, Léo permitiu uma avenida, até porque chegou várias vezes no ataque, inclusive levando perigo pra cima do goleiro campineiro. Logo no início da segunda etapa, sentiu a coxa e foi substituído por Rodrigo Costa. O zagueiro, no geral, não comprometeu, mas, já nos acréscimos, quase nos mata de susto num vacilo de marcação. Gilson também não foi bem na marcação pelo lado esquerdo, dando muita liberdade ao ataque bugrino. Em compensação, e como sempre, diversas vezes se apresentou como opção no ataque.
Bastante segura a atuação da zaga rubro-negra durante todo o jogo. Gabriel errou apenas numa bola cruzada, em que não conseguiu cortar e obrigou Deola a uma defesa de cinema. Perdeu uma chance incrível de marcar, ao penetrar como elemento surpresa pelo meio da zaga, mas concluiu em cima do goleiro. E ainda atuou pela lateral após a saída de Léo, conseguindo fazê-lo com a mesma competência. Victor Ramos também fez uma partida de alto nível, falhando somente na segunda etapa, quando chegou atrasado numa dividida e permitiu um contra-ataque bastante perigoso do time adversário. Desta feita se limitou a marcar e não passou do meio de campo.
O Guarani não teve vida fácil ao tentar jogar pelo meio. Michel bloqueou muito bem a frente da zaga. Tentou chutar de fora da área mas seu desempenho no campo adversário é sempre muito ruim. Já Fernando Bob ainda está devendo uma atuação convincente, que justifique a sua contratação. Mesmo privilegiando a defesa, não esteve firme na marcação. Também não apoiou a contento. Saiu pra dar lugar a Dinei. O atacante, há muito tempo parado, voltou sem ritmo e, de efetivo (se é que podemos assim chamar), produziu apenas um peteleco pro gol, após boa trama do nosso ataque.
Outro que conseguiu reeditar um bom futebol foi Pedro Ken. Arrumou a meiúca, deu boas e ótimas assistências pros homens de frente e chutou em gol nas bolas paradas, colocando uma delas na trave. Aparentemente, estava em melhores condições físicas e manteve o mesmo ritmo até o final da partida. Willie também fez uma boa apresentação, inclusive taticamente, voltando pra dar o combate no meio de campo. Sempre arisco, o camisa 10 ganhou na corrida e cavou faltas. Infelizmente, e até pela própria característica de atacante, prima sempre pelo individualismo, em detrimento das jogadas mais trabalhadas.
William teve poucas chances de marcar. Esteve isolado a maior parte do tempo. Bem marcado, não conseguiu se desvencilhar dos zagueiros e, em 2 oportunidades, demorou pra concluir a jogada. Faltando 20 minutos, saiu para a entrada de Marco Aurélio. Este, infelizmente, até que procurou o jogo, mas a bola fugiu dele como o diabo foge da cruz. Assim, teve participação bastante discreta, a não ser no lance da expulsão do zagueiro bugrino, quando foi vergonhosamente pisado pelo “colega” de trabalho. Destaque para Elton que, mesmo sem brocar, foi o mais lúcido (e mais fominha) do ataque. Criou várias oportunidades, pecando, todavia, nas finalizações. Não tem problema: nosso ataque não fica 2 partidas sem sacudir o barbante.
Carpegiani botou o time pra jogar da forma que o torcedor gosta: marcando a saída de bola, sem dar espaço, dominando o jogo e partindo pra cima. Ou seja, jogando sem se importar com o mando de campo ou com o adversário. Num jogo bastante movimentado, as substituições do treinador também foram no sentido de buscar a vitória, até porque estivemos com 1 jogador a mais durante boa parte da segunda etapa. Não veio o triunfo, não vieram os três pontos, mas felizmente vimos o retorno do futebol de qualidade que colocou o Vitória na liderança da competição.
Lógico que muitos preferirão reafirmar a “queda” de rendimento do time neste segundo turno. Darão ênfase à “perda” de 2 pontos, em vez de falar da nossa invencibilidade de 10 jogos. Outros ressaltarão as deficiências de algumas peças do elenco, sem levar em consideração os desfalques importantes que tivemos. A grande maioria não tratará do péssimo estado do capim de burro (sim, porque, “gramado” é algo muito diferente daquilo lá…), que prejudicou nosso toque de bola. Porém, a vantagem é que já estamos vacinados contra este tipo de comentário derrotista travestido de “realista”.
Até prova em contrário, acredito naquilo que tenho visto desde o início desta Série B: a força de um grupo que, se não é fantástico, está procurando fazer o seu melhor a cada jogo. Assim, olhando por este prisma, prefiro acrescentar mais 1 ponto à nossa conta. E, a partir de agora, com o descanso semanal entre as partidas, poderemos melhorar o condicionamento físico dos jogadores e corrigir as deficiências táticas que ainda persistem.
Agora é concentração total para a decisão contra o Goiás, pra subirmos de vez na tabela e nos distanciarmos. No melhor dia, no melhor horário e, principalmente, no melhor local: nosso Santuário, que, mais uma vez, fará prova da sua força. Dentro dele, nós, fazendo toda a diferença. Venceremos!
Para o alto! E além!
Caneladas carnavalescas
setembro 12, 2012Ah, mas sêo dotor, é porque meu pé tá doendo, caô caô, é também meu pai mora no interior, a caixa de mudança é pesada, tem o problema da mobilidade urbana…
Hõmi, quá; sinhô, me deixe!. Nem venham com xibiataem porque o plantão aqui, novamente, é chibante e rascante.
E se aquele povo quiser botar gosto ruim, que é o que lhe resta, coloque este som na vitrola: “Deixa que digam, que pensem, que falem. Deixa isso pra lá, que as caneladas vão rolar”.
Ei-las:
Deola, no primeiro tempo, solidarizou-se com o restante da equipe e resolveu atravessar o samba. Saiu mal do gol em duas oportunidades e mesmo estando debaixo da trave, quase toma um gol olímpico. No segundo tempo, voltou ao normal, fazendo boas defesas, inclusive uma dificílima, numa cabeçada à queima-roupa. Além de pegar a bola do jogo aos 79 minutos do segundo tempo.
Na lateral direita, Nino esteve sem inspiração, talvez consequência do cansaço. Tentou algumas escaramuças (essa é do tempo da colombina…), até acertou uns cruzamentos, mas, no geral, ficou devendo. Na segunda etapa, quando crescia de produção, acabou sentindo uma contusão e foi substituído por Léo. Desta vez o garoto surpreendeu positivamente: foi eficiente na marcação e conseguiu ter alguma lucidez no ataque (o que, no seu caso, é um grande feito). Pra nossa sorte, Gilson não ficou no samba-de-uma-nota-só. Mesmo longe de ser brilhante, marcou bem e tentou acelerar o ritmo do time na base da correria. E ainda fez um belo gol, após excelente jogada individual.
No primeiro tempo, tivemos uma zaga irreconhecível. As duas primeiras jogadas de Victor Ramos no jogo foram passes errados. E ao longo dos primeiros 45 minutos não houve evolução. Esteve perdido na marcação e foi envolvido várias vezes pelo ataque adversário. Na segunda etapa conseguiu se encontrar, fazendo uma partida, pelo menos, digna. Da mesma forma, Gabriel: logo no início deu uma pixotada no primeiro gol do Boa e também falhou bastante. Assim como o resto do time, no segundo tempo conseguiu jogar um futebol minimamente aceitável.
Michel fez um primeiro tempo simplesmente bisonho. De longe, teve sua pior atuação com a camisa rubro-negra, chegando sempre atrasado na marcação e sem conseguir acertar 1 passe sequer. Na segunda etapa, conseguiu diminuir os espaços no meio-de-campo, juntamente com Fernando Bob. Este, aliás, foi outro que deixou a desejar no quesito “harmonia”: perdido em campo, só melhorou um pouco na segunda etapa, mas deixou bastante claro a falta que Uélliton faz à equipe. No finalzinho, foi substituído por Rodrigo Mancha.
Desta feita, até o maestro desafinou. Num primeiro tempo muito ruim, Pedro Ken quase beija a passarela após pisar na bola. Preso na marcação, de positivo, apenas a falta bem batida que nos deu o triunfo parcial. Voltou melhor na segunda etapa e conseguiu alguns lampejos de bom futebol. Tartá, se achando o bamba, prendeu demais a bola. Muita alegoria e adereços, mas pouca efetividade, o que levou a arquibancada “ao delírio”. Infelizmente, não está convencendo como o “10” que tanto precisamos.
Nossa comissão de frente também alternou altos e baixos. No caso, os “baixos”, ficaram por conta de William, que não conseguiu uma jogada sequer de qualidade, no tempo em que esteve em campo. Acabou saindo pra dar lugar a Willie, que, apesar de entrar “pilhado” e dar mais mobilidade ao ataque, também não alterou muito o enredo da partida. Já Elton foi o responsável pelos “altos” do ataque. Buscou bastante o jogo e, principalmente, brocou. Gol importantíssimo que nos deu o triunfo e uma folguinha na tabela.
À exceção de uma jogada individual e uma falta bem cobrada, foi um primeiro tempo pra esquecer. O time mineiro desfilou soberano na avenida do nosso meio-de-campo. Faltou pouco pra descermos pro vestiário com uma sonora goleada. Na segunda etapa conseguimos equilibrar a partida, mas o sufoco durou até o apito final, graças à miopia galopante do soprador e do assistente, que validaram um gol deles em completo impedimento. Além de ficar invertando faltas e enojando o baba.
Em termos de sorte, estamos bem (até porque, Ricardo Silva é imbatível neste particular). Mas pra conseguir uma “Nota 10” Carpegiani vai ter que tirar leite de pedra, pois agora todos os holofotes estão sobre nós. Pedro Ken tem sido bem marcado e, isolado, fica como um mestre-sala sem porta-bandeira. O jogo, em si, não era pra ser tão tenso, mas parece que, daqui pra frente, esta será a tônica. De qualquer forma, agora é hora da superação.
O que importa mesmo é que o Vitória botou mais 3 pontos na comissão de frente e desfila soberano na avenida.Estamos agora a 7 pontos do segundo elotão e embalados numa sequencia invicta de nove jogos. Por mais que a imprensa escrota tente corromper os fatos, nossa campanha é música para os bons ouvidos!
(E por falar em música, no próximo sábado, é a vez do Guarani dançar bonito). Venceremos!
Para o alto! E além!
P.S Apesar de já ser 3 e caqueirada da madruga, percebam que nem tô comendo tanta água assim. Como diria Chico Buarque, tô me guardando pra quando (o verdadeiro) Carnaval chegar. Êla porra!
UM DIA HISTÓRICO
setembro 10, 2012Na edição desta segunda-feira, também conhecida como hoje, o Jornal A Tarde tenta, uma vez mais, enganar seus leitores com a seguinte manchete: “tricolor goleia o Vasco e faz história”. Como diria o ex-presidente Lula: menas verdade.
É lógico que o Bahia conseguiu neste domingo, em São Januário, um importante triunfo, que não deve e nem pode ser desmerecido. Foi uma vitória maiúscula. E pouco importa se os jogadores de cruz de malta fizeram corpo mole pra derrubar o técnico, deixando-se golear por um time pequeno, conforme espalham uns e outros maledicentes. Isso não vem ao caso. Já está lá no placar e ninguém pode mais tirar. 4 x 0, com direito a chocolate.
Porém, contudo, todavia, entretanto, o verdadeiro dia em que o time tricolorido fez história foi contra o Cruzeiro de Minas Gerais.
Calma, amigos, relaxem. Num sou um cara perverso que vai ficar aqui querendo estragar o brinquedo dos outros rememorando aquela lapada de 7x 0 em plena Fonte Nova. Não, aquilo já foi. É passado. E ninguém aqui é museu ou palhaço das perdidas ilusões.
O jogo histórico a que me refiro é recente. É fato que também foi uma derrota em Pituacivisky (vá fazer rima na casa da porra) para a equipe celeste, mas não foi humilhante nem trágico, foi apenas 1 x 0.
E por que este jogo ganha dimensão histórica?
Seguinte.
Desde que retornou à primeira divisão, esta peleja contra a raposa foi exatamente o jogo de número 100 da equipe baiana na Era dos Pontos Corridos, estilo de competição que realmente capta o mérito das equipes, ao contrário dos torneios, onde um ou outro time mais fraco pode se destacar e ganhar. Mas, agora, não. Ou melhor, desde 2003 é à vera.
Então, vamos aos números atualíssimos. Antes do jogo HISTÓRICO contra o Cruzeiro no dia 11 de agosto de 2012, o tricolor já havia disputado 46 jogos no campeonato de 2003, mais 38 no de 2011 e mais 15 no deste ano.
E sabe o que aconteceu? Ou melhor, que está acontecendo?
Agora, vem o lado triste da história, diria mesmo vergonhoso. No HISTÓRICO jogo contra o Cruzeiro completaram-se também exatas 100 rodadas sem que o tricolor tenha frequentado, uma única vez sequer, a primeira página da tabela. Vou repetir em negrito para os que não escutaram direito. É isso mesmo, fariseus. Apesar de a mídia tentar enganar-lhes, dizendo que vocês estão botano pra vê talba lascá ni banda e etc e coisa e tals, o fato é que em todos estes jogos o time não ficou sequer uma única vez entre os 10 primeiros.
PUTAQUEPARIU A PEQUENEZ!!!
É lógico que, como bom Cristão, estou sendo generoso, pois os números são muito mais assustadores. Afinal, mesmo com estes últimos suspiros, que os maledicentes dizem ser a melhora antes da morte, o Bahia chegou contra o Vasco há exatas 107 partidas sempre na parte debaixo da tabela.
Mas, como não gosto de ficar espezinhando, encerro esta prosa agora. Não vou nem destacar que a última vez que o tricolor ficou entre os 10 primeiros na Série A (segundo me lembrou Elton Serra) foi há mais de 130 jogos, na primeira rodada do campeonato de 2002, exatamente no dia 10 de agosto, há pouco mais de 10 anos. Na ocasião, venceu um poderoso time do Distrito Federal, que, por coincidência, tem gama no nome.
Mas isto é outra história, né não? Ou será que nos próximos anos, eles irão querer repeti-la como farsa?
Sobre milhos e caneladas
setembro 9, 2012Neste momento emocional do campeonato, resta emular o sábio clichê de minha finada avó, que dizia: “De grão em grão, a galinha enche o papo…”. E agora atualizo, garantindo que de caneladas em caneladas, até o final do ano, vou enchendo a vossa carcomida paciência. Ei-las:
Deola até que trabalhou um pouco no início do jogo e acabou fazendo defesas importantes. Depois passou a ser um espectador privilegiado. Atuou com a segurança de sempre. Apena catou umas borboletazinhas num escanteio, mas nenhuma falha digna de nota, então, não vou ficar aqui enchendo linguiça.
Desta feita, Nino teve mais liberdade, até pela fragilidade do adversário. Defendeu bem e, enquanto teve fôlego, apareceu bastante no ataque e acertou alguns cruzamentos. Na segunda etapa sentiu o calor, sentiu uma contusão e acabou sendo substituído por Léo, que, mais uma vez, mostrou o porquê de ser um eterno reserva. Com ele é “1 no cravo e 10 na ferradura”, ou seja, entrou em campo pra fazer número, somente. A boa notícia é que, pelo outro lado, Gilson vai se tornando uma das peças mais importantes do nosso atual elenco. É eficiente na defesa e, mais ainda, no ataque, onde sempre chega bem, com personalidade. Destaque para o primoroso lançamento (do campo de defesa) no gol do Vitória.
No miolo da zaga, Rodrigo Costa e Gabriel não comprometeram, a não ser pela pixotada deste último no primeiro tempo: cortou mal de cabeça dentro da área, facilitando a vida do atacante mineiro, que desperdiçou. Porém, no geral, ambos tiveram boa atuação, repito, levando-se em consideração que jogamos contra um Ipatinga que, em toda a competição, havia marcado apenas 18 gols.
Outro que também não comprometeu foi Uélliton. Conseguiu melhorar (um pouco) da Síndrome da Trivela, jogando com maior disciplina tática. Perdeu boa chance de marcar na segunda etapa. Michel enquanto tem fôlego faz bem o seu papel, mas parece estar sentindo a sequência de jogos. Deixou o gramado pra entrada de Willie, que conseguiu dar ao ataque do Vitória uma maior mobilidade e presença no campo adversário, embora não tenha conseguido reais oportunidades de marcar.
Mesmo abaixo das condições ideais, Pedro Ken ainda é o armador das nossas melhores jogadas. E quando não armou, concluiu com perfeição o lançamento de Gilson. Digo há algum tempo que precisamos cuidar da recuperação física de alguns atletas, pois restam ainda as 15 rodadas mais importantes do campeonato.
Tartá teve boa oportunidade pra se firmar na titularidade, entrando de primeira, porém, não conseguiu ser muito efetivo nas jogadas de ataque. Por isso mesmo foi substituído por Eduardo Ramos que, infelizmente, continua sem apresentar o futebol de qualidade que conhecemos.
Na frente, a dupla de atacantes se entendeu muito bem, mas não brocou, apesar das oportunidades terem surgido ao longo de todo a partida. William perdeu umas duas ou três boas chances. Elton, mesmo voltando pra buscar o jogo, também teve boas chances de marcar, inclusive colocando uma bola na trave, após passe de Pedro Ken.
Em se tratando de resultado, ficou um gostinho de derrota pros jogadores, comissão técnica e torcedores, principalmente pela superioridade do líder do campeonato frente a uma equipe muito fraca. Sofremos o gol de empate num lance isolado, de rara felicidade do meio-campista do Ipatinga e não tivemos força suficiente pra nos recuperar. O que preocupa mesmo é a condição física de algumas peças, o que, em parte, pode explicar a queda de rendimento neste início de 2º turno.
Dos males o menor. No início, ninguém imaginava que, após 23 rodadas, teríamos apenas 2 derrotas fora de casa. Assim, continuamos com excelente campanha e é preciso ter paciência. Os altos e baixos são comuns a qualquer equipe e o returno é, historicamente, mais complicado, pela melhor arrumação de algumas equipes e pelo desespero de outras tantas.
Agora, fundamental mesmo, é fazer o dever de casa contra o Boa (em mais uma caótica noite de terça-feira às 19:30h), pra ir somando nossos pontinhos e, aos poucos, nos distanciando. À torcida, o apelo de sempre: não se deixar levar pelos abutres de plantão, confiar no time e comparecer ao Santuário pra mandar a zica lá pro outro lado da Paralela. Vamos brocar!
Para o alto! E além!
Caneladas épicas
setembro 6, 2012Mais quebrado do que arroz do Maranhão após a épica batalha contra o tinhoso cri-cri, encaminho as primeiras caneladas da semana para os costumeiros impropérios. Ei-las:
Por incrível que pareça, Deola não foi exigido a ponto de precisar operar milagres. Fez boas defesas durante todo o jogo, uma saída precipitada do gol, mas, no geral, jogou o bom futebol de sempre, seguro e com a frieza necessária numa tentativa de gol de cobertura do time adversário, já no final do jogo.
Nas laterais, Nino passou todo o jogo sofrendo uma calor danado do 6 e do 11 criciumense. Assim, foi obrigado a se virar defensivamente e pouco foi ao ataque, e quando o fez, errou 99% dos cruzamentos. Do outro lado, Gilson teve maior liberdade e soube aproveitá-la muito bem. Novamente fez uma apresentação muito boa, abrindo o jogo, tabelando e cruzando na área, sem falar que quase marca numa bela jogada individual.
Desta feita a dupla de área do Leão deixou a desejar. Ambos estiveram abaixo daquilo que se espera deles e do que comumente apresentam em campo. Talvez o gol sofrido logo no início (e a fraquíssima atuação do pessoal da contenção) tenham contribuído para isso. Victor Ramos parecia meio desnorteado, levou “drible da vaca”, perdeu na corrida e, por fim, desembestou no ataque querendo resolver sozinho. Gabriel errou passes, marcou à distância o artilheiro do campeonato e também foi envolvido diversas vezes pelo excelente ataque catarinense.
Fraquíssima partida dos nossos frentes-de-zaga. Uélliton e sua “síndrome dos 3 dedos”, ainda não percebeu o quanto este excesso atrapalha em alguns momentos. Não antecipou, permitiu a troca de passes do adversário na frente da área. Também não saiu pro jogo, enfim, ficou devendo. Da mesma forma, Michel, que até iniciou o jogo um pouco melhor, mas a entregada no segundo gol do Criciúma sepultou de vez a chance dele apresentar um bom futebol. Apático e fatigado, foi substituído por Fernando Bob. Este, apesar de não estar cansado, esteve tão desanimado quanto seu antecessor e pouco contribuiu positivamente.
Pedro Ken continua sendo o melhor jogador do Vitória, mas, como praticamente tem que armar o jogo no meio e pelos lados do campo (e não está fisicamente inteiro) acabou se esgotando logo no início da segundo tempo, até porque o ritmo de jogo da primeira etapa foi alucinante. Saiu pra dar lugar a Marquinhos, não sem antes colocar “com as mãos” um escanteio na cabeça de Elton, no segundo gol rubro-negro. Infelizmente esperávamos um Marquinhos elétrico, cheio de gás e disposição, mas vimos um arremedo de atacante, que, ainda por cima, foi egoísta e acabou perdendo a melhor chance de sairmos com o triunfo. Willie correu bastante e foi muito produtivo no ataque, inclusive iniciando a jogada do primeiro gol rubro-negro com uma pancada de fora da área. No segundo tempo Tartá entrou em seu lugar e conseguiu manter o ritmo, embora à vezes tenha prendido a bola em demasia.
Como eu já previa, a abstinência do nosso ataque nas últimas partidas havia de ser quebrada. E não deu outra. William brocou. Elton também. O primeiro, oportunista como sempre. O segundo, ainda melhor que aquele, pois se movimentou mais e criou boas oportunidades de gol.
Após um primeiro tempo digno de uma final de campeonato, o time caiu de produção e Carpegiani tentou, sem sucesso, fazer alterações com vistas a recuperar fisicamente a equipe, sacando os atletas mais extenuados. Levando-se em consideração a qualidade do time adversário (o único que pode dificultar a vida do Vitória, diga-se de passagem) e a jornada infeliz de peças importantíssimas do nosso elenco, o resultado final, se não foi o “dos sonhos”, pelo menos nos manteve na liderança, a 3 pontos do segundo colocado e a 11 do quinto (dos infernos).
Há que se destacar, ainda, a presença de mais de 35 mil guerreiros que, debaixo de chuva e no horário mais ingrato do futebol brasileiro, mais uma vez jogaram por terra as mentiras que os iludidos, os midiotas e os papagaios insistem em repetir.
Agora é não vacilar contra os times de menor expressão e fazer valer o mando de campo daqui pra frente. No entanto, há que se cuidar da parte física de alguns atletas (principalmente Pedro Ken, Nino e Michel) pois, num campeonato logo como esse, ter peças de reposição é fundamental para o sucesso.
Sucesso esse que não tarda. Que venha o Ipatinga, sofrer nas garras do Leão, no próximo sábado. Venceremos!
Para o alto! E além!
Traquinagens revolucionárias
setembro 4, 2012A verdade, esta menina traquina que nem sempre salva e liberta, é uma só: para tentar compreender a dimensão da peleja entre América (RN) x Vitória, faz-se mister recorrer à história. Afinal, no último sábado, entraram em campo as duas únicas equipes de Pindorama que já lamberam o fundo do poço do Ludopédio, a terceirona, e voltaram dignamente à primeira divisão, sem o auxílio tenebroso dos tapetões persas.
Além disso, o brioso Leão está protagonizando um fato de extrema relevância para o processo de democratização do futebol brasileiro. Qual seja. Neste ano da graça de 2012, o time realiza a melhor campanha da era dos pontos corridos da Segundona, desbancando forças imperiais do Sul Maravilha.
Confiram comigo no replay os números em forma de exercício de fixação. Seguinte. Ao fim do primeiro turno, o Rubro-Negro baiano atingiu a marca de 44 pontos, feito jamais conseguido por nenhuma outra agremiação. Às comparações. O Atlético Mineiro, campeão de 2006, terminou este período com 29 pontos. No ano seguinte, o Coritiba fez 35. Já o todo poderoso Corinthians atingiu 39. O Vasco foi o que chegou mais próximo, fechando este primeiro ciclo com 40. A Portuguesa, último time a conquistar o Dilmão do B, conseguiu 38 pontos.
Assim, exatamente por ter a noção da importância da labuta contra o América, saquei do coldre minha fantasia de Jonh Reed do agreste e fui ser testemunha ocular da revolução em plena Goianinha (RN). É fato que, para chegar ao palco principal da contenda, era preciso enfrentar obstáculos que fariam esmorecer até mesmo o autor de Os 10 dias que abalaram o mundo.
Logo no aeroporto, uma prova de fogo de fazer tremer os mais convictos dos ateus, especialmente aqueles que não acreditam em vida após a morte. Do nada, apareceram o ex-governador Paulo Souto e os deputados José Carlos Araújo e Paulo Magalhães. Hora de se benzer e ir adiante. Porém, o cidadão nem se livra direito desta barreira, que assusta mais do que os ferozes militares do czar russo, e já é obrigado a enfrentar um voo comandado por um piloto com uma voz tão pastosa quanto à de Domingos Oliveira – se é que isto é possível.
PUTAQUEPARIU A ASSOMBRAÇÃO!!!
Porém, nem tudo é tragédia. Ao perceber a angústia na face de quem está atrasado para a batalha no front, um generoso taxista oferece uma viagem por módicos R$ 83 reais. Repetindo por extenso. Oitenta e três reais.
É graça uma porra desta?
Neste exato instante, lembrei-me da intentona comunista de 1935 que, conforme é de amplo conhecimento dos cultos frequentadores desta impoluta tribuna, foi um fiasco em quase todo o país – à exceção de Natal, onde os rebeldes instalaram um comitê revolucionário por uns bons e turbulentos quatro dias.
E o que o comunismo potiguar tem a ver com a exploração? Aspas para o estudante João Batista Galvão, que na época do levante chegou a ocupar o cargo de ministro da Viação: “Naquele tempo, todo mundo fez o diabo e depois botou a culpa em cima de nós. O povo topou a revolução por pura farra. Saquearam o depósito de material do 21º BC (Batalhão de Caçadores) e todos passaram a andar fantasiados de soldado. Minha primeira providência como ‘ministro’ foi decretar que o transporte público seria gratuito. O povo se esbaldou de andar de bonde sem pagar”.
Traduzindo: foi uma chibança dos 600 DEMÔNHOS!
Contudo, amigos de infortúnio, informo que esta longa digressão histórica, não foi em vão. Fi-la não só porque qui-la (chupa, Jânio Quadros!), mas para mostrar-lhes que aquela mistura de violência e impunidade tem consequência até os dias de hoje. Sim, só pode ter sido movido por esta fé que a zaga do Mecão desceu o sarrafo sem dó nem piedade contando com a aquiescência do homem de preto que, tal e qual o ministro revolucionário, deixou a madeira comer solta.
Ok, ok. É óbvio que este não foi o único motivo do tropeço do Rubro-Negro em Natal. O empate em 2 x 2 tem contribuição decisiva de um infiltrado agente mirim.
Seguinte foi este.
Quando estávamos brocando por 2 x 1, o traíra pequeno Dan Novaes pediu para tirar uma foto comigo e, por breves momentos, parei de orientar o time. Assim nasceu o gol de empate. Reparem na imagem que o sacaninha, já antevendo a disgrama, aponta o placar em cima de minha cabeça.
Mas, sem agonia. Hoje à noite, contra o Criciúma, não haverá distração. Nem mesmo se Scarlett Johansson aparecer num shortinho estilo garota gerasamba largarei a labuta (Mentira!). Mas Scarlett não vai fazer isso comigo. Não hoje.
P.S Esta homilia vai dedicada a Nego Jampa, Elizeu e demais hereges que estiveram em Goianinha ajudando este rouco locutor a orientar o time.
CANELADAS HOMEOPÁTICAS
setembro 2, 2012Assim que passar as 48 horas regulamentares, farei um análise abalizada de tudo que vi e ouvi aqui em Natal e numa banda de Goianinha Enquanto isso, fiquem com as tradicionais caneladas. Ei-las.
Desta vez, não teve chocolate. Mas teve DietShake: queimamos uma gordurinha providencial. Então, como estou fininho, voando baixo, recebam na titela os seguintes pombos-sem-asa:
Deola fez apenas um defesa difícil no primeiro tempo. Porém, na etapa seguinte, fez hora-extra. Trabalhou bastante e praticou excelentes intervenções, impedindo a derrota do Rubro-Negro. Com mais uma grande atuação, não teve culpa nos gols que sofreu. Exatamente por isso acho ele deve ser o guardião da meta do Vitória na Libertadores de 2014. Eu gritei isso pra ele ontem no jogo e ele disse que “tudo bem”.
Nas laterais, Léo foi fraco na marcação e fraco no apoio. Insistiu em cavar faltas inexistentes e errou muitos passes. Numa rebatida de bola descuidada, acabou iniciando a jogada do primeiro gol do América. Teve alguns lampejos de bom futebol, mas pouco chegou à linha de fundo. Saiu machucado faltando ainda 25 minutos pro final do jogo. Tartá entrou em seu lugar, mas não demonstrou o mesmo ímpeto das partidas anteriores. Do lado esquerdo, Gilson também esteve meio apagado no primeiro tempo, mas melhorou bastante na segunda etapa. Com a subida de produção, apareceu mais pro jogo e fez boas jogadas por aquele lado.
Victor Ramos acertou grande parte das jogadas, embora também tenha sido envolvido no primeiro gol sofrido pelo Leão. Mas redimiu-se, brocando pela quinta vez nesta série B. A partir daí ganhou confiança e chegou ao ataque com frequência, criando outras oportunidades de gol. Gabriel foi firme na marcação, a não ser no vacilo que culminou com o empate do América. Bola parada, marcava de perto o zagueiro potiguar junto com Uélliton mas, infelizmente, ambos permitiram o cabeceio. No final (e mais uma vez), terminou a partida jogando na lateral direita.
Uélliton deve ter entrado com alguma lesão nos dedões dos pés, pois abusou dos chamados “três dedos”, metendo umas roscas meio desnecessárias, porém, na marcação, fez bem o seu papel. Recebeu uma cotovelada acintosa no rosto (sem punição para o agressor) e acabou saindo pra dar lugar a Rodrigo Costa, que compôs a zaga junto a Victor Ramos até o final do jogo. Michel tentou chegar à frente, mas, como sempre, pecou pela falta de qualidade nos lances que necessitam de maior precisão. O camisa 7 também foi sacrificado ao ocupar a lateral direita durante uma parte do segundo tempo.
Pedro Ken permanece sobrecarregado e meio torto quando cai pela esquerda do ataque. Teve uma boa chance no primeiro tempo, mas levou perigo mesmo, nas bolas paradas. Bateu escanteio e Victor Ramos brocou. Isto sem falar na falta que cobrou “no capricho”, mas o goleiro e a trave impediram o gol. Assim como ocorreu em outras oportunidades, na segunda etapa, o maestro passou a jogar mais próximo à lateral direita, o que facilitou um pouco a própria vida e a do caminhão de gente que passou por aquele setor. Willie foi, de longe, o jogador mais acionado do meio pra frente. No primeiro tempo esteve muito sozinho e não conseguiu acertar muito. Melhorou na segunda etapa e fez seu primeiro gol como jogador profissional, completando “de prima” o passe do nosso centroavante. Também foi passear na lateral direita e acabou sendo substituído por Fernando Bob. Este, só teve tempo de errar passes bobos e desguarnecer a defesa.
William pegou na bola uma única vez no primeiro tempo, num chutaço desferido da intermediária que quase pega o goleiro desprevenido. Também foi dele o passe açucarado pra Willie fazer o gol da virada. No entanto, apesar dos bons passes e da movimentação, atacante vive de gols e, mais do que nunca, precisaremos deles no próximo confronto. Elton tentou se desmarcar, buscar jogo no meio-de-campo, mas sua melhor participação foi numa sobra de bola após chute de Pedro Ken. Esteve disperso e não soube aproveitar as poucas chances que lhe chegaram aos pés. Foi o pior em campo.
Carpegiani escalou o melhor que podia, mas durante a partida mexeu demais na equipe e acabou comprometendo o desempenho do time. Pela lateral direita passaram 4 jogadores (Léo, Willie, Michel e Gabriel). Assim, não tem organização tática que aguente! Se o titular não terá substituto no banco, cabe ao treinador buscar e definir a solução durante os treinos, e não ficar fazendo testes durante a partida. Não fosse essa trapalhada, o Vitória poderia ter saído com melhor resultado, mesmo não jogando um excelente futebol. No entanto, triste mesmo foi o fraquíssimo soprador de apito que não teve moral, nem pulso, nem aquilo roxo, pra coibir as provocações e a violência praticada pelo adversário. Até agora ainda estou rouco de tanto xingá-lo.
De todo modo, jogamos mais que o time potiguar e merecíamos melhor sorte, todavia, um pontinho a mais conseguido fora de casa não é de se desprezar. Até porque tínhamos uma “gordurinha” que nos permitiu continuar na liderança mesmo com este resultado. Tem nada não. Principalmente porque nosso próximo jogo é a final antecipada (e bote antecipada nisso).
Nem preciso dizer, todo cuidado é pouco com o Cri-Cri. Além de ser umas melhores equipes da competição, foi uma das poucas que conseguiu nos vencer no primeiro turno. Mas no duelo com a tigresa, não tem pra ninguém: é da natureza do Leão “cobrir” todo e qualquer felino que inadvertidamente caia na sua toca. Então, literalmente, “o bicho vai pegar”! Já vou tratando de garantir o meu ingresso e reservar o translado de helicóptero, pra ver se consigo chegar na hora.
Não importa. Venha o que vier. Venha quem vier. Mais uma vez, brocaremos!
Para o alto! E além!