A NOITE DO RENEGADO (Cap. 1)

Não vou dar notas hoje não, pois não estou emocionalmente preparado para dar menos de 10 a ninguém. Só vou fazer uns breves comentários…
A entrega dos jogadores em campo foi algo que eu nunca vi no futebol. Acertando, errando, mas foi o tempo todo pensando em fazer o melhor. Todos os jogadores, sem exceção…
Esse está longe de ser tecnicamente o melhor time do Vitória, mas JAMAIS esquecerei desse grupo de guerreiros que, pra mim, já é, disparado, o que mais honrou a camisa do Vitória, independentemente do que vier a acontecer contra o Santos
”.

Reproduzo o depoimento acima – feito pelo meu amigo André Dantas logo após a peleja contra o Atlético Goianiense – porque, mutatis mutandi (recebam, hereges, um latinismo na caixa dos peito), tais palavras servem perfeitamente para ilustrar a batalha de ontem à noite contra outro Atlético, o Mineiro. O Leão estava com um menos praticamente toda a segunda etapa, mas parecia que possuía um a mais. 

PUTA QUE PARIU A RAÇA E A HONRA!!!

É inacreditável como este grupo (limitado tecnicamente, é verdade) tem conseguido se superar.  É o limão a serviço da limonada. Os caras correm os 90 como se estivessem disputando a última partida de suas vidas. Eles vão em cada lance com a mesma fúria e vontade que um pedreiro faminto avança no prato de comida depois de 18 horas de trabalho ininterrupto. É como se em cada momento estivesse em jogo a honra de todas as suas árvores genealógicas. Eles erram, acertam, dão migué, fazem jogadas razoáveis, outras melhores, mas nunca deixam de tentar e transformar em verdade universal aquele surrado clichê  “do coração no bico da chuteira”.

PUTA QUE PARIU A RAÇA E A HONRA!!!

É fato que este espírito de luta tem se manifestado, especialmente, no Barradão – Estádio que, a cada dia, mostra sua força descomunal e transforma em santos guerreiros aqueles que envergam o manto Rubro Negro. E ontem não foi diferente.  O Barradão operou mais um milagre: fez com que um cidadão que se arrastava em campo pudesse andar nas nuvens. 

À história.

Desde que chegou aqui, Sherec não conseguiu produzir algo que se assemelhasse a futebol. E pior. Não tentava suprir suas deficiências com o esforço dobrado. Ao contrário. Às vezes, era quase leniente. Não foi à toa que, ainda no campeonato baiano, perdeu a camisa 9 para El Diablo da Cabeça Oxigenada.

Ontem, porém, o homem de nome complicado doou-se (lá ele) à equipe de forma impressionante. Acreditou em todas as bolas, fez jogadas de efeito, tabelando com o peito, e correu mais do que um Ben Johnson dopado. Um assombro. Como recompensa, além dos três  gols, conquistou o respeito da massa Rubro-Negra, que, mesmo quando não comparece em grande número como ontem, não deixa de jogar com o time um minuto sequer. 

É por tudo isso que, mais uma vez, furto as palavras do menino André: “JAMAIS esquecerei desse grupo de guerreiros que, pra mim, já é, disparado, o que mais honrou a camisa do Vitória”.

Assim, em nome da população do Norte e Nordeste de Amaralina, eu lhes digo duas palavras: PARA  BÉNS.

16 Respostas to “A NOITE DO RENEGADO (Cap. 1)”

  1. Vitor Says:

    Muito bom texto Franciel, e eu estava pensando aqui acho que concordo com “o menino André” (seja ele quem for).

  2. Juvenal Says:

    libertas quae sera tamen

  3. Marcos Says:

    Seo francuel. A exemplo do que aconteceu com o jogo do Atlético de Goiás, fiquei estupefato também com esse jogo com o outro atlético, só que de minas.
    Quem dera, o espírito do barradão não encarnasse em nossos guerreiros e ficasse presente para o próximo jogo lá na ressacada, lugar do qual não temos boas lembranças.
    Mas isso não importa. O que importa agora é que os caras estão de
    P A R Á B E N S.

    Todos maiúsculos.

    Abraços,
    Marcos.

  4. Marcos Says:

    Corrigindo.

    PARABÉNS.

    Abraços,
    Marcos.

  5. Logan Says:

    Time de guerreiro mesmo, parabens aos presentes e que vergonha nós que não fomos hein? 7 mil é muito pouco pra cobrar mais investimento no elenco viu seu frança.

  6. Leonardo Teixeira Says:

    Como sempre, sensacional o texto.

    Aproveitando o ensejo, citarei vossa excelência ao citar o menino André Snowman Dantas:

    “JAMAIS esquecerei desse grupo de guerreiros que, pra mim, já é, disparado, o que mais honrou a camisa do Vitória”.

    Saudações Rubro-negras!

  7. carlos da caixa Says:

    Companheiro Vitor, só me resta concordar com você. Foi um texto “prá ninguém butar defeito”, diria o pernambucano.

  8. Manoel Novaes Says:

    “JAMAIS esquecerei desse grupo de guerreiros que, pra mim, já é, disparado, o que mais honrou a camisa do Vitória”.(2)

  9. J Mocta Says:

    Parabéns pelo texto.

    A determinação é a força que nos impulsiona para superarmos os nossos limites.

    Uma vez, ouvi dizer que quando Pelé não estava em um dia muito inspirado, jogava com uma raça assustadora. Mesmo depois de já ser considerado um dos melhores jogadores da época, era um dos primeiros a chegar nos treinos e o último a sair. É a toa que cara virou rei?

    Avante Leão!!!

  10. canijah de moreré Says:

    Senti-me vingado ao ver aquele filho de num sei o quê, aquele q perdeu a vaga de goleiro do galo, fazer aquela bobagem. Esse cara se quer deu atenção ao companheiro de trabalho, o sr. Uelinton, quando este se contorcendo de dor pedia ajuda. Justiça foi feita.
    Porra, por que Muriqui não fez gols tão bonitos como aquele quando vestiu o manto rubro-negro, seu Franci?

    • Juvenal Says:

      Atravessando o dono da bodega, te respondo: por que ele é um zé ruela.

      • Victornyo Says:

        Ele não rendeu aqui simplesmente por quê não foi utilizado.

        Entrou em poucos jogos, poucos minutos, e jogando de centro avante algumas vezes.

    • moises Says:

      para mim foi a melhor parte do jogo.

      onde se viu goleirinho de time rebaixado querer matar a bola na caixa dos catarros dentro do monumental??!! BEM FEITO.

      SOLA nele shrek!!

  11. Deivid Says:

    Como diria o El Budregeño, Mr. Françuel,

    PUTA QUE PARIU A RAÇA!

    Eu queria saber que mágica é que contem esse tal de Estádio Manoel Barradas… Era até lixão!

    Apesar de não ser católico, acho que aquele padre estava inspirado quando abençoou o lixão para virar estádio!!!

    mutatis mutandi torcidinha do jahía!!! Podem esculhambar, chamar de lixo, ou de qualquer outro adjetivo perjotativo, mas a grande verdade é que todo time gostaria de ter um Estádio Encantado desses!!

    Time de Guerreiros!!! Avante e para o Alto! Para a taça do Brasil!

  12. Logan Says:

    PARA BELLUM

  13. Logan Says:

    SI VIS PACEM, PARA BELLUM

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