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A CULPA NÃO É (SÓ) DO JUIZ

junho 27, 2016

Na clássica crônica intitulada “O Juiz Ladrão”, o insano Nelson Rodrigues presta reverência aos gatunos assopradores de apito de antanho. Com seu humor cáustico, o escritor afirma que o desaparecimento dos referidos “é um desfalque lírico, um desfalque dramático para os jogos modernos…” que ficaram sem “nem um único e escasso canalha, nem um único e escasso vigarista”.

Pois muito bem, digo, pois muito mal.

Caso o inolvidável cronista estivesse neste domingo no Barraquistão, ele mudaria de opinião. Ainda habemus juízes ladrões. Amigos de infortúnios,  em verdade vos digo: a atuação do mineiro Ricardo Marques Ribeiro na peleja entre Vitória 1 x 1 Ponte Preta foi de fazer corar o mais cínico dos canalhas. Talvez até Nelson sentisse um pouco de vergonha diante de tantos e tamanhos desmantelos.

Por falar em gatunos, nas priscas eras em que Acêmê mandava e desmandava no Judiciário baiano  (e não só nele, frise-se), corria nos meios forenses a seguinte prosopopeia: “Existem três tipos de Justiça. A boa, a ruim e a baiana”.

Pois muito bem. Mutatis Mutandi (recebam, larápios, um latinismo na torácica), a sarcástica sentença acima serve muito bem para a arbitragem de Pindorama. Repetindo: “Existem três tipos de árbitros e bandeirinhas. Os bons, os ruins e os brasileiros”.

PUTAQUEPARIU O FURTO QUALIFICADO!!!

Sim, porque uma coisa é o erro no jogo e na vida, do qual ninguém está imune. Outra coisa bem diferente foi aquele desembestado amor ao alheio que acometeu o cidadão (?) de preto na peleja de ontem.  E o pior de tudo é que o indigitado, não bastasse ser rato, era um rato pusilânime. Exemplo? Teve um momento, de um simples lateral, que ele marcou e voltou atrás. Mesmo estando colado no lance, preferiu levar em conta o aceno do bandeirinha que estava a 18 km da jogada. Porém, no gol de Dagoberto, ele marcou, disse que foi o bandeirinha, desdisse, ficou confuso e roubou novamente, depois de já ter anulado um gol legal de Kieza. Estes dois lances capitais ocorreram exatamente na frente do mesmo bandeirinha ladrão (desculpe a redundância), que fez de conta que nem era com ele. Os jogadores, corretamente, pressionaram – e eles quase voltaram atrás, mas devem ter se lembrado de que honestidade provoca úlcera (salve, Nelson Rodrigues).

É fato que existiram diversas outras patacoadas. Não as repetirei aqui pra não cansar o impoluto ouvinte e também porque não adianta chorar sobre o leite roubado.

O que ainda pode ser revertido e mudado não está exatamente nas quatros linhas. Não apenas nela. Afinal, como digo no título, a culpa não foi (só) do juiz. A (ir) responsabilidade maior é da diretoria.

Toda vez que o Vitória é vítima de erros grosseiros ou até de má-fé (como foi o caso de ontem) a diretoria, quando fala algo, prende-se apenas ao trivial. Não toma nenhuma atitude concreta. Inclusive, quem souber de alguma representação OFICIAL da diretoria contra equívocos e furtos de arbitragem ganha uma revista dos irmãos metralhas.

Por fim, para não ficar apenas nos lamentos e ranger de dentes, repito o que já disse no último texto. As coisas só vão mudar em campo quando existir uma transformação de postura da diretoria. E, para que isso ocorra, a atuação dos torcedores será fundamental. Aliás, justiça seja feita. A torcida Rubro-Negra já começou a mudar, tanto no cotidiano das arquibancadas, quanto na conscientização de que esta chibança não pode continuar ad infinitum. Não poderemos ficar (apenas) botando a culpa no juiz.

Afinal, mais do que condenar aqueles furtos, devemos entender que os principais culpados são os que estão na diretoria, nos sacaneando e tentando nos enrolar, seja na postergação das necessárias contratações, como também da fundamental democratização do VItória.

Então, vamos ao já tradicional grito de guerra: DIRETAS, JÁ!!!

Aviso aos incautos. Toda vez que encontrarem com este sacripanta, escondam a carteira

Aviso aos incautos. Caso vejam este sacripanta, escondam a carteira