Sobre milhos e caneladas

Neste momento emocional do campeonato, resta emular o sábio clichê de minha finada avó, que dizia: “De grão em grão, a galinha enche o papo…”. E agora atualizo, garantindo que de caneladas em caneladas, até o final do ano, vou enchendo a vossa carcomida paciência. Ei-las:

Deola até que trabalhou um pouco no início do jogo e acabou fazendo defesas importantes. Depois passou a ser um espectador privilegiado. Atuou com a segurança de sempre. Apena catou umas borboletazinhas num escanteio, mas  nenhuma falha digna de nota, então, não vou ficar aqui enchendo linguiça.

Desta feita, Nino teve mais liberdade, até pela fragilidade do adversário. Defendeu bem e, enquanto teve fôlego, apareceu bastante no ataque e acertou alguns cruzamentos. Na segunda etapa sentiu o calor, sentiu uma contusão e acabou sendo substituído por Léo, que, mais uma vez, mostrou o porquê de ser um eterno reserva. Com ele é “1 no cravo e 10 na ferradura”, ou seja, entrou em campo pra fazer número, somente. A boa notícia é que, pelo outro lado, Gilson vai se tornando uma das peças mais importantes do nosso atual elenco. É eficiente na defesa e, mais ainda, no ataque, onde sempre chega bem, com personalidade. Destaque para o primoroso lançamento (do campo de defesa) no gol do Vitória.

No miolo da zaga, Rodrigo Costa e Gabriel não comprometeram, a não ser pela pixotada deste último no primeiro tempo: cortou mal de cabeça dentro da área, facilitando a vida do atacante mineiro, que desperdiçou. Porém, no geral, ambos tiveram boa atuação, repito, levando-se em consideração que jogamos contra um Ipatinga que, em toda a competição, havia marcado apenas 18 gols.

Outro que também não comprometeu foi Uélliton. Conseguiu melhorar (um pouco) da Síndrome da Trivela, jogando com maior disciplina tática. Perdeu boa chance de marcar na segunda etapa. Michel enquanto tem fôlego faz bem o seu papel, mas parece estar sentindo a sequência de jogos. Deixou o gramado pra entrada de Willie, que conseguiu dar ao ataque do Vitória uma maior mobilidade e presença no campo adversário, embora não tenha conseguido reais oportunidades de marcar.

Mesmo abaixo das condições ideais, Pedro Ken ainda é o armador das nossas melhores jogadas. E quando não armou, concluiu com perfeição o lançamento de Gilson. Digo há algum tempo que precisamos cuidar da recuperação física de alguns atletas, pois restam ainda as 15 rodadas mais importantes do campeonato.

Tartá teve boa oportunidade pra se firmar na titularidade, entrando de primeira, porém, não conseguiu ser muito efetivo nas jogadas de ataque. Por isso mesmo foi substituído por Eduardo Ramos que, infelizmente, continua sem apresentar o futebol de qualidade que conhecemos.

Na frente, a dupla de atacantes se entendeu muito bem, mas não brocou, apesar das oportunidades terem surgido ao longo de todo a partida. William perdeu umas duas ou três boas chances. Elton, mesmo voltando pra buscar o jogo, também teve boas chances de marcar, inclusive colocando uma bola na trave, após passe de Pedro Ken.

Em se tratando de resultado, ficou um gostinho de derrota pros jogadores, comissão técnica e torcedores, principalmente pela superioridade do líder do campeonato frente a uma equipe muito fraca. Sofremos o gol de empate num lance isolado, de rara felicidade do meio-campista do Ipatinga e não tivemos força suficiente pra nos recuperar. O que preocupa mesmo é a condição física de algumas peças, o que, em parte, pode explicar a queda de rendimento neste início de 2º turno.

Dos males o menor. No início, ninguém imaginava que, após 23 rodadas, teríamos apenas 2 derrotas fora de casa. Assim, continuamos com excelente campanha e é preciso ter paciência. Os altos e baixos são comuns a qualquer equipe e o returno é, historicamente, mais complicado, pela melhor arrumação de algumas equipes e pelo desespero de outras tantas.

Agora, fundamental mesmo, é fazer o dever de casa contra o Boa (em mais uma caótica noite de terça-feira às 19:30h), pra ir somando nossos pontinhos e, aos poucos, nos distanciando. À torcida, o apelo de sempre: não se deixar levar pelos abutres de plantão, confiar no time e comparecer ao Santuário pra mandar a zica lá pro outro lado da Paralela. Vamos brocar!

Para o alto! E além!

8 Respostas to “Sobre milhos e caneladas”

  1. Eduardo Says:

    Me permita discordar de alguma avaliações:
    1)O Vitória não somou 1 ponto,perdeu dois;
    2)O Gol do Ipatinga foi falha de Deola.
    O Time tem que treinar fundamentos.Só o lateral Gilson e Pedro Ken erram menos cruzamentos.Se Nino fizesse esse fundamento como corre, seria o melhor lateral do Brasil.
    O time continua fazendo muitas faltas na entrada da área.Isso contra um time bom é fatal.Não pode ocorrer.

  2. álan Says:

    Para mim o lateral Gilson falho, o meio campista matou a bola,ajeito para o chute e chutou. Gilson só olho tudo isso.

  3. Fernando Says:

    Eduardo, me permita discordar de sua discordância:
    1) Perderíamos 2 pontos se caíssemos para 47, mas subimos para 50. Ok, o ideal era ter trazido os 3 pontos, mas 1 a mais não foi tão ruim assim;
    2) Pode até ter havido falha na frente da zaga, mas não acho que nenhum goleiro do mundo seja obrigado a pegar uma raquetada daquela no ângulo.
    Ganhamos 24 dos 30 pontos que disputamos fora de casa e temos uma das melhores defesas do campeonato. Fazemos nossa melhor campanha em 113 anos, então, acho que devemos dar preferência a exaltar a qualidade e os acertos do time.
    Um abraço!
    Fernando

  4. Fredson Bispo / Bi-Campeão Brasileiro Says:

    Ontem jantei moqueca de bacalhau…Quarta que vem, vou comer ensopado de Leão em Recife… É uma das comidas preferidas….tanto lá como cá…

  5. edgar tolentino rodrigues Says:

    E O VICETORINHA E MESMO UM TIOMECO DESCAMISADO NAO CONSGUE NEM VENCER O IPAINGINHA

  6. eduardo Says:

    Fernando,respeito sua opinião mas continuo discordando dela.

    Sobre a falha de Deola:se ele estivesse bem posicionado,faria a defesa sem problemas,sem dificuldades mas concordo que a falha maior foi na marcação.É como venho falando, o time se acomodou e a pegada não é mais a mesma;

    Quanto a melhor campanha em 113 anos,aí é que eu discordo mais ainda porque o time tem que pensar maior e não ficar relativizando as coisas. Depois que eu assisti o jogo do Vitória fui assistir o VT de CoritibaXFlamengo.Quanta diferença tem o nosso Vitória para o Coritiba,que agoniza nas últimas posições…quanta diferença!O Coritiba mostrou ser um time consciente,que faz poucas faltas, que marca bem e que o tempo todo está ligado,contra um Flamengo que não lá essas coisas mas é bastante melhor que o Ipatinga.
    Aí eu fico pensando já na séria A.O Vitória de hoje é um time de série B e pronto.Para a série A tem que mudar metade do time porque tem o melhor plantel da segundona,tem banco mas ainda precisa ser um time melhor.
    Empatar com o Ipatinga não é para comemorar.Eu quero mais!
    Abraço.

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