Desculpem-me por começar a transmissão da mais esperada resenha esportiva do Nordeste de Amaralina repetindo um axioma que, há séculos, já é de conhecimento de toda a Bahia e uma banda de Sergipe, mas a verdade tem que ser dita. E eu a direi já na próxima linha. Seguinte é este: Definitivamente, amigo não é raça de gente. Eles zombam de tudo. Mesmo nos momentos em que você está ocupado com coisas muito sérias, estes infelizes aparecem para sacanear. Ô racinha ordinária.
Um exemplo? Ouçam.
Na última segunda-feira, este rouco locutor permanecia absorto (recebam,sacanas, um absorto pelas caixa de catarro), completamente concentrado para a peleja contra as nigrinhas cariocas (desculpem-me a redundância), quando um destes sacanas me interrompeu. “Sêo Françuel, vou lhe mandar um linque com o endereço de um blog escrito por um torcedor do Flamengo”.
Fiz um ponto parágrafo, respirei e, educadamente, retruquei: “Mande para a puta que lhe pariu. Será que você não percebeu que eu estou tão ocupado que não tive tempo nem mesmo para falar sobre o banho de bola (literalmente) que o brioso Vitória deu nos bambis paulistas na última quinta-feira? Hômi quá! Sinhô, me deixe!”
O fariseu, porém, não ouviu esta minha prece. E prosseguiu: “É sério. Estou lhe enviado agora”. E enviou. E eu, óbvio, não abri o e-mail. Afinal, posso acreditar em deus e outras coisas invisíveis e impossíveis, mas não sou idiota ao ponto de crer na existência de um torcedor do Flamengo que saiba escrever. Isso não. Tudo tem limite. É mais fácil existir um mineiro solidário.
Mas, curiosidade é bicho traiçoeiro. E apertei no tal do linque que o sacripanta me mandou. Minha comadre, em verdade vos digo: o que vi lá não desejo nem mesmo ao meu pior inimigo. O cara é flamenguista, carioca, publicitário e ainda ganhou na pia batismal o singelo nome de Arthur Muhlenberg. Vôte!
Realmente, é muito zebra, muito cruz para uma só pessoa. Ele só pode ter jogado pedra em São Judas Tadeu.
Ah, sim, e como é o estilo da escrita do referido? Pergunta-me uma curiosa ouvinte. Você quer saber mesmo, minha senhora? Então, receba. Maestro, faça o favor de conceder nove palavras para o rapaz: “estamos em todas as bocadas do Brasil, sempre abalando”. Ah, santas, quer dizer que vocês vivem “abalando nas bocadas”? Hum, sei.
Valei-me, meus culhões de Cristo!
Então, amigos ouvintes, voltando ao ludopédio. O que esperar de um timeco que tem torcedores deste nível? Exatamente isso: Nécaras. Se existisse um mínimo de justiça no futebol, o glorioso placar do Santuário Ecológico, Estádio Monumental Manoel Barradas, o Barradão, deveria estampar ontem à noite uns 12 x 3 para o Leão Baiano.
Mas, tudo bem. O empate em 0 X 0 serviu ao menos para afastar aquelas injúrias da luta pelo título.
Aliás, vocês perceberam que desde a morte Roberto Marinho eles nunca mais ganharam o campeonato brasileiro. Sim, minha amiga, isso mesmo: dizem as boas línguas que era tudo comprado pelo magnata das comunicações. Depois que o velho morreu, não teve São Judas Tadeu ( o das causas impossíveis) que desse jeito.
A propósito, meu amigo Idelber Avelar escreveu dois post AQUI e ALI falando sobre a trajetória de furtos da referida equipe.
E, para encerrar, o seguinte é este. Antes que algum demente apareça nesta impoluta emissora dizendo que o Vitória nunca ganhou nada, relembro que o Leão Baiano é o único time do mundo campeão de terra e mar na primeira visita do Papa ao Brasil, em 1980.
De nada.
P.S Por falar em ladrões, vi agora no jornal A Tarde que o prefeito foi roubado no Barradão. É óbvio que não precisa acusar os cariocas que lá estiveram ontem à noite.